cap 3

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Brandon

Estávamos no meu carro. Não nos falávamos muito. Donde eu fui tirar a brilhante ideia de chamar uma pessoa que eu nem conheço pra sair ? EU NEM GOSTO DE SAIR COM AS PESSOAS E TER CONTATO SOCIAL !!

Ela ia pelo caminho calmamente observando pela janela, parecia relaxada com o movimento do carro, não queria atrapalhar seu momento fazendo uma pergunta besta. Apenas respeitei e continuei o trajeto até o McDonald's em silêncio.

As ruas não estavam com muito movimento, já era tarde. As luzes da cidade se movimentavam de uma forma constante e bela. Vermelho, azul, verde, amarelo, coral, cores nunca vistas antes se formavam diante ao céu negro a nossa frete. Agora eu entendia o porquê da adimiração dela pela estrada, era realmente linda.

Havia entrado umas músicas mais calmas na minha playlist o que deixava o clima ainda mais relaxante. Aproveitando o caminho reto a observei pelo canto dos olhos. Estava quase dormindo. Fiquei sem reação. Não sabia se comprava o lanche ou a levava pra casa, e se eu a levasse pra casa teria que ser pra minha já que ela está sem a chave. A olhei de novo, estava apagada já. Respeitei fundo e dei meia volta, ela teria que dormir em minha casa hoje.

Não foi fácil tirá-la do carro sem a acordar, tive que levá-la em meu colo até o quarto. A coloquei suavemente na cama e passei uma coberta até a altura da cintura. Respirei fundo sabendo que passaria a noite no sofá. Peguei uma roupa de dormir qualquer, estava exausto, e sabia que ficaria ainda mais acordando de manhã cedo pra ir trabalhar. Por que diabos Maxon teve que inventar de sair em plena terça ? Após o banho me deitei no sofá e adormeci rapidamente.

Acordei bem cedo, devia ter dormido cerca de 3 horas no máximo. Me levantei e fui direto pra cozinha preparar alguma coisa, aproveitei pra pegar um copo d'água e um remédio pra coluna, estava morto por dormir no sofá.

Vesti uma calça preta e uma camisa branca qualquer. Peguei um remédio pra dor de cabeça e deixei em cima da ilha junto com um copo com água e bilhete. Respirei fundo com a situação em que me encontrava. Havia uma garota que eu não tinha intimidade nenhuma deitada na minha cama.

Então eu saí pra mais um dia de trabalho monótono. Talvez eu me divirta vendo as garotas tentando esbarrar em alguém e se apaixonar por ele e não conseguindo.

~*~

Ana

Acordei com uma puta dor de cabeça, e do jeito ela era daquelas bem caras. Abri os olhos e me vi em um lugar desconhecido. Minha primeira reação foi surta obviamente.

- PUTA QUE ME PARIU DE QUARTO EM UMA BANHEIRA !- exclamei antes de me arrepender por gritar

Eu não havia ficado bêbada, pelo que eu lembre, mas essa dor de cabeça estava tensa. Levei minhas mãos até o bolso de minha calça e peguei meu celular, ele ainda tinha bateria, graças a Deus. Abri as mensagens primeiro e só tinha de Luna. "Aonde você está ?" Me levantei e sai lentamente do quarto incrivelmente organizado. Dei de cara com um corredor que levava até uma pequena sala, vazia aparentemente. Continuei andando e tentando me lembrar de alguma coisa. Na ilha da cozinha tinha um copo com água, umas cartelas de remédio e um bilhete.

"Desculpa não estar aí com você pra quando você acordasse, tive que sair pra trabalhar. Você dormiu no carro e eu a trouxe pra minha casa. Tem um copo com água e uns remédios pra você junto com esse bilhete, além de café na garrafa e algumas panquecas no microondas"

Fiquei aliviada ao saber que Bran tinha cuidado de mim, ele podia simplesmente te me devolvido pra Luna mas não o fez. Tomei os remédios e fui pegar o café e panquecas pra comer, já sentia a dor de cabeça melhorando.

Eu não sabia o que fazer diante essa situação, é a primeira vez que caio bêbada em algum lugar e alguém me leva pra casa e quando acordo essa pessoa não está. Meus ombros ficaram tensos com toda essa situação. Talvez um pouco mais de café me fizesse bem, mas o da garrafa havia acabado.

Peguei a chave que ele havia deixado em cima da mesa e fui pro Starbucks.

Eram umas 7:30, devem estar abrindo por agora. Indireitei meu colete em meio ao caminho, era uma manhã fria de outono com várias folhas caídas no chão. Continuei meu caminho meio distraída e escutando minhas músicas, o dia estava bonito, mas ao mesmo tempo meio fúnebre. Já estava chegando perto do café quando esbarrei em alguém, ou melhor, alguém esbarrou em mim. Antes que eu caísse senti alguma coisa segurando meu braço e me puxando, subi meu olhar vagarosamente até encontrar com os olhos negros de Bran.

- Temos que parar de nos encontrar assim- disse entre risos

- Obrigada por ontem, você não precisava fazer tudo aquilo

- Que isso, não se preocupe, se precisar cair bêbada em algum lugar minha casa está sempre as ordens- alguma coisa naquelas falas fez meu coração estremecer

- Obrigada. - suspirei, não sei se foi por estar aliviada de não ser um incomodo ou pelo vento frio que passava entre nós. Isso me fez de lembrar do motivo de ter vindo aqui- Pode me fazer um café ?

Com um breve aceno de cabeça ele confirmou. Íamos entrando quando escutei a voz do Maxon reclamando de alguma coisa.

- Sabe - a voz de Bran me chamou a atenção - geralmente as pessoas que se esbarram enfrente ao Starbucks acabam se apaixonado - reparei suas bochechas um pouco coradas - não que eu esteja falando que vai acontecer entre a gente - completou rapidamente me fazendo rir um pouco- mas, eu acho que podemos ser bons amigos. Eu preciso de uma desculpa pra ficar em casa quando o Maxon quiser me obrigar a sair com ele.

- Isso seria ótimo, Luna quer me mostrar a cidade inteira, mas eu não tenho paciência nenhuma.

- Então o que me diz. Amigos ?

- Claro - apertei brevemente sua mão estendida - Amigos

O atendente do StarbucksOnde histórias criam vida. Descubra agora