Negritude!

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Negra de negritude parda,
Parda, e porquê?
Ouvi falar que pardo é...
É...é cor de papel!

Me torce, contorce,
Me sente! Mas não me toque,
Sou intocável, porém maleável,
Mas não vou seder.

Trabalho, trabalho e trabalho,
Corpo cansado do dia puxado,
Mas me mantendo de pé,
Querendo ou não eu fico.

Negra do cabelo black,
Do rosto fino, lábios grossos,
Negra mulata do corpo gostoso,
Mal entendido os olhares visitantes.

Negra! Negra eu, negra ela,
Negra tu, que o suor queima,
Arde, escorre todos os dias,
Lágrima da roupa torcida e estendida no varal.

Não tenho sinhá ou sinhô,
Minha vida é relevante,
Queriam que eu fosse uma traficante, né?
Mas escolhi ser protagonista.

Enceno minha vida em outras,
Eu sei que alguém sempre passa,
Torturas, abusos, escravidão?
Sim, ainda existe e não vai parar!

Coloco um sorriso no rosto dia-a-dia,
Seguro as lágrimas e vou em frente,
Vejam, sou negra, sou negro, sou "sujo",
Mas o preto no escuro também pode brilhar!

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