Sasuke apagou o cigarro, e olhou o celular mais uma vez, a falta dela era maior do que podia suportar, maior do que aguentaria sóbrio. Tentou não abrir a galeria de fotos, desligou o celular e ligou novamente. Foi frustante quando passou as fotos uma a uma, a imagem de Sakura refletida, o sorriso que não deixava os lábios dela, o brilho no olhar quando sorria para a câmera, eram bons momentos, e ele agora estava se sentindo o maior idiota da face da terra, como pôde acreditar nos boatos? Como pôde por em prova todo o amor que sentiam por nada? Ele não sabia responder as próprias perguntas, a questão é que dessa vez ela se cansou, foi embora.
A casa ainda estava uma bagunça, a louça suja, os lençóis bagunçados, ele agradeceu das roupas dela ainda estar la, ele ainda tinha uma prova real de que ela voltaria, mesmo que fosse apenas para retirar os restos de pertences que estava la.
Mais uma vez ele arruinou tudo, autodestrutivo, arruinou a unica chance que o destino deu de mudar sua vida. Sakura não era apenas seu amor, ela era sua luz, ela era sua música e a maior inspiração para que ele continuasse a dançar. Mas ele não dançaria mais, sua arte e sua devoção era por ela, e ela foi embora. Para sempre.
Como passaria agora a falar de amor? Como ousaria entrar no palco e compor músicas que não seriam destinadas a mais ninguém a não ser ela? Ela ouviria ainda? Iria a algum concerto? Iria ver a apresentação dele e se recordar que também o amava? Ele não iria conseguir compor músicas o suficiente para expressar o que sentia, ele erraria o compasso da dança quando apresentasse para centenas de pessoas que não teriam os olhos brilhantes como o dela, nem os lábios com aquele contorno de sorriso que ele sábia ser orgulho pela profissão deles. Porquê eles eram sintonia, compasso, letra e melodia juntos, mas agora Sasuke não passava de uma nota desafinada em um violão velho. Doia ter que admitir que ela estava melhor assim, longe de toda carga emocinal, lutando por um futuro melhor, doia admitir que ela encontraria alguém que não tivesse os trocentos problemas dele, que ouviria ela sempre e que mesmo nas dificuldades não correriam com medo dos problemas, doa a quem doer, a verdade é que para ele, o Amor doía, machucava, como todo bom dançarino sabia que a dor também era arte, e se deixava levar pela sensação de prazer que ela proporcionava. Bom, agora ela se foi, e as fotos continuam no celular, e as músicas e cd's ainda estão na estante, e as malditas redes sociais estavam ali para matar ele novamente quando visse que ela realmente se foi. Doce Sakura. Linda, bela e doce garota. Eu ainda amarei você. Me perdoe.
