Quando o amor é verdadeiro ele dura para sempre?
Agatha e Bento se conhecem ainda na adolescência e desde aquele primeiro olhar nunca mais foram os mesmos, foi amor a primeira vista, um encontro de almas que mudou tudo. A conexão e o desejo que os...
Olá queridas leitoras! Vamos seguir juntas em mais um livro?
Como prometido voltei para concluir o livro, porém com as alterações que havia comentado com vocês anteriormente. Todos os capítulos já postados estarão atualizados para que vcs não fiquem perdidas.
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Um dia me disseram que tudo o que vai, volta. Eu não era capaz de entender o significado oculto no meio daquela frase, não até a primeira vez em que precisei dizer adeus. Nunca foi tão difícil me despedir e perceber que nem sempre a vida é como planejamos. Nunca foi tão difícil descobrir que, ou deixamos a correnteza nos guiar ou controlamos o barco e percorremos o nosso próprio destino, exatamente nessa ordem, sem meio termo.
Sempre achei que o amor fosse suficiente para duas pessoas ficarem juntas e sempre esperei neste amor a solução para todos os meus problemas. Todos os dias antes de dormir eu pedia a Deus para que protegesse e não afastasse de mim a pessoa que eu mais amei na vida. Mas nem sempre o que pedimos é o que precisamos naquele momento, hoje vejo que o que desejamos muito, pode muitas das vezes não ser o melhor que poderíamos ter e nos fazer sofrer sem piedade.
A medida em que os anos passam a certeza de que tudo acontece no tempo certo é mais forte em mim. Minha mãe sempre me ensinou que às vezes a melhor opção é deixar que o destino faça o seu trabalho porque o que é para ser nosso uma hora há de chegar. Sei que é impossível lutar contra o imprevisível, então passei a deixar o rio correr, seguir seu fluxo e viver sem me cobrar tanto me permitindo sentir e respirar novos ares, ter novas experiências e fazer novos amigos.
Atualmente tenho a consciência de que certas pessoas são inesquecíveis mas que mesmo sem elas a vida tem que continuar. Aprendi que ao longo dos anos somos obrigados a fazer escolhas, escolhas estas que podem mudar o rumo de uma vida. E por falar em escolhas e decisões, minha vida ultimamente tem se baseado em escolhas e renúncias, mas eu não me arrependo de nenhuma delas, pois elas fazem de mim quem eu sou e fazem com que eu me orgulhe da pessoa que me tornei.
Me pego pensando em como seria a vida hoje se eu tivesse tomado outras atitudes no passado. Será que teria outra profissão, será que ainda estaria vivendo em outro país, teria filhos? São tantas perguntas sem respostas concretas...
O mal de não finalizar situações é que sempre vamos pensar em como teria sido, sempre vamos pensar que talvez tivesse sido melhor, vamos nos lamentar, nos martirizar e sofrer com isso até o fim dos nossos dias.
Se hoje eu tivesse que aconselhar qualquer pessoa sobre finalizar situações o conselho seria, jamais parta para algo novo sem finalizar uma situação anterior, seja o que for. Não se prenda, aprenda dizer adeus, sem se culpar, pois o fim pode ser apenas o novo começo de uma experiência renovadora.
Eu tive muitas oportunidades, vivi novas experiências mas aquele sentimento estava sempre lá, me lembrando, me consumindo por dentro quando tudo o que eu queria era esquecer. Me dar uma nova oportunidade de seguir em frente como se nada tivesse acontecido. Como se ele não tivesse acontecido. Mas me curar era um desejo longe de ser realizado.
Tentei me concentrar em outras coisas, conhecer outras pessoas e embora eu tentasse de verdade sua sombra inundava a minha mente, como um fantasma do passado e é bem isso que ele é. Um fantasma que parece se apossar da minha alma, me acorrentando a ele de todas as formas e mesmo de longe está por perto, me fazendo lembrar da promessa que fiz. Me fazendo lembrar de como me sentia com ele, apenas com ele.
Quando finalmente parecia ter encontrado a felicidade ele voltava para me atormentar e com o seu amor provava ser o melhor para mim. Talvez poderíamos ter sido o melhor para nós. Eu nunca pude ir, eu nunca pude deixá-lo porque no fundo eu sempre soube que pertencíamos um ao outro. E mesmo tão distante eu o sentia perto, todos os dias, até nos mais frios e sombrios.
Dizem que um amor mal resolvido, um amor inacabado gera consequências intermináveis ao ser humano ao ponto de uma pessoa sentir-se vazia, incompleta, mesmo muitas das vezes encontrando um novo amor, tendo êxito no trabalho ou encontrando qualquer tipo de satisfação pessoal imaginável.
Um amor mal resolvido é capaz de tirar o sono, virar a vida do avesso, causar pesadelos e ainda sim ao acordar querer a tal pessoa de volta, sem se importar com o amanhã. Um amor mal resolvido é como a noite que anseia pela manhã, como um céu sem estrelas ou como um verão sem sol.
Ter que ser capaz de sobreviver sem este amor e ainda sim nunca esquece-lo é ter a certeza que ninguém mais vai poder substitui-lo, nenhuma outra pessoa vai tomar aquele lugar, mas que ainda assim a vida continua e devemos seguir em frente.
