cap 1

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Brandon

–To cansado de ver essas garotas caindo sempre em cima de seus pares ideais– afirmei para Maxon, meu colega de trabalho– elas sempre voltam aqui depois felizes e contentes. Até parece que vivem em um livro clichê !

– deixa de ser chato Bran ! Um clichê nunca é de mais.

Passei as mãos pelo meus cabelos negros tentando os endireitar. Já ia começar meu turno no Starbucks e precisava estar ao menos apresentável.

Me olhei no espelho, respirei fundo e pisquei algumas vezes. Estava morto de sono, fiquei a noite anterior jogando até às quatro da manhã. Me virei pra Maxon e com um gesto pedi para me passar o uniforme.

– Eu concordo, mas prefiro eles nos livros. Tipo, a garota do quarto ao lado é um puta clichê que eu amo, mas é um livro. Vida real parece meio forçado.

Meu colega de trabalho soltou um suspiro, pegou os uniformes e me passou um. Seus olhos castanhos claro combinavam perfeitamente com os cabelos. Quase todas as garotas lhe passavam seus números na esperança de receber uma mensagem, mas era raro ele sair com uma delas. Ele parecia estar interessado em alguma menina, ultimamente anda por aí com uma aura feliz ao seu redor.

Terminando de nós arrumar batemos ponto e fomos abrir o café. O cheiro de terra molhada cercava o local. Ainda se via algumas poças na estrada e algumas folhas pelo chão. A padaria ali perto estava aberta e algumas pessoas saiam de la. Respirei fundo pra mais um dia monótono de trabalho.

~*~

O dia passou quase que se arrastando. E, por incrível que pareça, só vi 3 garotas de coque frouxo esbarrando no amor de sua vida por aí. Não é como se eu não quisesse ver as pessoas felizes, mas é muito tosco a forma que acontece essas coisas.

Estava preparando um último café antes de sair para o horário do almoço. O cheiro era reconfortante, me lembrava do tempo que morava com meus pais, quando chegava tarde em casa eles estavam a mesa me esperando com café em seus copos.  Sempre que tinha uma chance tomava um. Coloquei o chantilly por cima e entreguei a moça o seu pedido.

Me virei pra Maxon e avisei que estava indo. Voltei para o vestiário e coloquei minha camisa azul escura com detalhes pretos e sai pelos fundos.

Em caminho ao meu carro avistei vários casais andando na rua com um olhar apaixonado. Lembrei de como eu tinha essa mesma paixão em meus olhos quando eu estava com Helena. Ela fazia eu me sentir completo. Eu queria que ela ainda estivesse do meu lado, segurando minha mão e dizendo coisas apaixonadas em meu ouvido, queria poder sentir seus lábios contra os meus de novo, mas isso era impossível. Respirei fundo e entrei no carro em direção ao restaurante.

Não queria sofrer por ela. Não podia sofrer por causa dela.

Era de certa constância eu lembrar da minha ex, e isso me fazia sofrer sempre. Prometi a mim mesmo que não iria mais.

Voltando pro Starbucks Maxon deve ter percebido minha cara triste, eu fiquei com ela o almoço todo. Veio em minha direção assim que entrei.

– quer descansar um pouco ? Eu deixo você levar 30 minutos do meu almoço.

– Não. Tudo bem. Eu só preciso de um café.– digo me levantando e indo pegar uma xícara.

– Bran. Bran. Brandon !– ao dizer com força meu nome me viro pra ele com meu café em mãos– ignorar essas coisas não vai fazê-las sumir como mágica.

– Eu sei Maxon, é que...– respiro fundo– acho que vou voltar ao trabalho. – digo ignorando toda e qualquer tentativa de Maxon de chamar minha atenção

Volto e coloco novamente meu uniforme. Enquanto atendia os clientes comecei a pensar no que faziam eu seu tempo livre. Talvez andassem por aí com a primeira roupa que viram no armário enquanto comiam maçã. Ou talvez não.

O Starbucks era sempre um ponto de encontro para as pessoas. Durante meus 3 anos trabalhando eu vi primeiros encontros, gente vendendo seus produtos com um laptop em seus braços, pessoas se apaixonando, resenha de amigos, e, o que acontecia com maior frequência, pessoas esperando seus parceiros na porta. Havia, constantemente até, umas pessoas que querem fazer de tudo pra se tornar uma S/N. Era até engraçado ver elas tentando esbarrar acidentalmente em alguém, mas depois de um tempo eu vi algumas que davam certos. Até parecia que eu havia entrando em uma fanfic !

Enquanto servia o café das pessoas pensava "será que é de propósito elas caírem nos outros ou ser apenas obra do destino ?" Afinal, não tinha como eu saber. O que me restava era imaginar

~*~

–hei bran !– exclamou Maxon me tirando de um transe qualquer– qual camisa você prefere ?

Nós somos vizinhos, e, mesmo cada um tendo sua casa, era difícil ficarmos sozinhos nela. Sempre íamos pra casa um do outro, mesmo que fosse pra ficar mechendo no Facebook. Ele estava se arrumando para um encontro e eu lá apenas deitado em sua cama.

– a primeira– ele olhou para a camisa social branca e fez uma cara de reprovação– mas a vermelha também fica boa

Ele observou ambas as camisas e soltou um longo suspiro. Olhou para a que eu escolhi e deu de ombros. Enquanto ele se trocava peguei meu telefone e continuei a passear pelo Instagram.

– você vai com essa roupa ? – Maxon disse enquanto passava perfume.

– ir pra onde ?

– você vem comigo. Eu disse para você que ela levaria uma amiga.

– meu anjo, eu não vou nem fudendo.

– a você vai !– ele disse indo em direção ao armário e me jogando uma de suas camisas – coloca essa merda e se prepara !

Estava com fogo em seus olhos enquanto procurava uma calça pra me dar. Eu ia saindo de fininho do quarto, mas com um simples movimento ele fechou a porta com o pé

– você vai colocar essa roupa agora.

– eu não vou – disse calmamente

– olha – afirmou antes de respirar– eu realmente gostaria de ter alguma relação com essa garota. Não só sexual, mas se ela quiser eu quero. – e com um sorriso malicioso continuou – essa é minha chance de conhecê-la, mas ela vai com uma amiga. Pra não ficar um clima estranho eu disse que também levaria um. Se você quiser pode ficar trinta minutos e fingir que estão te ligando pedindo sua ajuda em algum lugar. Eu sei lá ! Inventa qualquer coisa. Por favor. Vai comigo !

Observei atentamente aquela cena. Ele parecia nervoso, era raro eu vê-lo Assim.

- Trinta minutos

E sai em direção ao banheiro com as roupas que ele havia escolhido.

O atendente do StarbucksOnde histórias criam vida. Descubra agora