O que te prende?

Capítulo 2: O que eu fiz pra ser assim?

               
                 2009-15 dias depois

Cristopher

      Estou no aeroporto,pronto pra me mudar.
    Minha mãe esta em silêncio olhando para algum ponto fixo e Martin está tagarelando sobre as coisas que nós podemos fazer quando ele me visitar. E eu tento encontrar meus fones que perdi na imensa bolsa.
     Ah,meu pai disse que estava ocupado demais com o escritório, mas me desejou sorte e disse que logo vai me visitar.  Eu queria ficar feliz por ter o apoio dele,mas eu sei que ele apoia o Cristopher que ele criou. O Cristopher que vive preso nos padrões.  Ele não me ama de verdade.

     Encontro os fones, e sorrio pra moça que recolhe minhas bagagens. Ela está com um decote maior que minha sensatez e sorri de forma sutil enquanto me lança um olhar insuniativo, e eu faço cara de paisagem e aceno.

     - Ela estava querendo teu corpo, maninho.

    - Pode ficar pra você ,Martin. - Respondo no mesmo tom,enquanto abraço minha mãe, que esta quieta desde quando chegamos aqui.
    - E a senhora mamãe,o que aconteceu? - Acaricio seu rosto,enquanto chamo sua atenção.

    - Estou feliz por você ,mas triste pela distância que vai nos separar de agora em diante.
    Seus olhos estão tristes, e eu abaixo meu olhar enquanto seguro suas mãos e as levo em meu peito.
    - Vocês estarão comigo ,todos os dias mãe. Nos já tivemos esta conversa - digo sorrindo de canto - E eu logo vou buscar a senhora e o chato do Martin pra passar um tempo comigo.
   - Eu sei filho,mas quando você encontrar alguém, uma pessoa pra morar com você,não vai voltar mais pra casa.

    - Está é uma questão futura mamãe- Falo enquanto a abraço apertado- Eu prometo que vou sempre dar um jeito de nos vermos.

    - Jura?

   - Juro- Digo beijando o topo de sua cabeça - Cuida do Martin e  do papai. Eu volto depois que ficar milionário.

    - Eu posso ir morar com você? - Agora é a vez de Martin falar.
   
- Pode,só que espera eu ficar rico, por que você come muito e vai dar muito gasto - Falo enquanto bagunço seu cabelo ,e ele sorri.

     Eu definitivamente vou sentir falta deles,mas é impossível entrar na água e não se molhar.
     
    Conversamos por mais alguns minutos e enfim,entro no avião e respiro fundo,deixando todo meu medo pra trás.
     Eu queria muito poder dizer que sou maduro o bastante pra saber bem o que eu quero em relação as minhas mais secretas vontades, mas eu não sei quem sou,só sei do que não gosto.
    
       Eu preciso de um tempo sozinho,pra me encontrar nem que isso exija me perder.

     E começar uma vida nova exije deixar a antiga pra trás, então Arizona ,lá vamos nós.