Ela é o Diabo (Degustação)

Parte 2 - Andrews

Enquanto Ellen estava comigo, vi quando um dos homens na mesa colocou algo em seu copo, estava prestes a alertá-la quando ela falou sobre o meu tipo de gente. Levei meu copo aos lábios e engoli um pouco do whisky, ela seguiu de volta à mesa e bebeu do seu copo me encarando com aquele olhar de raiva que estava me enlouquecendo, permaneci onde estava, sabia que logo ela cairia com aquilo.

Paguei a conta e caminhei para fora exatamente no instante em que ela repousou a cabeça sobre a mesa, permaneci parado recostado ao meu carro enquanto observava todos os companheiros dela saindo, as mulheres pegaram um táxi enquanto os homens entraram em um segundo, restando apenas Ellen e o homem que a drogara.

Suspirei imaginando se tinha enlouquecido, o homem a encarava e não era preciso ler pensamentos para saber o que se passava na cabeça dele. Segui até o homem e ele me encarou, por um instante não me reconhecendo, logo depois seu rosto ficou pálido.

— Sr. Jordan, estou levando minha amiga para casa, ela bebeu um pouco demais — o medo no rosto do homem era evidente.

— E creio que o fato de ela estar desmaiada, nada tem a ver com o que você colocou em sua bebida. Certo? — Acusei sem alterar o meu tom de voz.

Peguei o braço livre da mulher e passei-o sobre o meu pescoço, erguendo-a do chão.

— Passe no escritório segunda, apenas para pegar suas coisas — avisei.

Caminhei para o carro com a garota desacordada em meus braços, assim que a coloquei dentro, dirigi até a minha casa, não havia muito que eu pudesse fazer por ela naquele momento. Quando entrei, carreguei a mulher até o quarto e a coloquei sobre a cama, seu rosto estava contorcido. Ela se sentou abruptamente e vomitou, sujando os lençóis e as próprias roupas.

Bufei me perguntando no que eu tinha me metido, a empregada já tinha ido embora àquela hora, retirei os lençóis esforçando-me para não vomitar em seguida. Tirei a blusa dela e depois as calças, não havia roupas naquela casa que servissem numa mulher tão pequena, acabei pegando uma de minhas camisas e vestindo nela.

Imaginando se ela não iria sufocar no próprio vômito durante à noite permaneci no quarto, sentei-me na cama tentando descansar um pouco.

Havia muitas coisas que eu queria dizer para ela quando acordasse, mas quando vi sua expressão fiquei paralisado. Eu a observei o dia inteiro e à noite inteira, admirando calado sua aparência brava, me perguntando como cabia tanta raiva em uma mulher tão pequena, ela estava completamente relaxada e parecia em paz enquanto dormia que me vi sem lembrar do que tinha pensado em lhe dizer.

Retirei os fios de cabelo do seu rosto e deixei que ela dormisse, acabei adormecendo ao lado dela. Senti uma mão retirando meu braço e acordei, a garota parecia nervosa, sequer notara que despertei. Ela mordia o lábio e tinha um pavor estranho no rosto. Não havia mais toda aquela raiva do dia anterior em seu rosto.

Deixei que ela saísse e caminhasse pelo quarto, Ellen levou a mão a cabeça tentando entender a própria situação, resolvi continuar deixando-a apavorada, assim ela poderia ser mais cuidadosa numa próxima vez. A mulher pulou e cobriu a boca com a mão contendo gritos.

Espreguicei-me e abri os olhos, a encarei usando a minha camisa e sorri, a mulher pareceu entender aquilo como um sinal do que possivelmente acontecera na noite anterior, tirou a mão da boca e me encarou com os olhos arregalados.

— Bom dia! — Desejei.

— Sr. Jordan... Poderia me dizer... O que aconteceu entre nós? — Ela gaguejou.

— O que quer dizer? Você não se lembra? — Ela pareceu se esforçar para lembrar, mas totalmente sem sucesso.

Lágrimas rolaram pelo rosto dela e senti-me um idiota por ter feito aquela brincadeira para assustá-la. Levantei da cama e caminhei até ela, segurei seu queixo e vi-a engolir em seco.