Prólogo

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Alasca, Barrow

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Alasca, Barrow

18 anos atrás

  Os sinos ressoaram, os estabelecimentos se fecharam, outro após outro, a noite havia chegado cobrindo a cidade como um manto. Cada esquina, cada viela, o único barulho que se ouviam eram de passos, silênciosos e duros sobre a neve fria deixando fundas pegadas que  desapareciam logo após, como em um passe de mágica. Longos sobretudos negros como a escuridão, cobrindo seus rostos por baixo de um capuz de tecido grosso.

Caminhando como se não houvesse pressa e se dissipando por entre as sombras sem chamar atenção de qualquer alma viva.

O homem mais velho a frente dos outros quatro parou por um segundo, apreciando o som do metal invadindo sua audição apurada, fazendo com que seus lábios se curvassem para cima.

- Quase posso sentir o sangue circulando por suas veias - disse virando seu rosto lentamente para trás, a cabeça curvada para baixo - Estamos próximos de nosso destino irmãos! E tenho a impressão de que chegaremos bem na hora do jantar.

- Continue Amélia, está quase lá! Por favor não desista. -  disse a mulher ofegante e cobrindo com um lenço branco a testa de sua protegida.

- Ahh Eu... Eu não estou aguentando. - Amélia respondeu por entre dentes, o maxilar cerrado, os dedos de sua mão perdendo o tom avermelhado de seu sangue se tornando um branco nulo.

As portas estavam trancadas, as janelas tampadas com cobertas e lençóis, fazendo o possível para se abrigarem do lado exterior e correndo contra o tempo.

- Por deus estou vendo... É um milagre minha filha - uma fina camada de suor se formou em sua testa deslizando por seu pescoço - Faça um esforcinho a mais. - pediu cansada, virou o rosto para cima ao ouvir o soar dos sinos e sua expressão tornou-se um pouco mais aflita.

  Amélia gritava forçando mais e mais com os cotovelos apoiados sobre um fino lençol, a única coisa que a separava do chão. Com um grito agudo seu corpo tremeu e desabou exausto. A pequena cabana foi preenchida por gritos de bebê, a criança no colo na parteira que se apressou a enrola-la em uma manta, segurou-a nos braços tentando acalmá-la.

- Está é a criança mais linda que já vi em toda minha vida. Olhe só minha querida você conseguiu, Benjamin ficaria extremamente feliz em vê-la.

Amélia suportou a dor que se espalhou por seu corpo e inclinou o corpo para frente se sentando sobre o lençol sujo de sangue, seus olhos cansados observaram sua menina, a pele suada e um leve tremor passou por seus ossos.

- Pegue - disse a parteira, ajeitando a menina nos braços da mãe - Não é uma graça?

- É uma linda menina. - Amélia respondeu com os olhos brilhando e fungou contendo as lágrimas.

Os olhos da menina possuiam um tom de azul, tal como o do pai, fios ruivos lisos em constraste com a pele extremamente branca como flocos de neve.

- Se parece tanto com Benjamin - suspirou com pesar - Seu nome será Violet.

Milhares de flashback invadiram a cabeça de Amélia, mas enquanto segurava sua filha no colo percebeu que estava perdendo tempo, um tempo precioso.

- Precisamos tirar ela daqui, eles devem estar próximos. Aaron e seus ajudantes! Não posso permitir que levem Violeta, eu fiz está promessa a Benjamin.

A parteira assentiu com a cabeça e se virou para trás dando três batidinhas na porta de madeira, enquanto isso Amélia retirou seu colar do pescoço colocando em volta da menina.

- Isto era de seu pai minha pequena... - sussurrou calma - Irá te proteger de todo o  mal, me desculpe por não poder estar por perto, mas eu quero que saiba que faço isso para o seu bem -  aproximou seus lábios da testa da menina que se acalmou - Eu te amo minha pequena pedra preciosa.

A parteira retornou olhando com afeição para Amélia e a menina recém nascida.

- Vocês ficam lindas juntas , é uma pena que...

- Não importa - disse Amélia, balançando a cabeça -  Por favor, me prometa que Violet estará a salvo?

A mulher mais velha afirma com um aceno de cabeça e um jovem menino imergi das sombras.

- Alberti a protegerá com sua própria vida não se preocupe. Tudo ficará bem.

  Amélia concordou com a cabeça e permaneceu com a filha nos braços, aproveitando seus últimos segundos com a mesma.

- Já está na hora sinto muito querida.

Seus braços tremeram quando teve que entregar sua filha aquele completo estranho. Mas teve que se lembrar do quanto é importante.

- Adeus meu amor. -  se despediu com os olhos marejados.

A parteira colocou mais alguns panos em volta da menina com a intenção de a manter aquecida, sussurrou algumas palavras no ouvido do menino e afirmou com a cabeça.

- Está com medo de morrer Judy? - perguntou Amélia.

- Teria mais medo de não ter vivido o bastante. - respondeu ela para a mulher mais velha.

  Os homens de capuz negro se aproximavam pelo Norte enquanto o menino de cabelo castanho cacheado carregava em seus braços a pequena Violet pelo sul

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Os homens de capuz negro se aproximavam pelo Norte enquanto o menino de cabelo castanho cacheado carregava em seus braços a pequena Violet pelo sul. O vento soprava com força, um lindo e perigoso tom de branco emoldurando a paisagem em direção a estação ferroviária.

Aquela noite, marcada para sempre no tempo. Parecia ser o fim de um problema há ordem de Aaron.

Enquanto isso dezoito anos depois, Violet dorme tranquilamente em sua cama sem saber que algumas coisas estão prestes a mudar.

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