Todos nós sabemos que a vida não é fácil, mas você foi como um pilar em minha vida, um pilar que me segurou quando estava desmoronando e me sinto inútil por não ter feito o mesmo, acho que fui idiota, na verdade, tenho certeza.
Minha mente é uma bomba prestes a explodir, mas não uma bomba qualquer, uma inaudível, imperceptível, invisível e todas as características que tornam algo que as pessoas simplesmente ignoram por acharem que não é importante o suficiente para elas intervirem e ajudarem, e isso realmente é uma coisa que já me acostumei, mas no fundo ainda dói vê-las passando por mim sem nem mesmo me olhar de soslaio, porém você parou, ergueu-me sua mão, me puxou e abraçou-me o mais forte possível, mas, por algum motivo anônimo, eu me soltei, cai de novo e dessa vez as pessoas não estão apenas passando por mim, e sim, me pisoteando como se eu fizesse parte do chão, o que, de fato, pode até fazer sentido olhando todas essas vezes que caí.
Culpa ;
sig.: Responsabilidade por uma
ação que ocasiona dano ou
prejuízo a outra pessoa.Culpada, é assim que me sinto.
Provavelmente te machuquei por dentro e isso era o que eu menos queria fazer. Tantos sorrisos que você me proporcionou, mesmo sendo com palavras simples e, talvez, sem significado, mas que causavam um conjunto de sensações dentro de mim que no início não sabia realmente o que era, ou simplesmente não queria admitir, e estraguei tudo apenas por minha mente estar mais barulhenta que as ruas do centro da cidade em uma tarde onde todos estão ocupados com suas vidas, mas nada do que falei é mentira, nada, porem não me contive e me desculpe por isso.
Culpada, é isso que sou.
Você me mostrou um pedaço de mim desconhecido e inexplorado; Você me puxou do escuro tantas e tantas vezes que até perdi a conta;
Você melhorava cada pedaço do meu dia e cada canto da minha madrugada;
Você sempre me ajudava e eu simplesmente não percebi isso.Por favor, não se culpe por algo que não fez, não se sinta mal, por favor.
Eu sou a vilã dessa história e essa é a hora que deixo a princesa viver sua vida em paz. Talvez poderíamos fazer um final diferente, um final onde a vilã fica com a mocinha, mas não acho que funcione assim, não que não possa existir, mas acho que não "sirvo" para você e, como disse, sou uma vilã que, obviamente, é essencial em uma história, porém sempre tem sua hora de partida, pois já tentou estragar muita coisa por um dia, mesmo, talvez, não sendo seu propósito.
Queria poder dizer calmamente e sem receio que está tudo bem, que já me acostumei com toda essa vida de "bruxa disfarçada de mocinha", mas estaria mentindo, como, praticamente, sempre.
" Há uma bruxa, uma vilã disfarçada de mocinha que está apaixonada por uma princesa extraordinária e um cavalheiro um pouco medroso, porém carismático. Essa bruxa está no meio de uma corda bamba já perdendo o equilíbrio e, provavelmente, a esperança também, pois, mesmo ela sendo a vilã, não quer machucar o coração da princesa, mas as formas de não cometer esse erro não são justas para os dois lados. Suas pernas se igualam a o que ela está pisando, bambas, e isso pode significar que sua queda esta mais próxima do que o previsto. Ela se sente culpada acima de tudo.
Culpada por não ser o suficiente para a princesa; Culpada por se intrometer na vida do cavalheiro; Culpada por, principalmente, ser quem é.
Depois de muito tempo finalmente achou um meio para solucionar seu pequeno problema. O sentimento de liberdade somado ao seus cabelos soltos voando ao vento, com certeza é, e sempre será, algo inesquecível a todos que vissem e sentissem apenas com os olhos aquela cena, mas nunca ninguém soube ao certo o porque daquele ato, em pleno início de primavera, ter sido feito, principalmente por ela ser alguém tão feliz. "