Capítulo 1 sem título

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Faz um ano que meus pais se foram e todas as vezes que me recordo deles, uma crise de choro começa. Esta casa já não é a mesma. Não sinto mais o cheiro do café da mamãe ao acordar, e não recebo mais os carinhos do papai quando ia até ele e lhe dava um beijo.

Meu irmão me tira dos meus pensamentos assim que bate na porta.

-Pequena, já está pronta? 

Gael é o mais velho, ele diz que tem que fazer jus ao significado do nome dele "o que protege", por isso é superprotetor e bastante ciumento, apesar de não ser tão mais velho que eu. Assim que nossos pais morreram vivemos assim, ambos cuidam um do outro.

- Não, Gael. Já já fico pronta e poderemos ir.- digo limpando as lágrimas.

 Como meu irmão não é bobo nem nada, logo percebeu que eu não estava bem e veio me abraçar.

-Helena, minha irmã, você não pode ficar desse jeito sempre. Vai acabar adoecendo e eu não quero que isto aconteça com você. Já perdi nossos pais, não posso perde-la também.

- Sei disto, Gael. Mas sinto muita falta deles e é inevitável não me emocionar. Ahh bobinho, você não vai se livrar de mim tão rápido assim!- Me livro do abraço dele e dou tapinha, logo me levanto.

- Esta é minha pequena! 

- EEI! NÃO SOU PEQUENA.

-Aaah não! (risos) Só 1,5 metros!

- Faz parte...( risos)

-Não demora princesa, vamos acabar nos atrasando.

-5 minutos e estarei linda lá embaixo.- Dou uma piscadinha para ele.

-Marcarei no relógio.

Nossa diferença de idade é apenas 6 anos. Gael tem 26 anos e arranca muitos suspiros da mulherada, o que me faz ter ciúmes, claro. Ele é uma pessoa que qualquer mulher queria ter do lado. Apesar de ser muito ignorante e teimoso, ele é um homem excelente. Carinhoso, simpático, Bem-humorado, extrovertido, protetor, enfim. Porém muito ciumento.

Ao me lembrar do meu irmão e todos momentos que tivemos juntos, um sorriso se abriu em meu rosto e me lembrei o quanto eu amava aquele enjoado.

Desde criança sempre fomos muito próximos e éramos confidentes. Para namorar, um tinha que conhecer o pretendente um do outro....

(...)

-Nossa, não sabia que para ir ao mercado precisava se arrumar tanto assim...- Gael brinca comigo

-Ah, não fiz muita coisa, minha beleza é natural! -brinco de volta.

-Convencida!

-Realista meu amor!

Pegamos a chave do carro, conferimos se deixamos tudo fechadinho direito e partimos até ao mercado.

(...)

Por AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora