PRÓLOGO

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Dois anos antes do início da história...

Eu já nem sei quanto tempo estou sentada sobre esse velho balanço de madeira, apenas observando a imensidão da colina a minha frente, enquanto a brisa suave do verão me embala.

Era chato. Muito chato.

Eu amo a minha mãe, mas essas viagens que ela faz, são realmente chatas. Se pelo menos eu pudesse escolher o destino da nossa próxima viagem...

 Jimin, você deveria ter vindo comigo.  Resmungo ao vento, pela milésima vez naquele dia.

Sinceramente, ele é meu melhor amigo, mas não pôde vir comigo para uma simples viagem. A culpa de eu estar morrendo de tédio, é toda dele. Jimin que me aguarde, quando eu voltar para casa farei com que ele se arrependa de ter me deixado para trás.

 Você costuma falar sozinha? 

Salto sobre o balanço de madeira, agarrando firmemente as cordas que o prendiam, quando escuto uma voz alta e grave soar atrás de mim.

Olho sobre meus ombros, de forma totalmente assustada, entrando em completo estado de choque ao encontrar o garoto mais bonito que eu já havia visto em toda a minha vida.

Com passos calmos, ele começa a caminhar, passando ao meu lado e ficando bem na minha frente, perto do final da colina.

Seus cabelos eram em tom de loiro com vários fios dourados caindo sobre seus olhos castanhos; algumas pintinhas estavam distribuídas por todo seu rosto; enquanto seu corpo era alto e magro, modelando perfeitamente a camisa preta de seda, que ele usava, balançando juntamente com seu cabelo como consequência da brisa fresca.

 O que foi? Não consegue mais falar?  Ele leva suas mãos até os bolsos de suas calças pretas, enquanto solta uma risada nasalada.

Movimento meus dedos sobre a corda do balanço, me sentindo subitamente nervosa.

 V-Você não está com calor?  Pergunto a primeira coisa que me vem em mente, rapidamente me arrependendo quando escuto ele rir, outra vez.

 Eu não deveria estar usando preto no verão, certo?!  Ele pergunta, enquanto olha para o próprio corpo, coberto da cabeça aos pés com o tom escuro.  Mas eu estou bem assim, não se preocupe. 

O garoto de fios dourados, volta a me encarar, abrindo um pequeno sorriso fechado.

 Hm... e quem é você?  Mesmo estando nervosa perto deste desconhecido tão lindo, não posso conter minha desconfiança.

 Taehyung.  Ele responde, virando sua cabeça na direção contrária, olhando, agora, para a imensidão de árvores, que dava para ver do alto da colina.

Em seguida, o silêncio nos engole, sendo a brisa, a única encarregada de preencher esta pequena tensão que começava a se formar. Ela balançava suavemente as folhas das árvores mais próximas, fazendo um pequeno dueto de fundo com o canto dos pássaros que voavam ao nosso redor.

Mantenho meus olhos sobre Taehyung, que continuava encarando o mesmo ponto.

Eu não posso explicar, mas todo nervosismo dentro de mim, se aflora ainda mais com esse silêncio, trazendo junto dele uma sensação estranha, um pouco ruim, talvez. Algo como um presságio.

 Hm... Taehyung... — O chamo meio incerta, mas ele não desvia seus olhos da grande paisagem.  Meu nome...

 É Erin, eu sei.  Ele me interrompe, fazendo todas as sensações ruins, me corroerem por dentro.

Como ele sabe o meu nome?

Seus profundos e misteriosos olhos castanhos, voltam, outra vez, a encontrar os meus. E Taehyung fica apenas me fitando por alguns segundos, que mais parecem como a eternidade agoniante, o que me deixa extremamente desconfortável.

 Eu preciso ir agora.  Sem mais nem menos, ele anuncia, antes de começar a andar em minha direção, passando, de novo, ao meu lado.

 Não se preocupe, Erin, nós nos encontraremos outra vez.  O tom de sua voz se torna baixo, e suas palavras são proferidas assim que ele sai de meu campo de visão.

Estremeço sobre o pequeno balanço de madeira, apertando, outra vez, as cordas que os prendiam na grande árvore acima de mim.

Pisco algumas vezes, ainda com os olhos presos no lugar que ele estava segundos atrás. E permaneço assim, até tomar coragem para checar por cima de meus ombros, não encontrando um vestígio sequer de sua presença. Ele simplesmente desapareceu entre pelas árvores.

Um poderoso e alto trovão, ecoa pelo céu, fazendo com que eu erga meu olhar para cima, de forma assustada, vendo o céu azul e ensolarado, ganhar um tom cinza e escuro. As nuvens levavam o sol embora, e os pássaros que dançavam sobre o vento, se agitam para todas as direções, enquanto a brisa fresca, era substituída por uma forte ventania que balançava as folhas das árvores.

Meu balanço de madeira, começa a se mexer lentamente, para frente e para trás, assim como a barra de meu vestido branco, indicando que eu deveria ir embora ou acabaria no meio de uma grande tempestade.

Saio do balanço, tendo que segurar meu vestido para que ele não levantasse, ao mesmo tempo em que os fios de meus cabelos, começam a atrapalhar minha visão.

 O que há com esse tempo estranho? — Seguro a barra de meu vestido com uma mão, usando a outra para retirar os fios de cabelos, que voavam em direção ao meu rosto.

Outro trovão brada no céu, fazendo todo meu corpo congelar no lugar, e não apenas pela ventania gelada, e sim, pela estranha sensação que continuava dominando meu corpo de dentro para fora. Eu ainda podia sentir esse presságio ruim correr por toda minha espinha.

Isso não é bom. Eu sei o que eles dizem sobre presságios ruins...

 Eu sei o que eles dizem sobre presságios ruins

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AKAI ITO || KTH [SHORTFIC]Onde histórias criam vida. Descubra agora