Sophie cresceu sabendo que um dia a coroa de cristal seria dela. Desde a infância, tudo o que ela fazia, aprendia e respirava era por causa da sua futura posição. Por isso, a futura imperatriz recebeu uma criação excelente para ser a mais perfeita g...
Essa é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e acontecimentos são produto da imaginação do autor ou / usado de forma ficcional. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.
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Nota da Autora
Seja bem vinda (o) Avalon te recebe de braços abertos!
Queria começar contando que secretamente sempre tive vontade de ter um livro só meu, mas minha mente de leitora não imaginava como era complexo o processo de escrita. Confesso que me aventurei tentando escrever essa estória e já te aviso de antemão que não possui um roteiro perfeito, não vai ser livre de erros e furos ao longo do percurso. Deixei por anos a princesa e a sua coroa guardados aqui por medo de fracassar mas decidi tirar essa folha da gaveta empoeirada e começar a estória. Esse livro nasceu em 2019 comecei por diversas vezes e em todas elas desisti por conta do meu perfeccionismo. Então aqui estou eu, a aspirante a escritora imperfeita reconhecendo o medo que me afeta e prejudica que essa estória seja contada. Desejo do fundo do coração que você faça a mesma coisa, por que é fácil desistir dos nossos sonhos. Difícil é persistir mesmo com as adversidades e torná-los realidade. Vá e persiga os seus objetivos, mesmo que doa e mesmo que você sinta muito medo. A vida requer coragem e se erramos logo aprendemos, não é mesmo?
Espero que sua vida seja pelo menos um pouquinho impactada de alguma forma como a minha vida já foi depois de ler livros incríveis.
Que o Rei Celeste te proteja hoje e sempre!
**E por último, aconselho que leia o livro no tema claro/branco. Para mudar a cor do fundo é só apertar nos três pontinhos no canto superior da tela.
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Epígrafe
" guarda o que tens para que ninguém tome a tua coroa"
Apocalipse 3;11
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PARTE I
A PRIMEIRA COISA que senti quando despertei foi o cheiro de fumaça que estava impregnado no ar e isso foi suficientemente assustador para me fazer abrir os olhos logo em seguida. No meu peito sentia uma sensação estranha de que algo de errado estava acontecendo e aquilo parecia um aviso. Olhei para o teto do quarto e as pinturas da era vitoriana preenchiam cada minuscula pedacinho com anjos, flores e folhas alguns anjinhos carregavam trombetas nas mãos. Direcionando a minha atenção para algo que se movimentou ao meu lado me deparei com o rosto do meu marido e a sua expressão séria e ausente de emoções, contudo, os olhos demonstravam o que a face treinada não queria revelar. Um arrepio passou pela minha espinha ao detectar o ódio puro que carregavam aqueles olhares.
Em nosso diálogo silencioso havia uma tensão que quebrava a linha tênue de uma possível amizade que tínhamos construído meses antes. Foi difícil conseguir conquistar a confiança daquele homem, mas estávamos progredindo. Por isso, não esperava que aquele dia seria o pior dia da minha vida. Ele não era o melhor marido do mundo, porém acredito que nenhuma esposa espera receber uma frieza tão profunda logo mais no dia do seu aniversário. A troca de olhares carregados de sentimentos controversos foi quebrada quando um estrondo ecoou através das paredes do palácio abalando a estrutura e me fazendo tremer até os ossos. Senti medo por não ter acordado de fato e estar presa em um pesadelo terrível. Mas os sons que vinham de todos os lugares eram hediondos, gritos, súplicas e a fumaça se impregnando no meu nariz me dizia que aquilo era um pesadelo só que eu eu estava acordada.
Infelizmente.
Desesperada para descobrir o que estava acontecendo já que o digníssimo não dizia nada, faço um movimento para levantar, porém, no mesmo instante sinto um peso na minha barriga que me impossibilita me prendendo aonde eu estava e em um bater de pestanas, em poucos milissegundos, o meu marido está segurando uma espada gelada com a ponta da lâmina tocando a minha camisola bem na direção do meu coração.
— Me dê a sua coroa. — foram essas as suas palavras e tudo fez sentido, voltando e retornando em minha mente me dando um embrulho no estômago e me fazendo querer vomitar com a tontura que invadiu o meu cérebro.
Senti algo partir, como se estivesse se quebrando e quebrando, uma, duas, dez vezes, sem parar e não pude fazer nada a não ser observar aquela coisa frágil cair no chão e se estilhaçar.
