Capítulo 1-My Prince;

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  Mais uma dia eu estava no recreio olhando os rapazes jogarem através da grade que separava o jardim da minha escola da quadra de basquetebol dos garotos do ensino médio que estudavam logo ao lado, na verdade, para ser honesta com vocês, estava era assistindo somente um certo poste de cabelos e belas íris roxas, tinha pele pálida e algo em especial que fazia sempre o meu coração acelerar com somente um sorriso, Gakupo Kamui, meu príncipe... Pena que aquela mula não vê isso, cego que só o coitado! O que eu podia esperar? Amigo do meu irmão, claro que ia ser tapado para achar ele legal.

— Hey! Olha como o Len fica lindo até suado! — Dizia Neru toda derretidinha observando meu gêmeo. Falando em cegos o que aquela cega vê no meu irmão?! Ele é mulherengo, como ela pode amar... Aquilo?! Só podia ter minha aparência para ser amado assim...

— O Len? Fofa, o Kaito dá de dez a zero no "seu" loiro pateta e mulherengo!

—Também para ser meu homem não pode ser pouca coisa — Respondeu Miku, minha melhor amiga convencida, jogando seus cabelos esverdeados para detrás do seu ombro.

Não entendo como isso pode ser de alguma forma uma competição... Afinal, a verdade está na cara delas, Gakupo dá de 100, não, de 1000 a zero em qualquer garoto dessa escola, nem adianta discutir.

Reviro os olhos e solto uma leve risada, até que a situação era bem divertida. Penso enquanto dou de ombros desistindo da minha pose de séria, preciso voltar a prestar atenção somente no meu príncipe... Acabei soltando um suspiro apaixonado enquanto o observava comemorar a milésima cesta com Kaito e Len, seu sorriso não poderia ser real, ele era tão... Tão... Perfeito! Meu coração deu um pulo com aquela cena, como sempre fazia.

— Hey, meninas! — Ouço Kaito, o que me fazendo desviar a atenção de Gakupo. Espera... Eles nos viram?! SUJOU, SUJOU, SUJOU! CORRE BERG! MEU IRMÃO VAI ME ZOAR!

Eles andaram até perto da grade, enquanto a coitada da minha pessoa rezava para que pensassem que estava com febre, não seria tão difícil até porque meu rosto estava praticamente queimando, e parecia estar praticamente morrendo de frio de tanto tremer... Pelo amor de Deus, que Gakupo não tenha percebido que eu estava olhando para ele o tempo todo.

—E aí delícias?— Diz Miku apoiando seu rosto na sua mão e seu cotovelo na grade tentando flertar de forma até que cômica com os rapazes. Não esperava menos dela, a safada número 2 da turma, a número 1 sou eu.

—O-oi...— Murmuro dando-lhes um tímido aceno com muita dificuldade. Estava praticamente em pânico.

—Oie, princesa— Disse Gakupo com aquele sorriso perfeito que me desnorteava. Ele estava falando comigo?! Deveria estar pois estava olhando logo na minha direção, produção não para não.

Miku revezava seu olhar malicioso para mim e para Gakupo, sem demorar muito, um arrepio passa pela minha coluna vertebral, eu sabia que algo bom não estava para sair da boca da esverdeada, sempre que sentia isso era porque ia dar ruim.

—Ingi, sua safada! Pegando até os jogadores! Me arranja um esquema também.

Eu dou um fraco tapa em seu braço. Eu tenho uma mão de bebê e sou desprovida de força mas se eu não fosse eu tinha arrebentado o braço dela se eu pudesse. Estava com as bochechas cheias de ar pela minha raiva. Então senti Gakupo cutucar meu ombro com o seu indicador que passou através de um buraco da grade.

—Você fica fofa quando está brava, princesa, parece até um hamster com estas bochechas cheinhas.

—Gakupo, eu aviso que é para tomar juízo porque não quero miniaturas da minha irmã para cuidar não. Deus me defenda de ser tio tão lindo, maravilhoso e jovem.— Disse meu irmão que até o momento só estava olhando a cena com uma cara de quem estava esperando dar ruim para fazer ficar pior.

—Juízo que nada, bom é sem ele que a gente faz umas coisas bem mais divertidas.— Miku tomou o meu partido, novamente com um tom malicioso em sua voz.

Kaito aproveita a proximidade do rosto de Miku com a grade e sussurra no seu ouvido algo que a fez sorrir de forma maliciosa e morder seu lábio inferior, aí depois a safada sou eu. Deus dei-me forças porque eu posso ter fogo mas não é por isso que sou vela.

O som do sino ecoando por toda a escola sinalizava que o recreio havia acabado e ,infelizmente, teríamos que voltar para as nossas salas.

—Bom, até mais tarde meninas!— Meu irmão falou com um tom mais alto de voz enquanto estava saindo e acenando para nós com um sorriso. Ele acaba dando uma piscadela para Neru antes de sumir no portão que levava para dentro da escola, não precisava olhar para a minha amiga para ter plena certeza que ela estava com o rosto vermelho de vergonha.

—Até mais princesa, quer que eu a acompanhe hoje no caminho para casa?— Perguntou-me Gakupo enquanto me olhava atentamente. Ele sempre demorava mais que os outros para entrar, ele dizia que era porque queria passar até o último momento com a gente, por que teria que ir trabalhar logo hoje e perder essa oportunidade?!

—Sinto muito Gaku-chan, mas, eu tenho que ir para o café hoje...— Estava tentando ao máximo não mostrar o quanto estava triste por aquilo no meu tom de voz, mas acho que não adiantou muito e a minha expressão facial já me entregou. Por quê? É porque ele fez a mesma expressão que ele fazia ao me ver chorando por cair no pátio da escola, ou quando as meninas da minha antiga turma vinham me atormentar com piadinhas sobre meu rosto bochechudo ou pela minha quase que completa falta de seios.

—Não se preocupe, você sai comigo algum outro dia... Quando chegar em casa a gente marca por mensagem.— Ele me deu uma piscadela e um aceno antes de sair calmamente para dentro da escola. Eu queria observar mais um pouco ele mas tive que sair correndo para acompanhar Miku e Neru. Gakupo tem me tratado estranho nas últimas semanas, não é um estranho ruim, é um estanho bom... Um estranho que tem me dado esperanças de que ele talvez, só talvez, sinta o mesmo por mim.

Passei o resto do tempo que tinha até a hora de ir para o trabalho me beliscando com toda a força que eu tinha para isso, podia ser fraca mas quando eu beliscava era pra arrancar a pele, eu fazia isso num intervalo de 10 em 10 minutos, por quê? Porque eu queria ter certeza de que eu estava acordada e que tudo aquilo não fora o melhor sonho que tive em tempos, fora o sonho em que eu estava vestida de princesa sentada em um trono observando Shawn Mendes e Gakupo brigarem por mim. No dia seguinte eu fiquei com a mão doendo de tanto me abanar quando eu lembrava. 


17:30 P.M 


Hoje foi muito cansativo... Quase que derrubo os pedidos hoje no mínimo umas 5 vezes! Creio que estava mais distraída hoje do que nos outros dias, não é para menos afinal meus pensamentos estavam completamente dominados pelas lembranças do apelido novo que Gakupo me dera e o convite irrecusável dele. Tive que me beliscar tantas vezes só quando entrei na sala de aula para ter certeza de que não estava sonhando que acabei deixando meu braço vermelho, quando finalmente consegui me convencer meu braço já tinha uma enorme marca vermelha, mas valeu a pena!

Infelizmente eu tinha que passar por algumas ruas que ficavam normalmente vazias nesse horário que saio do trabalho para chegar em casa. Sempre sinto arrepios e um frio enorme na barriga, eu falto pouco morrer de infarto pelos caras estranhos que ficam olhando para mim e soltando assobios, risadas pervertidas e olhares de predadores famintos.

Eu já estava quase chegando em casa até que alguém agarrou o meu pulso. Virei-me para ver quem era e lá estava a razão dos meu medo, uma figura desconhecida de um homem com roupas velhas que cheirava a cinzas e álcool, mostrando que estava bêbado e drogado, ele era só mais um pouco alto que eu, tinha uma pele branca e tatuagens até aonde podia ver, usava uma touca preta nos cabelos e um moletom azul que estava completamente sujo e moribundo.

—Ei! Me larga!— Eu gritei para ele em seguida dando-lhe um chute certeiro no meio das suas pernas que graças a Deus o fez me largar.

Pude o ver se levantar furioso e não adiantaria gritar por socorro, não havia ninguém por perto, mesmo assim eu gritei o mais alto que pude. Quando o homem começou a aproximar-se coloquei os braços na frente do meu rosto por impulso e fiquei esperando o golpe dele, não só por isso mas também pelo pior, mas... Parece que a minha sorte estava boa hoje, eu ouvi sons de pancadas, golpes, gemidos de dor e um curto e fino grito do homem. Não pude evitar de chorar de alívio mas também de medo por poder ser outro tarado querendo fazer o mesmo que aquele cara queria, eu só tampei meu rosto com as mãos, cai de joelhos no chão e me pus a chorar o máximo que eu podia.

—Hey, seu guerreiro tá aqui princesa, ele não vai deixar ninguém além do seu príncipe lhe tocar...— Eu tirei as mãos do rosto na mesma hora, chorando de alegria por reconhecer a voz dele... Como sempre, Gakupo vem me proteger na hora exata, mas meu príncipe é tão estúpido que nem se toca que ele não é só um cavaleiro... É meu príncipe.


—Idiota... Você não se toca?...— Limpei as minhas lágrimas e me joguei em seus braços, o abraçando com certa força. Comecei a encher seu rosto de beijos e sem querer acabei lhe dando um selinho, mas eu ignorei a minha vergonha — Bem que mamãe me dizia que homens são lerdos demais para ver o óbvio.

—R-Rin? Me tocar do quê? V-você nunca ma chamou de lerdo antes, eu fiz algo errado? — Ele parecia nervoso, ele raramente me vê daquele jeito com ele, depois do que disse também quem não ficaria assustado, nervoso, confuso? Também era como ele disse, já o xinguei outras vezes mas nunca de lerdo por mais vontade que eu tivesse.

—Gakupo, quando você vai perceber que você não é meu cavaleiro e sim meu príncipe?

—Rin...?—Eu não sei o quê aconteceu, só sei que apaguei na mesma velocidade que eu tinha tomado coragem para pela primeira vez tocar os lábios do arroxeado, quando me dei conta eu estava no meu quarto, mas, ele estava ao meu lado me abraçando com certa força, ele estava dormindo e eu? Decidi não acordar ele agora, vou esperar ele me acordar amanhã com um beijo de amor verdadeiro, né Gakupo? 

O Príncipe-Livro 1: As Lembranças Do DiárioWhere stories live. Discover now