Predador

10 0 0
                                    

Começa com uma rua vazia do subúrbio de alguma grande cidade.
Lixo nas calçadas, Carros estacionados no meio fio. Fumaça saindo dos bueiros. Uma poça d'água refletindo a luz dos prédios.

É possível ouvir o som abafado de uma sirene de viatura da polícia. Ela se aproxima rapidamente e passa por cima da poça espirrando a água suja para todos os lados.

Acompanhamos o veículo em alta velocidade. Ele sai do asfalto que já era ruim e entra numa estrada de terra que segue até uma região de mata.

Apenas os faróis e o giroscópio da viatura, que agora não faz barulho, iluminam o lugar.

Após uma freada brusca os dois policiais fardados descem do veículo. Só é possível vê-los até a altura das costas.

— Segundo a denúncia ele foi visto entrando aqui! — diz um deles.

— Vamos procurar, o cara é sobrinho do prefeito.

— Senhor Buhari! Senhor Buhari, o senhor está aí? — fala iluminando o caminho com uma lanterna.

O silêncio da noite é rompido por um grito masculino de dor e desespero.

Os policiais sacaram suas armas e começam a correr apressadamente na direção de onde o som veio.

Após passar por alguns arbustos eles iluminam as pernas de um homem de calças deitado numa poça de sangue e quando sobem a lanterna para ver o resto do corpo vêem uma criatura humanoide parecida com um leão com garras e presas cheias de sangue e um brilho alaranjado nos olhos.

— Senhor Buhari, o que o senhor fez? — Um dos policiais questiona assustado. Agora é possível ver que ele e seu parceiro são porcos humanoides.

A criatura começa a rosnar, corre e salta na direção dos policiais.

— Senhor Buhari o que está fazendo?

Da viatura ainda ligada é possível ver tiros sendo disparados iluminando a mata e os gritos dos policiais.

Algum tempo depois num apartamento simples.

Alguém bate na porta de forma nervosa.

Num quarto alguém está sob as cobertas. Estende o braço completamente coberto com pelos acinzentados num tom escuro, até uma gaveta, abre e pega uma pistola. Neste instante alguém exclama:

— Callahan! Callahan é o Joe. — diz o sujeito do lado de fora.

— Que merda. — Fala colocando a arma de volta na gaveta. — Já vai!

As cobertas são removidas e por trás delas surge um lobo e uma gazela com formas humanas usando roupas íntimas.

Pouco depois a porta é aberta e um ser parecido com um minotauro cheio de piercings, com apenas um dos chifres inteiro e usando um moicano vermelho entra.

— Você está com uma cara péssima. Deve ter tido uma noite horrível. — Nesse momento a garota gazela aparece vestindo uma saia, botas de cano alto, blusa decotada e um casaco. Ela olha para o Taurino que engole seco — Ou não... — Fala enquanto a garota passa entre os dois rebolando até desaparecer no corredor.

Callahan caminha até uma cozinha americana, liga uma máquina de café, pega dois sanduíches na geladeira e enquanto abre a embalagem de plástico questiona. — Porquê está aqui Joe?

— Temos um trabalho chefe. — Fala fechando a porta de forma exagerada.

— Se quebrar essa outra porta eu quebro teu outro chifre! — Adverte o lobo. Com isso o Taurino leva a mão no chifre quebrado e aquilo lhe traz uma lembrança.

Punks!Where stories live. Discover now