Capítulo II

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Acordei de manhã com o sol batendo de leve no meu rosto, pelo incomodo, eu me virei de lado colocando minha mão esticada ao meu lado, mas não senti nada, por achar estranho eu abri os olhos e me sente na cama vendo que ele não estava lá. Nessa hora me bateu um desespero enorme.

Levantei correndo indo em direção a cozinha, pensando em uma bela desculpa para dar ao Jungkook, desci as escadas todo descabelado, nem fiz minhas necessidades, apenas corri para a cozinha, mas chegando lá, ele não estava apenas um bilhete na bancada americana.

~Bom dia meu amor, está tudo bem com você? Ótimo, bom, hoje eu tive que sair mais cedo que o normal por conta do trabalho, tenho uma reunião importante hoje, desculpa por não estar ai com você agarradinho na cama te dando caricias, mas irei te compensar a noite com uma surpresa quando eu chegar.

Não faça bagunça e nem tente fugir até o anoitecer, só para constar, a porta está trancada, beijos, te amo, Jeon Jungkook.~

Em uma certa parte da carta eu sorri timidamente, mas o resto, minha expressão foi de medo, que surpresa será essa? Bom, estou aliviado, se eu estivesse acordado depois que Jungkook, eu estaria ferrado, ele gosta que eu acorde antes e deixe seu café pronto ou se não... Não quero nem falar.

Soltei um suspiro de alivio e me dirigi para o quarto, mas dessa vez calmo, fui direto para o banheiro, chegando lá, eu escovei os dentes e me despi, logo tratando de encher a banheira para poder tomar um longo banho, já que Jungkook não gosta que eu demore no mesmo e nunca me deixa ficar mais que 5 minutos aproveitando a relaxante banheira que temos.

Esperei a água encher tudo e entrei nela logo encostando as costas na beirada e deixando minha cabeça pender para trás, soltando um longo suspiro, fazia séculos que eu não tomava um banho sem me preocupar com ele. Fechei meus olhos e comecei a pensar em como deixei que minha vida tomasse esse rumo tão desconexo.

Conheci Jungkook no colegial, eu era o popular e ele o nerdzão que ninguém gostava, eu sempre admirei ele e essas coisas e eu sentia uma puta raiva de quando os meninos da sala dele faziam bullying e o batia, as vezes quando eu estava por perto eu o defendia batendo nos outros, pois é, eu era o valentão da escola, e aqui estou eu, sendo estuprado nessa merda de vida.

Eu nunca fui de abaixar a cabeça para ninguém, apenas para minha mãe, claro, e meu pai? Não sei, nunca o conheci, largou minha Omma dizendo que ela foi apenas mais uma putinha, - me lembra alguém né produção - e quando descobriu que ela estava grávida de mim, não exitou em jogar na cara dela que não era dele, que ela o traia com todos que viam pela frente, nisso ele fugiu e largou ela, sabe se lá aonde ele está agora, deve estar morto.

Continuando, eu sempre fui o valentão e tals, ninguém ousava me xingar ou direcionar palavras fartas a mim, todos me vangloriavam, todas queriam ficar comigo, até os meninos, e eu só tinha olhos para Jungkook. Depois do que estava acontecendo com el, eu passei a protege-lo e nisso, foi criando paixão, eu comecei a ser inseguro por tal sentimento, com medo de não ser recíproco, mas felizmente, era, ele me amava também. Assumimos o namoro, todos ficaram de boca abeta com isso, mas eu ainda era vangloriado e Jungkook passou a ser também.

Apresentei o mesmo para minha mãe e ambos se adoraram, após uns três anos de namoro, já quando estávamos no primeiro ano de faculdade, recebi a péssima notícia de que minha mãe havia falecido, ela estava com câncer e não tinha me falado apenas para não estragar minha felicidade no casamento, sim, no último ano de colegial, Jungkook me pediu em casamento, casamos no cartório, não queríamos nada extravagante, apenas minha mãe, eu e ele presenciamos nosso casamento, os pais dele? Diz ele que morreram em um acidente de carro um ano antes de namorarmos.

Voltando, quando recebi essa notícia, meu mundo caiu, o Jimin todo valentão que protegia todos passou a ser um bebê chorão que precisava ser protegido da famosa depressão, eu poderia ter ficado se não fosse por Jungkook ao meu lado, ele me fez ficar feliz, mas com a morte da minha mãe, eu nunca mais fui o mesmo, passei a me intrigar com o que as pessoas falavam de mim, a me tornar inseguro, quando alguém ia mexer comigo, eu não fazia nada, passei a me tornar tímido, qualquer coisinha eu chorava, e ainda choro né, a me esconder atrás das coisas e a ter medo, mas Jungkook estava lá para me proteger, como antigamente, mas ao contrário, onde eu o protegia.

Acabamos a faculdade que durou apenas mais 3 anos depois do ocorrido, passamos a morar juntos após eu decidir vender a casa da minha mãe, ela era muito grande e havia apenas eu nela, e a qualquer canto que eu olhava me lembrava da minha mãe, e com eu sozinho na casa onde eu lembrava da minha mãe e com um monte de coisas tristes e ruins passando pela minha cabeça, no fim só me restava o suicídio, com isso Jungkook achou melhor eu ir morar com ele, vendi a casa e doei um terço do dinheiro para um abrigo de crianças e idosos, o resto eu ajudei a comprar um apartamento para nós dois.

Ao comprar e nos mudarmos, ele logo de cara conseguiu arrumar um emprego de administrador numa das maiores empresas de Seul, virou amigo de seu chefe Hoseok, que deu a chance de ser sócio de um casino chique e muito conhecido na cidade, com esse título de sócio, ele ganhava muitas coisas, dentre essas coisas, além de dinheiro, ganhava bebidas e viagens para fora do país de graça, todo final de semana ele viajava para algum canto do mundo - sem mim - ou quando não viajava, ele passava as noites bebendo com os novos amigos do trabalho.

Antes dele ser sócio, ele ficava mais em casa, passávamos o final de semana juntos agarrados no sofá rindo e se divertindo, fazíamos amor sem exagero, as vezes até saiamos para nossa casa de campo, onde conseguimos comprar com o salário que ele ganha, que é muito bom por sinal, resumindo, eramos um casal onde ambos eram felizes.

Só que depois que ele descobriu que por ser sócio no casino ganhava coisas - bebida -, ele passou a voltar bêbado para casa e a começar a descontar a raiva em mim, raiva do que? Sei lá, paranoia, falando que enquanto ele estava trabalhando para me sustentar, eu traia ele com outro, e olha que eu nem saio de casa, no começo eu nem liguei, pois eram os efeitos do álcool colocando merda na cabeça dele, mas depois ele partiu para a agressão e eu, como ainda sou inseguro e medroso, não falei nada, apenas deixei, e acordei no dia seguinte com marcas.

E quanto mais eu pedia para ele parar, mais ele continuava.

Gosta disso sua puta! Anda me traindo né?! Aposto que quando dá para os outros ele te batem desse jeito né e você gosta, por que comigo não gosta? Em? Estou batendo errado? Tem que ser mais forte?

Eu berro com lágrimas nos olhos, mas ele não para, continua até eu cair gélido, chorando e sem forças no chão, ele apenas sai e vai para a sala assistir ou sei lá o que fazer. Depois da agressão, ele começou a passar a mão em mim de um jeito que eu não gostava, um jeito bruto, me lembro até hoje da primeira vez que ele me estuprou.

Vamos, levante desse chão, hoje você terá a melhor noite da sua vida e verá que esses homens que você dá é tudo frouxos e não sabem meter que nem eu.

Eu fazia de tudo para ele parar de me puxar em direção a cama, eu estava aos prantos implorando para ele não fazer aquilo que eu pensava, e ele com um sorriso malicioso no rosto - expressão dele que eu nunca tinha visto - e orgulhoso ao ver cada lágrima minha de medo caindo sobre o chão.

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TURU BAO
COMO VOCÊS ESTÃO ?
TÁ AÍ VIU
O QUE ACHARAM?
vontade de matar um certo Jungkook?

痛'𝐝𝐢𝐟𝐟𝐢𝐜𝐮𝐥𝐭 𝐥𝐢𝐟𝐞 ʲⁱᵏᵒᵒᵏ Onde histórias criam vida. Descubra agora