Capítulo 1

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Percorri toda a casa, tentando achar o meu relógio que foi oferecido pelo meu pai à dois anos.

“Evelyn!” A minha mãe chama por mim encostada à ombreira da porta exterior. “Despacha-te querida! O táxi está à tua espera.”

“Eu não sei do relógio, mãe!” Os nervos penetraram-se na minha voz trémula. “Eu não posso ir sem o relógio.”

“Mas querida, tens de ir. O homem não pode esperar mais.”

“Se eu for sem o relógio a minha vida recebe uma onde de azar, mãe!” Disse, ainda procurando o relógio.

“Isso é tudo psicológico. Achas mesmo que um relógio dá sorte?” Parei e olhei a minha mãe que falava confiante.

Ela tem razão. Um relógio não trás sorte.

Agarrei na minha mala e sai entrando no táxi de seguida, podia ver pelo retrovisor a sua cara de descontentamento. Sussurrei um pequeno “desculpe” e tentei não encarar o taxista.

“Devia ter procurado melhor pelo relógio.” Murmurei ao sentir um sentimento de irresponsabilidade por não o trazer comigo. A minha visão permanecia na minha casa, ponderando a mim mesma se deveria ir buscá-lo.

Mas, inesperadamente, o taxista perguntou-se se eu estava bem e foi o suficiente para decidir que não valeria a pena.

“Sim, sim. Está tudo óptimo!” Respondi pouco convincente, enquanto voltava o meu olhar para a minha casa. Porém, desta vez para encarar a minha mãe que, triste, olhava-me com um pequeno sorriso.

“Sendo assim, vamos seguir viagem, menina.” Ele exclamou enquanto ligava o veículo. Não desviei as atenções da minha mãe e acenei-lhe com um sorriso empolgante nos lábios. Iriam ser apenas alguns dias fora, mas não podia estar mais entusiasmada.

Ela sorriu-me já com as lágrimas a derramar na sua face e deixou-me na memória um aceno lento de despedida, enquanto via a sua silhueta ficar mais distante.

Passado poucas horas, eu sentia-me aborrecida. Primeiro, os meus dados móveis acabaram e segundo, já estava um pouco saturada de ouvir o taxista a falar sobre a sua vida. Descobri que se chama Joseph e tem duas filhas pré-adolescentes, das quais uma toca piano desde os cinco anos e, segundo ele, ouvi-la é como «ouvir fadas a cantar».

“Ainda falta muito?” Interrompi-o quando ele me começou a explicar como é que ele e a sua mulher decidiram adotar um cão. A minha voz demonstrava o cansaço da viagem e, ao aperceber-se disso, Joseph modificou as suas expressões faciais de um homem falador para um homem rude.

“Seja paciente porque ainda vamos demorar.” 

E, quase milagrosamente, o silêncio apoderou-se dentro do pequeno veículo. Um silêncio calmo fora a última coisa que presenciei antes de este ser interrompido pelo chiar de pnéus.

O resto, lembro-me apenas de acordar num local completamente diferente daquilo a que estava acostumada. O meu olhar vagueou pela divisão e, apenas o rapaz sentado a poucos metros de mim fora o único que me despertara o interesse. Tinha a cabeça baixa, permitindo que os seus cabelos alourados escondessem o seu rosto.

Um pouco nervosa, eu aclarei a minha voz e questionei para o único sujeito na divisão, “Podes dizer-me onde estou?”

Com alguma hesitação, ele elevou o seu rosto e pude então ver a sua beleza. Tinha olhos claros, surpreendidos no momento em que se cruzaram com os meus. Os seus lábios rosados estavam ligeiramente abertos, expressando a sua vontade de falar.

“Eu não acredito.” A sua voz suou quase incrédula e, pela primeira vez, fiquei vidrada no modo como a sua maçã de Adão descia e subia enquanto ele pronunciava lentamente, “Tu estás viva.”

“Bem, parece que sim.” Brinquei, ainda sentido falhas nas minhas cordas vocais devido à minha garganta seca.

Ele aproximou-se incerto, como se isso o fosse ajudar a acreditar que eu estava defenitivamente viva. “T-tu estás bem? Dói-te alguma coisa?”

Foi então que o grande sorriso desapareceu dos meus lábios assim que me apercebi não conseguir mexer as pernas. O meu olhar desassossegado rapidamente observou-as e o pânico começou a apoderar-se das minhas faces de todas as vezes que tentei mexê-las.

“Está tudo bem?” Ele aproximou-se, desta vez mais rápido, e os meus olhos cruzaram-se com os seus. Sentia as lágrimas a formarem-se e funguei, negando com a minha cabeça. “O q-que é que se passa?” Ele estava visivelmente nervoso. O meu lábio inferior começou a tremer no instante que eu lhe quis responder.

“Eu não sinto as minhas pernas.” E bastou as minhas palavras para começar a chorar. O rapaz, que não conheço, agarrou-me a mão e senti vibrações na mesma zona. Encarei-o amedrontada.

“Não te preocupes. Vai ficar tudo bem.” Ele murmurou e percebi a insegurança na sua voz. Ele sabia, tanto quanto eu, que não ia ficar tudo bem. “Eu vou ficar ao pé de ti até ficares boa. Não te vou largar um segundo, prometo.” E, de repente, as suas palavras mais certas transmiriram-me calma. As lágrimas pararam, embora eu permanecesse inconstante perante toda a situação.

“Já agora, Evelyn,” Ele começou, um pequeno sorriso a crescer-lhe no rosto. “És muito bonita.”

Senti o meu rosto ficar mais quente e por momentos, esqueci-me do que me acontecera. A sua mão permanecia sobre a minha e acreditei que ele fosse mesmo cumprir a sua promessa.

“Quem és tu?” Decidi perguntar no instante que o silêncio começou a ficar desconfortante.

“Sou o Niall.”

“O que é que me aconteceu, Niall?”

Ele parou-se a si próprio antes de falar. Percebi que ele se debatia mentalmente sobre a resposta que ele me deveria dar. “Sofreste um acidente, do qual três pessoas faleceram. Tu és uma sobrevivente, Evelyn.” Ele tentou suar o mais amável possível.

“E porque é que tu estás aqui?”

“Bem,” Ele começou. O seu toque afastou-se do meu para ele arrastar a mão nos seus cabelos despenteados. “Eu fui um dos culpados.”

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Nota: Esta história encontra-se parada. Pedimos desculpas por isso, mas embora já tivéssemos tudo planeado para esta fanfic, não conseguimos conjugar o tempo para escrevê-la. Todavia, esperemos que um dia a possamos voltar a pegar nela e continuar a história de Evelyn e Niall.

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⏰ Última atualização: Dec 26, 2016 ⏰

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