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"Eu sou fodido, você não faz ideia
Amor, é melhor que não faça."
- Area Code, Nick Jonas

Existem duas coisas básicas que precisam saber sobre mim.

A primeira é que eu sou a pessoa mais idiota do mundo. Sim, idiota. Eu não aguento ver uma pessoa precisando de ajuda e não fazer nada, sempre preciso ajudar. É como se meu corpo fosse programado a melhorar a vida dos outros e que se foda eu. Iupi!

A segunda coisa não é tão importante, na minha opinião. Basicamente, eu sou uma feiticeira. Isso significa que eu posso produzir feitiços e tornar algo melhor ou pior. Normalmente escolho o melhor. É meio complicado de entender, mas, com o tempo, você acostuma.

Quando meus olhos recaem sobre Harry na minha sala de estar e quando meus ouvidos ouvem seu pedido de ajuda meu corpo todo se prepara para o modo "Salve A Vida De Alguém, Alex".

Corro até ele sem pensar. O garoto, quase duas vezes maior que eu, cai em meu colo desmaiado. Viro-o com esforço para que fique com as costas viradas para cima.

- Merda, Harry, hora ruim para desmaiar. - reclamo em voz alta, mas soo mais desesperada que qualquer outra coisa. O sangue está seco no ferimento, mas não posso dizer se isso é algo positivo, já que o mesmo está com uma aparência horrenda, para dizer o mínimo.

Respiro fundo e tento me lembrar das aulas que tive sobre feitiços curativos. Eu não era a melhor aluna nessa sala, porém conseguia o mínimo necessário, o que quer dizer que eu poderia, ao menos, começar uma cicatrização ali.

Me ajeito o máximo que é possível com todo o peso de um homem de 1,90m em seu colo e mexo no meu anel, fecho meus olhos e murmuro o feitiço. Passo minha mão por cima das costas de Harry, logo acima do ferimento, sem tocá-lo.

O garoto solta um gemido de dor, o que me faz abrir os olhos, achando que o machucara.

- Você está bem? - pergunto, aflita. Styles resmunga algo sobre dor idiota e se remexe lentamente, o que me faz concluir que está melhor. Analiso os cortes em suas costas e eles já possuem uma fina camada de pele cobrindo-os, o que os deixa mais aceitável, mas ainda medonhos. - Se importa de me contar o que houve?

- Depois. - seus olhos verdes encontram os meus, uma súplica silenciosa. Suspiro.

- Vamos. - toco lentamente meu anel e somos transportados para minha cama.

- Sempre soube que você me queria de volta na sua cama. - ele sorri levemente, malicioso. - Obrigado, Alex. Fico te devendo uma.

Ele deixa o peso cair e, antes de sua cabeça encostar no travesseiro, Harry está dormindo.

- O que faço com você, Styles? - cubro-o devagar para não acordá-lo e pego meu caderno de anotações, tentando me focar em algo que não seja o homem ao meu lado e seus ferimentos.

Volto minha atenção para algo que me intrigara mais cedo. Na minha antiga escola, eles consideravam dever da família explicar sobre a revelação, normalmente porque os poderes entre familiares eram similares. Meus pais nunca se deram ao trabalho de me explicar muito, eu apenas conhecia os termos e conceitos dos que existiam em minha casa, então se tornou extremamente intrigante quando encontrei novos no Manual Do Feiticeiro.

Impuros: Aquele ou aquela que cometeu alguma calamidade antes de atingir a maioridade e se tornou 'sujo'. Eles se tornam cruéis, sua natureza não é nada além de destruição. Seus poderes adquiridos ao serem revelados são: capacidade de penetrar na mente de semelhantes, controle emocional de vítimas e possibilidade de invadir sonhos.

Angel In Me | H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora