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Ryan P.O.V.

Depois de arrumar minhas coisas, desci para o hall onde Jake me esperava.

"Senhor"- ele abre a porta e eu entro.

Eu fico olhando para o vidro do carro sem dizer uma palavra, pensativo..

"Está tudo bem Senhor?"- Jake se pronuncia.

"Como?"- eu saio de meus devaneios e o olho.

"O senhor está quieto, está tudo bem?"- Jake se preocupa.

"Não é nada, só não estou muito disposto hoje.."- suspiro.

Eu volto a olhar para o vidro, hoje foi um dia cheio de fato...eu espero que ninguém a toque! Se não ela será punida da pior forma possível! Cheguei em casa, fui direto para o banho, assim que a água quente toca meu corpo solto um gemido de alívio. Saio com uma folha na cintura e vou até meu celular que está na sala, 23:00h ainda, eu dei um limite de até uma da manhã. Eu ando pela casa, me troco e volto para meu sofá.

"Essa casa fica mesmo quieta sem aquela garota aqui..."- eu penso, então vou para meu quarto separar minha roupa de amanhã.

Abro meu closet, enquanto pegava uma das minhas camisas, eu percebi que há uma caixa no fundo do guarda-roupa.

"O que isso?"-eu pego a caixa a levando pra cama.

Era uma caixa simples, não tinha selos, nem nenhum papel, nem marcas de rasgos de um, então não era una encomenda. Abri a caixa, me surpreendeu o que tinha dentro: fotos minhas e da minha família, um trem e trilhos desmontados e um livro. Eu tiro as coisas uma por uma dando uma olhada, principalmente no trem e dou um sorriso, eu amo trens desde pequeno, meu pai já foi maquinista e me contava suas histórias ou escrevia em seu diário de viagem que deve ser esse livro, assim quando abro o livro e o folheio reconheço a letra dele, uma carta cai. Eu a analiso, ela não tem selos, mas tem remetente:

*De: Sérgio Mondrez Carter
Para: Ryan Carter*

É...do meu pai, pra mim...? Eu abri cuidadosamente o envelope, percebi a letra do meu pai em caneta de bico de pena, então comecei a ler...

*Querido filho,

Se está lendo esta carta, quer dizer que estou morto...mas não vim aqui me te lembrar de algo tão simplório e sim, por meio desta carta, dizer o que seria minhas "últimas palavras". Por ser um homem frio e sempre objetivo, não dei muita atenção à minha família, não percebi que estava crescendo, você deve ser um adulto agora....gostaria de ver o homem que se tornou...espero que não tenha virado um homem como eu: frio, passando por cima de tudo em seu caminho sem se preocupar com o que ficar atrás....

Eu vim pedir desculpas, nunca fui um homem de muitas palavras, mas no final de minha vida percebi o tempo que desperdicei.. o mesmo que eu podia ter aproveitado melhor com minha família... então, meu filho, me perdoe por nunca ter te auxiliado em nada nem a sua irmã. Espero que possa me perdoar, e que tenha se tornado um homem diferente de mim.

Te amo,
Seu pai. *

Antes que eu pudesse perceber, lágrimas tomaram meus olhos...

"Pai..."- eu sussurrei enquanto meu corpo se enrrigecia.

Eu comecei a lembrar de minha infância, meu pai vivia trabalhando, quase nunca estava em casa e quando estava, estava trabalhando em sua sala, trancado. Pousei meu rosto na cama e fazia força pras lágrimas cessarem, então meus olhos foram ficando pesados...

"Ryan..."- ouvi uma voz familiar-"Venha aqui, Ryan..."

Uma luz e vejo meu pai, me estendendo a mão para ver sua coleção de trens de brinquedo.

"Veja filho como é o caminho do trem pelos trilhos!"- ele diz sorrindo.

"Que legal!"- eu rio, me apoiando na mesa onde esta os trilhos.

"Sim! Viajar pelos trilhos é incrível, ainda mais quando se pode conhecer lugares e pessoas diferentes!"- meu pai sorri.

"Pai um dia posso viajar com você??!!"- eu pergunto feliz.

Então escuto um som alto como de sirene.

"Pai?"- eu chamo-" PAI!"

Então tudo fica escuro e abro os olhos. Olho ao redor, estou no meu quarto, eu peguei no sonho lembrando de quando meu pai me mostrou seua coleção de trens...eu tinha 9 anos antes do ocorrido...percebo meu celular tocar e vou até ele.

"Alô?"- eu reconheci a voz na hora, Anastácia!

Ela pediu que eu a buscasse então olhei no relógio, ja deu a hora! Pego minhas chaves e entro na carro, quando chego no lugar não a vejo, então decido fechar os olhos para esperar. Acordo com alguém batendo no vidro, é ela.....eu estou sonolento e me lembro que trocamos de lugar para que ela dirigisse se ela ralar mesmo qur um pouco isso vai pra dívida dela!

"Vamos pra nossa casa..."- eu digo enquanto durmo no banco.

Abro os olhos quando chego em casa, eu subi preguiçosamente e vou me trocar pra dormir enquanto Anastácia toma um banho.

Escuto baterem na porta.

"Entre"

"Eu...vim dar boa noite.."- ela diz sem jeito.

Que estranho, geralmente ela dorme direto...mas...

"Anastácia venha aqui..."- eu digo.

Ela se aproxima com cautela e quando chega em minha frente eu a abraço, minha cabeça está zonza... por que estou fazendo isso?...

"Ryan..! O que você...?!"- ela tenta falar, mas eu a aperto mais..

"Durma comigo esta noite...."- eu digo.

"O que?!"- ela me larga e me olha.

Minha visão está embaçada...que expressão ela está fazendo?...

"Ok..."- ela diz.

Deitamos e a abraço colocando meu rosto em seus cabelos, inalando um cheiro doce...eu adormeço...

Pleasure ||R.C||Onde histórias criam vida. Descubra agora