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A loira trocava de olhar entre a sua mala e suas roupas enfileiradas de forma desajeitada em sua cama. Amassadas, enroladas, em cima da cabeceira... uma verdadeira zona.

      Uma parte dela dizia para deixar suas coisas assim e não ir, porém, a outra parte dizia para arrumar as coisas e ir. Afinal, não é todo dia que uma híbrida iria se mudar para um lugar onde poderia ser ela mesma.

Essa foi a parte chata de sua vida, se esconder, guardar quem era de verdade, odiava com todas as forças de não ser ela mesma.

Mas agora, com essa oportunidade incrível tudo poderia ser diferente, sua vida poderia ser diferente, só que teria que deixar, infelizmente, alguém pra trás.

- Lua, você ainda não arrumou sua mala??

A loira olhou pra trás vendo seu pai entrar no quarto, logo voltou a atenção pra sua mala.

- Preguiça de arrumar. - Deixou um suspiro cansado escapar de seus lábios.

- Isso não é justificativa para deixar sua cama um verdadeiro chiqueiro. - Disse em tom de brincadeira ao lado da sua filha com os braços cruzados.

- É justificativa sim! - Falou rindo. - E outra, o seu quarto é pior que o meu.

- Não foi assim que te criei, Park Luana. - Disse rindo da filha quando começou a fazer cócegas.

- P-Para pai! P-Para!! - Suplica entre risadas.

      O pai foi parando aos poucos, sentia o coração doendo, só que sabia que era para o bem da sua única filha.

- Arrume a mala, vamos partir daqui uns minutos. - Pede com calma, mas a garota sentiu que o mais velho estava deprimido.

      A garota puxou seu pai em um abraço caloroso, sendo retribuída com força, sentiu nesse afeto a tristeza misturada com saudade e orgulho.

- Sabe que posso desistir e ficar, não sabe? - Pergunta deitando a cabeça no peito do mais velho.

- Sei, mesmo que eu quisesse que desista, não posso te deixar aqui por mais tempo.

- Tem certeza disso? - Pergunta preocupada com o mais velho.

- Absoluta! Prometi a sua mãe que faria isso, não só por ela, mas por você. - Fala triste.

      Lua sorriu triste quando seu pai mencionou a mãe, sabia do básico sobre a mais velha, como quem foi e o que fazia quando ainda viva. A Park sabia que era metade humana e sobrenatural, sentia isso em seu sangue, mas nunca chegou a perguntar detalhes sobre sua mãe de fato. Motivo? Bastante simples, a garota sentia no coração do mais velho que ainda amava sua mãe, então seria muito doloroso falar das suas lembranças com ela.

- O.K.! Eu termino de arrumar minha mala.

      O homem assente, deixa um beijo nos cabelos loiros da filha e a deixa sozinha no quarto outra vez.

      Luana olhou mais uma vez para a pilha de roupas na cama. Suspirou pesadamente, sabia da principal regra que seu pai fez questão de repetir inúmeras vezes: "Não usar seus poderes em casa".

      Mas como hoje era seu último dia ali, por que não?

      Se concentrou ao máximo na zona de roupas, sentiu seus olhos arderem e suas mãos ganharem um brilho celestial, viu suas roupas levitarem, com o poder da mente, cada peça dobrava sozinha, logo era deixada na mala aberta.

      Sorriu satisfeita consigo mesma, antigamente era cansativo usar seus poderes, agora nenhum pingo de suor deslizava no seu rosto pelo esforço, ficava boa cada vez mais que usava.

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