Em preto e branco
A repressão que se expressa é
só desordem
Que gera medo, traz a fé, revela a morte
E que cultua a sociedade que
as cobre.
Esse país e sua falta de vontadeEm revelar o que não pode revelar
Pra cultuar o que só pode
se mostrar
Atrás de placas que não mostram a passagem
E que não falta dor
nem crueldadeDa sociedade, um esquema
de ilusão
Da rebeldia dita dura acabou
Vamos mostrar que nosso tempo não passou
A nossa cara somos nós mesmo que vemosNem passa o tempo,
Nem voltamos para trás.A crueldade que se fala na tv
É só aquilo que eles querem nos vender
Preço barato para poder se comprar
Futuro incerto que nem poderemos verA crueldade que vivemos sem saber
É só aquilo que eles vendem
na tv
Preço barato para poder se vender
Futuro incerto que não poderemos terA rebeldia que se fala não se vê
A juventude nas esquinas a vender
A própria alma para poder se comprar
Futuro incerto que eles vendem na tvE a rebeldia que mostramos
em viver
É a própria fé que não se cansa de crescer
Em um país que o que se faz nunca se vê
Atrás de muros protegidos
por vocêNão se vê.
:2001
Sempre Fevereiro
Heróis no singular, melhor produto de exportação.
Revistas dos dez mais, mais uma cara na televisão.
Que país carnaval, na capa da caras do telejornal.
Assalto virtual, reféns no banco de um tribunal.
No país do real, esquerda na página policial.
Pegou carona no voo, na ponte aérea de uma estatal.
No diário oficial, está tudo zen, fora do normal.
Quero trocar de canal, horário gratuito na programação.
Sistema prisional, baixou o veto, agora é oficial.
Sem toque de recolher, tem linha cruzada esperando a tv.
E quem é capaz de ser os dois lados da moeda.
Sem perder a direção;
E quem é capaz de ver os dois lados da tragédia.
Ninguém viu, ninguém sentiu. Ninguém viu, ninguém sentiu.
:2006