UM

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Richard Hoffman, meu pai, se estivesse vivo, provavelmente me diria neste momento: "este é o meu garoto". Bom, ao menos é o que imagino!
Já o meu avô, o senhor Theodore Hoffman, ou Ted para os íntimos,é um homem reservado e quer me ver casado de qualquerjeito. Acha que passei da hora, pois já tenho trinta, e acredita quedesperdiço a minha vida com festas e mulheres depravadas. Agora,por exemplo, estou ao telefone com ele, recebendo mais um de seussermões e me sentindo um adolescente idiota.— Que absurdo, Jason! Há quantos dias você não dorme? Você sabe que isso vai acabar com o seu rendimento no trabalho, não sabe, meu filho? Você está bebendo de novo?! O que está faltando em sua vida?

Sim, eu sei. Meu avô faz mais perguntas que um vendedor deseguros de saúde. Mas já estou acostumado com seus interrogatórios incessantes. — Não se preocupe, vô, não estou bebendo. Agora preciso ir.— Desligo o telefone sem me despedir. Afinal, estou ocupado. Contudo,outra de minhas regras é sempre atender o meu avô, independentemente de qualquer coisa. Ele já é idoso, acabou de completar setenta e cinco anos e pode precisar de mim a qualquer momento. Mesmo que eu esteja em uma situação delicada, como agora.

— Você vai me ligar amanhã? — me pergunta pela quinta vez a loira que acabou de me fazer um belo sexo oral e de quem, pra variar, eu não lembro o nome. Nem preciso dizer que essa acabou com todas as chances de me encontrar de novo. Geralmente, quando um homem sai com uma mulher aleatória, ele não memoriza seu nome e, em nenhuma vez, ele sequer quer saber. Nós, homens, apelidamos a mulher em questão com nomes carinhosos. Isso faz toda a diferença para entrar mais rápido em suas calcinhas ou ganhar um excelente sexo oral. Mulheres podem ser pilantras, mas sempre misturam as coisas. Regra de vida: fuja de corações, do amor e de nomes. O que realmente importa, afinal... é um excelente boquete! Mulheres definitivamente precisam saber que pressão não funciona. Homem odeia ser pressionado. Se a loira quisesse apenas me fazer um sexo oral, ela não falaria cinco vezes em ligar no dia seguinte, logo... isso será mais uma dor de cabeça para o papai aqui. E dar o fora em mulheres assim requer talento e saber jogar

— Sim, querida, pode apostar! — Abotôo minha calça, enquanto ela continua de joelhos, me observando com expectativa. Ah, esqueci de mencionar, estou na cabine de um banheiro em uma poolparty, e a loira me seguiu até aqui. Foi muito simples. Com apenas um "oi" ela me presenteou com um bom sexo oral. Ela sorriu e pediu para me acompanhar, demonstrou que queria. Quer sinal mais claro que esse? Se todas as mulheres fossem assim, como essa loira, eu não precisaria esperar nem dois segundos, mas elas pensam que somos adivinhos. Não, queridas, não somos! Temos duas bolas aqui embaixo e posso garantir que nenhuma delas é de cristal. Não quero ser convencido, mas sou um cara apresentável. Tenho meus 1,87 de altura, corpo forte na medida e cabelos castanho--claros. As mulheres dizem que sou loiro, mas insisto que meu cabelo é castanho. Meus olhos são uma mistura de azul com verde, algo que me diferencia dos outros homens. Eu diria que eles hipnotizam, como se você estivesse contemplando o mar do Caribe dentro deles. Sim, eu sei... Isso é foda pra caralho!

— Não esqueça o meu número no bolso da sua calça, hein? —ela me diz com uma voz bem lenta e rouca, até demais.Termino de me limpar e a encaro nos olhos.— Você foi maravilhosa, anjo! — Ela sorri amplamente, e seusolhos brilham me achando carinhoso, mas, na verdade, "anjo" é onome da minha antiga cadela. Óbvio que até agora não conseguime lembrar de seu maldito nome. Na verdade, não me esforcei umsegundo sequer para me lembrar. Ela sorri pra mim mais uma vez, eeu saio do banheiro do mesmo jeito que entrei, sozinho.Caminho em direção ao bar, e a música que toca ao fundo é"Don't Stop The Party". Passo por mulheres que usam adesivos decoração ou de estrelas no lugar da parte de cima de seus biquínis.Os adesivos cobrem apenas o essencial, os mamilos, e muitas meobservam enquanto passo por elas. Algumas rebolam ainda mais, mefazendo parar e admirar a vista. Elas cochicham entre si e bastariaeu mexer meu dedo indicador para ganhar mais um presente de fimde tarde. Elas estão sorrindo animadas com um olhar de que tudoo que querem é sexo. Não sou tão convencido assim, mas, cá entrenós, mulheres que sorriem segurando os seios, é porque queremsexo. Eu apenas aceno, já que estou satisfeito por ora. Faço meucaminho até o bar, onde vejo meu amigo, Adrian, dando em cimade mais uma mulher. Ela está com cara de tédio, e aposto que, pravariar, ele está sendo depravado. Adrian adora dar cantadas baratas eé um pouco safado quando está bêbado. Digamos que merdas saemde sua boca.

Sento-me ao lado e peço uma cerveja para acompanhar o calor.O garçom me serve, enquanto meu amigo continua com suas investidasna mulher entediada. Adrian é um cara, como dizem poraí, boa-pinta. Ele é filho de um dos sócios do meu avô e não seguiuo ramo hoteleiro como o pai queria, mas acabou dando muito orgulho ao tornar-se um dos melhores advogados de Vegas. O paidele, o senhor Eduard Johnson, possui a menor porcentagem danossa empresa, logo, ele tem a menor fatia de um dos melhoresbolos do mundo. Nosso hotel está na lista de 2014 da revista Forbescomo um dos melhores do mundo.

Bom, mas voltando ao quesito aparência, todos acham queAdrian e eu somos irmãos, por termos quase a mesma altura, os cabeloscastanho-claros, mas com um pequeno diferencial: seus olhosnão remetem à sensação de estarmos nadando no mar do Caribecomo os meus. Eu já disse isso, então, não preciso repetir várias vezeso quanto meus olhos são fodásticos.— Vou te roubar pra mim! — diz o meu amigo, e a ruiva finalmentesorri esperançosa, mas Adrian está usando a mesma piadinhaerótica de sempre. Balanço a cabeça sorrindo, e ele continua: —Você sabe que roubar pra comer não é pecado, não é?Como era de se esperar, a mulher ergue as sobrancelhas e saimarchando para longe, aparentemente revoltada.— Porra, parece que ela não gostou! — ele diz, sorrindo, e bebea sua cerveja.

— Sério mesmo que eu sou obrigado a ouvir a mesma piadinhaque você costumava fazer no colegial? — Começo a rir, e ele memostra o dedo do meio com um semi sorriso.— Vá se ferrar. Você nem estudou comigo no colegial. Eu só esperoo dia em que aparecerá uma mulher para te dar um belo fora.Seria épico! — Ergo as sobrancelhas, e ele se senta ao meu lado.— Sabe quando isso vai acontecer, Adrian? Quando o infernoficar gelado, muito gelado! Eu diria congelante!

— Ok, comedor de Vegas, aguardo ansiosamente por esse dia. —Ignoro suas idiotices e tomo mais um gole da minha cerveja. Ele sópode estar doente. O que pode ser melhor do que pegar cada dia uma nova xoxota ou receber um sexo oral diferente? Tá pra nascera mulher que me fará exclusivo!

— Cara, aquelas mulheres peitudas estão nos encarando, topadividir? — Balanço a cabeça negativamente. Na verdade, estou háduas noites sem dormir. Ontem trabalhei o dia todo e agora me sintoum pouco fraco. É, tá na hora de hibernar. Preciso repor minhasenergias.— Acabei de receber um fantástico sexo oral no banheiro deuma loira exuberante que espero não ver nunca mais. Agora precisodormir — digo e me levanto, me despedindo do meu amigo comtapinhas nas costas. Adrian me entende, já que esteve comigo nasúltimas duas noites em festas com mulheres taradas. Ele tambémparece bem cansado.

— É, você parece uma merda, e eu provavelmente não estoudiferente. Depois nos vemos, cara! — Aceno e me despeço dos outrosamigos. Sigo em direção ao estacionamento, onde meu V8 meespera, mas no meio do caminho sou parado por uma visão incrível.Parece doentio, mas, mesmo cansado, morto e acabado, um belomonumento consegue me chamar totalmente a atenção.

A mulherestá de costas conversando com as amigas e, por incrível que pareça,está vestindo roupas, enquanto todas as mulheres, em se tratando deuma pool party, estão de biquíni ou mesmo sem. Ela usa um vestidoque abraça cada curva de seu delicioso corpo bem cuidado. A impressãoque tenho é que ela se sente deslocada. Quando se vira,posso ver daqui que seus olhos são grandes e verdes, e os cabelos,loiro-claros. Seus lábios grossos imploram para serem mordidos. Hámuito tempo uma mulher não despertava o meu pau em temporecorde como ela, mesmo eu estando muito cansado!— Você não estava indo embora? — Sou trazido de volta à Terrapela voz do meu amigo. Sem tirar os olhos da loira, respondo:— Estava, não estou mais. — Ele acompanha o meu olhar e descobreo motivo da minha súbita vontade de ficar.

— Tá explicado, a mulher é bem gostosa! — Concordo com acabeça.— Hora de usar o meu talento. Decidi que essa sortuda será omeu mais novo passatempo até amanhã, no máximo. — Dou umtapinha nas costas do meu amigo sem tirar meus olhos da mulher,que nem nota a minha presença. A única coisa que preciso fazer nomomento é olhar intensamente para ela, e então algo me diz queterei diversão até amanhã de manhã.Caminho determinado em direção à mulher que me fez esquecerque estou há dois malditos dias sem dormir. Assim que me aproximo,percebo que suas amigas já me notaram e me encaram de umjeito que conheço: querem me agradar. Uma delas já me agradou,mas, como dizem por aí, a fila anda. O problema é que agora sódarei conta de mais uma, e a escolhida é a loira, que no mesmomomento se vira para me encarar. Pela primeira vez em toda minhavida fico sem reação...

Adorável Cretino Onde histórias criam vida. Descubra agora