→ Vencedor do 1° Lugar no Concurso RedFox
"Uma estrela não pode ser apagada."
Dias nublados são comuns, as vezes são necessários, os mesmos nos tornam forte o suficiente para enfrentar a vida, todavia quando eles permanecem por muito tempo, não sã...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Seu coração estava acelerado, seu peito pegando fogo e sua cabeça nessa altura do campeonato já não estava mais funcionando como deveria, nunca se imaginou em tal situação. Jake estava sentado no corredor do hospital, desesperado, aos prantos, quem o via não poderia de longe imaginar o que ele fazia sozinho ali, se segurando para não gritar ou invadir a UTI.
Os passos das pessoas, os olhares curiosos, todos o estavam irritando. Queria que fosse mentira, que ele abrisse os olhos e fosse tudo coisa de sua cabeça, que fosse pesadelo, que não fosse real. Não podia, não devia. Passou a mão em sua nuca, respirou fundo e as lágrimas ainda estavam grossas, escorrendo por seus olhos. Queria apagar o que aconteceu de suas lembranças.
Em suas mãos ele estava amassando um pedaço de papel, não queria ler aquilo de novo, mas sabia que leria, não uma, nem duas, mas incontáveis vezes, leria pois aquela poderia ser a última lembrança que teria de Elizabeth. Do fundo do corredor da ala de emergência, viu de branco, o médico.
Sua feição não demonstrava boas e nem más notícias, queria mesmo era receber de que ela estivesse viva e bem. O homem se aproximou.
— O senhor está junto da menina que foi para a UTI, certo?
— Sim — sua voz era em tom baixo e trêmulo.
— Sinto em lhe dizer isso, mas ela está muito mal... não temos muitas esperanças... — ele tentou ser cuidadoso com as palavras.
Jake sentiu um soco no estômago, quis vomitar, quis gritar e chorar inúmeras vezes. Implorou para poder vê-la, o médico não quis impedir, a qualquer instante, Eliza poderia morrer. O doutor o acompanhou, fez com que ele trocasse de roupa. O rapaz então se adentrou aquele quarto branco.
Em cima da cama estava a menina, pálida, com os longos cabelos castanhos por cima de seu peito, ela parecia estar dormindo, senão fosse pelo aparelho que a auxiliava em respirar, pelos soros e o bip do que media seus sinais vitais, fracos sinais, mas o suficiente para que Jake não se desesperasse ainda mais e pelo curativo em sua testa que escondia a entrada da bala.
Ele ficou em pé ao lado da menina, seus olhos estavam vermelhos e inchados, assim como os dela. Emitiu um ruído tentando segurar as lágrimas, em vão, não poderia conte-las.
— Por que fez isso comigo, Eliza? — entre soluços a indagava, como se o pudesse ouvir. — eu não acredito que isso está acontecendo... ainda me lembro de quando te conheci, você chorou no meio do parque depois de seu sorvete ter caído, agora foi tão além disso, teve coragem de pegar a arma do seu pai — ele sorriu em meio as lágrimas ao se lembrar do parque. — eu não posso acreditar que você quis morrer, que você quis me deixar.
Ele segurou a mão da jovem de dezoito anos, apertou suas mãos com falsas esperanças de resposta.
— Te pedi seu número, após ter lhe comprado outro sorvete, você me respondeu, quase duas horas depois, pensei que não queria falar comigo — em meio às lágrimas, ele balbuciava algumas palavras roucas. — Você me mandou alguns emojis, bem, muitos emojis, eu achava que você era meio bobinha, você era... então marcamos de sair algumas vezes, talvez três, e em todas elas você me falava coisas que não se fala para um estranho, então tive certeza que você era a pessoa mais inocente do mundo. Eu não sei como não percebi que você estava sofrendo... eu era sua muralha, lembra que me disse isso? Quando ficamos olhando o pôr do sol do telhado da sua casa, seus pais estavam brigando, em meio aqueles gritos, eu e você ficamos olhando para o céu, imaginando que era apenas uma tempestade e que logo viria a calmaria... então você repousou sua cabeça sobre meus ombros e chorou, eu senti suas lágrimas quentes escorrendo.