O chapeleiro louco [ 1 ]

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Era inverno. A neve despencava, os pobres choravam sobre a tenebrosa e ameaçadora chance do frio os cortar o oxigênio, e, bem, Baekhyun prosseguia a confeccionar os chapéus de seus clientes apavorados sem uma de suas proteções contra a chuva de granitos, esta que acontecia em uma certa frequência.

—Ande, senhor Byun, eu vou congelar aqui!— Pediu a mulher assustada, batendo em sua porta de madeira com a força de sua voz sobre a rajada de vento.

O homem, ouvindo seu desespero familiar, tratou de sorrir ao passar o chumbo pelo tecido comum e enfim largar a peça, caminhando até a entrada de sua pequena conveniência para escutar mais uma lástima de uma cliente.

—Por que demorou tanto?— Perguntou, ofendida, recebendo como resposta apenas um dar de ombros e a vista das magricelas costas do menor, que deu a volta no balcão próprio para retirar um chapéu de grande alça, arroxeado e de tons rubros perando ao vinho pelo desgaste do tempo.—Oh, o senhor deixou novo em folha!

Surpreendida, caminhou até onde o homem estava para lhe entregar o dinheiro, e feliz da vida pôs a peça na cabeça.

—Estou bonita?

—Obrigado.— Respondeu Baekhyun, enfim, a deixando confusa ao se retirar da loja.

Ele não havia escutado o que ela disse, claro, apenas respondeu qualquer coisa para que ela pudesse ir o mais rápido possível. Baekhyun admirava a ideia de ter audição seletiva, mesmo que não a tivesse realmente. Era apenas um homem com uma falta de atenção enorme quando tratava-se de pessoas.

Só se dava bem com chapéus. Poderia ser de todas as cores, vindo da rainha ou da plebeia, mas consiga simpatizar de todos em sua própria forma. Alças pequenas, alças grandes, grandes formas, pequenas, miúdas até. Ele daria seu jeito de deixa-lo novo, revigorado, e principalmente, de valer ouro.

Talvez fosse por isso, ou pelo o próprio sobrenome, mas ele era bastante famoso em toda a cidade pela confecção que realizava todos dias, desde os mais frios e complicados até os mais mornos e confortáveis.

Só havia um problema: Ninguém se atrevia a passar muito tempo em sua loja. Haviam rumores, até, que seu raciocínio era tão louco que poderia enloquecer alguém se caso passasse um bom tempo com o homem. Chegaram a inventar um gato maluco, inclusive, que dava gargalhadas altas como nenhum outro, mas não existiam pessoas que pudessem comprovar o fato realmente.

De qualquer forma, seus dias eram sempre movimentados.

Durante o pecorrer deste em questão, teve 20 pedidos ao todo. Passou a madrugada em claro, colando e descolando, tragando da substância viciada do chumbo e respirando o ar rarefeito abafado de sua casa mal iluminada, terminando todos assim que o sol amanheceu no outro dia, expostos no balcão para quem entrar ver o resultado de uma vez.

Entretanto, especialmente naquela manhã que descansava sobre a madeira velha, uma mão agressiva bateu em sua porta impacientemente, logo o acordando de seu sono parcial.

O pequeno andou, as pernas tremendo sem motivo algum, e abriu lentamente a entrada, não parecendo surpreso ao ver o duque no rei parado em sua frente, mesmo que nunca o tivesse visto de perto antes.

—Você é Byun Baekhyun?— O homem pareceu assustado por alguns segundos, o analisando em puro asco. O menor, por sua vez, não entendeu o porquê e apenas assentiu a cabeça entendiado.— E sua loja é aqui?

—Seu pedido me parece complicado e extenso para estar demorando tanto.— Disse fingindo-se pensativo, vendo o rosto de homem avermelhar-se em fúria.

—O rei me trouxe aqui para contrata-lo como seu chapeleiro. Fui mandado vir te ver para leva-lo à vossa majestade e sua respectiva família.

Baekhyun novamente se pôs a atuar, a mão no queixo enquanto observava cada um de seus equipamentos com calma, parando em sua mais nova peça que ele mesmo produziu e realizou.

O Chapeleiro Do ReiOnde histórias criam vida. Descubra agora