O amor que há entre nós

Capítulo 2

Ana
☼ ☼ ☼ ☼ ☼ ☼

— Bom dia Mike.

— Bom dia, estava te esperando, você tem que acordar mais cedo pra não atrasar e poder tomar café com calma.

— Vamos, isso aqui é suficiente pra me deixar em pé o resto da manhã. —Peguei uma maçã e mostrei. Fui com Mike de carro, cheguei na escola peguei meu livros e fui para a aula; assim que entrei vi Lizy apontando um lugar pra mim.

— Bom dia Ana.

— Bom dia.– falei enquanto me sentava.

— Reservei uma carteira pra você.

— Obrigado.– ela tá sempre com um sorriso no rosto.
Ela era a única pessoa que falava comigo na escola, mas eu sabia que a qualquer momento isso podia mudar então não fico animada. Diana ficou me encarando, mais não liguei muito pra ela, e tratei logo de desviar o olhar.

As aulas passaram voando, e como sempre nada de interessante. O sinal tocou e fui caminhando para casa, o Mike ia ter treino então não quis atrapalhar, o marido da minha mãe não tinha tempo pra ir me buscar, assim como ela, então fui caminhando pensando no dia tedioso de hoje. Cheguei em casa tirei o tênis e cai na cama. Quando desci era umas duas da tarde, e como sempre minha mãe não estava em casa, quem estava era Juliana, acho que ela não gostava de mim mais o sentimento entre nós duas era recíproco.

— Oi, como foi seus primeiros dias na escola?

— Foi...–assim que abri a boca ela me interrompeu.

— Foi terrível eu sei, riram de você né?

— Deixa de ser idiota Juliana.

— Ta bom, eu vou sair se quiser comer esquenta.

— Juliana? – ela se virou — Você só implica comigo porque sabe que eu sou mais bonita e melhor do que você em tudo. —respondi

— Quem você pensa que é? Você não deveria falar assim, você não sabe do que sou capaz.

— Vai embora, eu não tenho medo das tuas ameaças. —  ela adorava me estressar, me tratava bem enquanto tinha gente por perto, mas quando só era nós duas ela mostrava a cobra que era. Ela saiu bufando e falando um monte de coisa, diferente dela eu não ligava muito. Como sempre sozinha em casa, tédio, tédio e mais tédio.

Os dias se passaram, e quando percebi um mês já tinha passado. Eu fui pra escola e ninguém me enchia o saco e eu gostava disso, da tranquilidade.

Tocou o sinal e vi uma garota correndo me chamando...

—Ana, Anaa ...

— Oi? –falei virando pra ver quem era.

— O que você vai fazer hoje a noite?

— Oi Lizy, vou estudar, assistir, sei lá as mesma coisas que faço.–respondi

— Vamos pra minha casa?

—Aaah não Lizy, obrigado eu vou dormir tô cansada, outro dia eu vou.

— Essa é a terceira vez que te chamo e você recusa, hoje você vai. Aaa vamos vai ser legal, por favor, para de enrolar.

— Ta, ta bom eu vou.

— Está certo eu vou te buscar ás oito?

— Vou estar esperando. —falei parecendo estar animada.
Cheguei em casa muito cansada, eu tinha um problema de respiração, fui diagnosticada com com DPOC-Doença pulmonar obstrutiva crônica, quando tinha 6 meses de nascida (pra completar a porcaria da minha vida) então eu ficava muito cansada quando caminhava, tirei o tênis, a roupa e segui para o banheiro, tomei banho e me deitei, tentei descansar enquanto conectava o aparelho de oxigênio em mim, quando minha respiração estabilizou deixei o aparelho de lado e dormi.
Acordei e ia dar oito horas só faltava quinze minutos, levantei as pressas, fui escolher minha roupa, soltei o cabelo e quando fui saindo do meu quarto ouvi minha mãe falando com alguém no telefone.

—Você sabe que está fora de questão deixar ela voltar... porque? Não se faça de sínico... foi por isso que mandou ela pra cá? Você nunca soube arcar com responsabilidades... não fale assim comigo... eu sei que tenho culpa, não me lembre de coisas que nunca esqueci. fale a verdade, você é o pai dela...

— O que será que ela está falando com meu pai?– tentei me aproximar do quarto dela, só que ouvi alguém vindo e eu desci as escadas pra não ser vista, fui descendo tão rápido que acabei caindo.