13 atos insanos

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- Kuro... por favor... n... não me deixe...

A morena se afastava cada vez mais do corpo rastejando em sua direção. Atrás dele uma risada eloquente ecoava pelo corredor e em poucos segundos ela pode ver o ser humano alto e albino, em suas, várias facas pingando sangue entre seus dedos finos, em qualquer outro cômodo da casa ouço um grito masculino em desespero.

Era o seu fim.

Acordo, minha alma aparenta ficar na cama quando levanto, meu corpo pesa e pede pela cama, me dou conta, a caminho do banheiro, que ainda faltam algumas horas até meu despertador cumprir seu trabalho praticamente inútil e irritante.

Ao me olhar no espelho a frase "você é horrível" ecoa em minha cabeça de forma constante, e eu apenas concordo, meus olhos castanhos estão vermelhos e mal consigo deixá-los abertos, abaixo deles várias olheiras, sinto meu nariz escorrendo, mas deixo a tarefa de limpa-lo depois, meu cabelo negro até a cintura está amassado e embaraçado, eu definitivamente sou uma bruxa. Após atender meu chamado da natureza, vou até o chuveiro, e mesmo tendo em mente que vou ter dificuldades para pagar a conta de água, fico por lá por um bom tempo, massageando meus próprios ombros, sentindo a água extremamente quente escorrer pelo meu corpo.

Não foi sua culpa.

Penso quando o sonho volta a minha mente ainda dopada pelo sono.

Era inevitável.

Minutos antes do despertador tocar me olho no espelho, meus cabelos agora estão macios e lisos, meus olhos brilham com as olheiras omitidas por um corretivo e base, meus cilhos se destacam devido ao rímel preto. Sorrio diversas vezes até não ver mais a expressão derrotada de antes, meus lábios estão rosados pelo batom que guardo em minha bolsa após usar. Forço minhas costas a ficarem eretas ignorando a dor crescente.

Meu pijama curto logo foi trocado por roupas escuras e soltas e então o despertador toca. O desligo de forma rápida e sigo para a cozinha, questionando-me se deveria comer algo e ter que escovar os dentes novamente ou apenas sair daquele apartamento sufocante de uma vez. Para mim, a resposta é óbvia.

Nas ruas, o vento frio bate em meu corpo, passo pelas pessoas num equilíbrio incrível, sem esbarrar em ninguém, em poucos minutos já não sinto as pontas dos dedos devido ao frio, mas continuo seguindo até o meu objetivo em vez de voltar para casa e me vestir devidamente.

- Vai acabar ficando doente desse jeito.

Um "bom dia" faz falta às vezes, ao entrar na cafeteria olho diretamente para a mulher loira tomando café em uma das mesas, seu olhar parecia atravessar minha maquiagem sabendo exatamente o que estava acontecendo comigo, comprimento com a cabeça todos no lugar e me sento na frente dela.

- Bom dia para você também Akira. - forço-me a sorrir e logo depois peço uma xícara de café a garçonete sorridente de cabelos roxos.

- Pesadelos? - ela me pergunta já sabendo a resposta.

- Tudo bem no trabalho? E seu novo parceiro? - Mudo de assunto de forma fugaz, ela me olha um tanto irritada pela minha forma de lidar com as coisas, porém ignora e suspira se aprontando para começar o monólogo sobre o seu parceiro cujo ela tanto desprezava.

Enquanto ela fala de forma controlada sem mostrar emoção alguma, só consigo prestar atenção no distintivo que brilhava em seu peito, volta em meia eu concordava com suas falas tranquilas e analisadas sobre alguns dos casos, ela sabe que eu não presto atenção nela, mas pelas aparências continua falando, volta e meia eu encaro seus olhos violetas que pareciam brilhar. Uma pontada de inveja cresce em meu interior.

Mal me quer... Bem me quer (Tokyo Ghoul)Onde histórias criam vida. Descubra agora