Epilogo

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Todo esse tempo, a criança não gritara: sabia ficar em pé segurando as grades do berço, e ergueu os olhos para o rosto do intruso com uma espécie de vivo interesse, talvez achando que fosse seu pai escondido sob a capa, e que ele produziria mais luzes bonitas, e sua mãe reapareceria a qualquer momento, rindo...

Ele apontou a varinha certeiramente para o rosto do menino: queria ver acontecer, a destruição desse perigo inexplicável. A criança começou a chorar: notara que ele não era James. Não gostava de bebe chorando, nunca fora capaz de suportar as criancinhas choramingando no orfanato...

“Avada Kedrava!”.

E então a dor! Tudo que Voldemort sentia era a mais pura e agonizante dor.

Matara bruxos e bruxas poderosos, se tornou o bruxo mais poderoso e temido do mundo, para sucumbir ao tentar matar aquele menino! Que tipo de magia aquela sangue-ruim usara pra proteger o menino? Que magia seria poderosa o bastante pra fazer seu feitiço voltar-se contra si?

Ele não tinha a resposta, e nem estava interessado em descobrir, pelo menos não agora, precisava se esconder, não podia ficar ali entre os destroços da casa em ruínas, onde o menino estava preso, aos berros. Precisava ir pra longe... Pra bem longe...

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Nos minutos que se seguiram, tudo que se ouvia na residência dos Potter’s era o choro estridente de Harry, preso dentro do berço. Chorava porque cansara da brincadeira, queria os pais. A mãe estava estirada no chão, mas porque ela não se levantava? Porque não o tomava no colo como sempre fazia quando ele começava a chorar? Porque estava tão quieta? Onde estava seu pai? O pequeno chorava cada vez mais, mas sua mãe não se levantava, e seu pai não vinha... Eles nunca mais viriam.

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Severo chegou à residência dos Potter’s não muito depois de Voldemort fugir de lá. O lado direito do andar superior completamente destruído, a visão daquilo fez o coração de Severo doer... Lilian!

No hall de entrada estava o corpo de James Potter. Severo nunca o suportara.

“Não se sente o melhor agora, não é Potter?”. –pensou Severo com amargura, mas não se importava com ele, e sim com Lilian. Sabia que ela também estava morta, se não o menino não estaria aos berros... O menino! Como ele pode estar vivo? Voldemort não o pouparia, fora ali especialmente para mata-lo, talvez o imprestável do Potter tenha conseguido deter Voldemort antes desse o matar, talvez Lilian ainda estivesse viva.

Subiu as escadas e quanto mais se aproximava da ultima porta do corredor, mais claramente ouvia o menino chorando. O quarto estava completamente destruído, eram todos destroços e poeira, mas o berço estava intacto, haviam pedaços da viga do teto sobre ele, e dentro dele o menino chorava, agora mais baixo: talvez cansado de tanto berrar, o corpinho dele tremia a cada soluço que saia dos pequenos lábios, dos olhinhos desciam grossas lágrimas e os mesmos estavam fixos em algo um pouco mais a frente no chão. Severo acompanhou o olhar do menino e de onde estava viu os vibrantes cabelos vermelhos de Lilian.

Suas pernas o traíram e Severo caiu ao chão, arrastou-se até onde jazia o corpo inerte de Lilian, tirou os escombros de cima dela, puxou-a para o colo e chorou, chorou como nunca chorara na vida. A pessoa que ele mais amara na vida estava morta, e a culpa era toda dele.

Não sabia quanto tempo ficara ali, sentado entre os destroços do quarto de bebe embalando o corpo sem viva de Lilian nos braços, mas parara a ouvir um resonante “Não” vindo do andar debaixo. Depositou o corpo de Lilian cuidadosamente no chão, beijou-lhe o alto da cabeça, olhou-a uma ultima vez, virou-se e sentindo-se oco, desaparatou. Com Lilian morrera o seu coração.

One Last GoodbyeOnde histórias criam vida. Descubra agora