Meraki

19.

Enitensída: Termo utilizado para designar pessoas que não precisam de muito tempo pra se apaixonar, nem tem medo de sentir demais.

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Enitensída era um dos termos que mais justificava meu relacionamento com Lucas e por mais que isso parecesse clichê, sabíamos que desde o primeiro contato que tivemos, algo a mais havia acontecido.

Às vezes acontece de conhecermos tal pessoa e logo de cara, nosso coração nos diz que ter algum tipo de relacionamento com ela não será uma boa coisa. Para isso usamos a expressão: o meu santo não bateu com ela.

E existem as pessoas que nós passamos a admirar no primeiro olhar e contato, sendo assim impossível de explicar em palavras o que acontece naquele determinado momento. O famoso: feeling.

A primeira vez que olhei para Lucas Vázquez eu senti o quão bom ele era, seu sorriso, gestos e até mesmo a educação que o jogador teve comigo. Mesmo trabalhando ele havia me tirado diversas risadas com o seu jeitinho.

Lucas havia me conquistado aos poucos, com meros detalhes, mas grandes gestos. E para mim, o maior deles foi o jogador respeitar o meu passado e compreender que algo havia acontecido comigo, mesmo eu escondendo a maior parte disso, o levando para a casa dos meus pais, onde recebeu a bomba.

E mesmo assim ele não me julgou por isso, pelo contrário, me fez sentir que tudo aquilo não definia quem era a Yana Viegas do presente e que ele realmente gostaria de ficar comigo, me ajudando a superar o passado com seu apoio absurdo.

Não tive medo de amá-lo, de me entregar pro espanhol. Ele me passou confiança, amor e tranquilidade a todo o momento.

— Smile, já pensou em ter filhos? — Lucas disse casualmente, enquanto tirava o resto da espuma de barbear de seu rosto.

— Quê? — respondi soltando uma risada. — Por quê? — questionei, ajeitando meu corpo na cama espaçosa.

— Nada demais — levantou os ombros, guardando tudo que usou dentro dos armários. — Estava conversando sobre o assunto com alguns amigos e percebi que seríamos bons pais — disse abrindo um sorriso.

— Luqui, não! — gargalhei. — Não sabemos fazer nada direito, precisaríamos de algum curso intensivo.

— Ah, Yana! — exclamou. — Somos legais e responsáveis o suficiente pra isso — disse convencido. — Imagina uma mini Smile?

— Acho que nascemos para sermos titios — decretei, puxando seu corpo. — Daqueles bem legais, que dão doces escondidos dos pais e que fazem cavalinho de pau com o carrinho — ri, dando um selinho em seus lábios. — E principalmente... tios que entregam o bebê para os papais quando ele chora.

— Ah, já passamos dessa fase — falou Lucas, negando com a cabeça.

— Lucas Vázquez, por acaso você está querendo me contar que está grávido? — perguntei, colocando as mãos na cintura, arrancando uma gargalhada deliciosa do jogador.

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Minha relação com todos os integrantes da minha família estava voltando a ser o que era antes. Juntos, decidimos colocar uma enorme pedra no que aconteceu, focando no agora e no futuro, passando a conviver da melhor forma possível.

Meu namorado tinha uma ótima convivência com a família Oliveira Viegas, sendo requisitado em todos encontros que minha mãe organizava. E minha relação com Tino Vázquez e Carmen Iglesias não era nada diferente, os pais de Lucas me tratavam como filha, me dando total cobertura para aprontar o que eu quisesse com o filho deles.