No hush.

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Por vezes esse vazio me incomodou,  e agora já não era algo que eu me importo mais. Passo meus olhos por vários lugares,  procurando algum sinal,  de que vá acontecer algo,  solidão só é liberdade quando se tem alguém lá fora,  eu não tinha ninguém. Prometi a mim mesma que desistiria de relaçoes,  mas eu preciso de alguém, eu quero alguém.
Vesti minha melhor roupa,  uma bela saia cintura alta,  minha blusa favorita e um suéter por cima, estava frio, como sempre.
Haveria um concerto na cidade hoje,  e eu iria, minha melhor amiga disse que o amor esta ai fora,  só precisamos olhar bem. Assim que pronta, rumei para o local do show, minhas amigas conversavam no back stage com uns caras engraçados.
O vocalista era um artista incrível,  e por sua forma de se vestir já era notável. Ele cantava notas soltas pelo camarim, enquanto conversava com as pessoas. Havia um cabeludo, que tinha um sorriso no rosto,  e conversava alegremente com todos ao redor,  e seu amigo de olhos azuis,  tão azuis quanto o mar,  o acompanhava. E ali no fundo,  sentado no sofá,  com um sorriso pequeno nos lábios enquanto assistia tudo ao redor,  havia um cara, seus cabelos meio ruivos, olhos castanhos, nariz longo,  normalmente alguém como ele, quieto, não me chamaria atenção,  mas alguma coisa ali me chamou. Sorri,  e o vocalista da banda me olhou por alguns segundos, e olhou para o cara sentado, ali isolado. Fiquei vermelha ao notar,  e tentei disfarçar,  tarde demais. As mãos dele já estavam no meu ombro, e ele sorria docemente.
- Freddie,  minha amada - ele disse me dando um beijo em cada bochecha. - e aquele ali é Jhon deacon, introvertido,  mas um ser humano incrível,  intenso. - ele disse gesticulando um bocado.
- Saturn, mas pode me chamar de turnie. - falei em voz baixa - e obrigado pela ficha técnica. - sorri para Freddie que apertou meus ombro carinhosamente.
- se quiser,  vai ter que dizer pra ele, ele quase nunca entende que uma bela garota,  como você, o quer - ele ficou em minha frente - abrace sua feminilidade,  e o pegue - disse teatral e saiu andando para as outras pessoas.
Ouvimos os seguranças chamarem todos para o palco,  o show teria que começar.
O show foi incrível,  eu amei cada música deles, eles eram tão extraordinários no palco,  e Jhon naquele baixo foi uma das imagens mais lindas que já vi. Durante todo o show,  pensei no que Freddie disse, e eu não sei se estou pronta para ser a pessoa que chega na outras. Mas e se eu tentar? O que poderia acontecer?  Ele dizer não? Isso eu já esperava. E pouco antes do show terminar,  decidi que iria falar com ele. Show acabou,  e minhas amigas e eu fomos intimadas a uma after party,  na casa de Freddie. Entrei no carro com,  e em silêncio segui o caminho com elas.
Desci do carro com meu queixo no chão,  que casa incrível!  Grandes janelas, um jardim enorme, muita gente, muita música, estou ficando desconfortável aqui,  oh meu Deus.
Entrei na casa, e fui me esgueirando pelos cômodos,  a procura de um lugar mais calmo. A cada cômodo,  mais pessoas, e então bati meus olhos nele, ele estava ali sentado, escrevendo algo,  concentrado,  mesmo no meio daquela bagunça,  ele aparentava ser mais novo que os demais.  Um garçom passava com uma bandeija, peguei uma das taças e virei o líquido garganta a baixo,  queimou,  mas eu precisava de coragem. Coloquei a taça num cantinho em cima da lareira, e andei calmamente até o sofá que ele estava. Parei um pouco a frente dele,  não Perto o bastante. E então,  todas as palavras sumiram da minha cabeça,  eu olhava ele ali,  de cabeça baixa,  e nenhuma palavra surgia na minha mente. "Talvez um oi?  Ou um Olá? Droga,  o que esta acontecendo? " Pensei brava, abri minha boca para dizer algo,  e assim que o fiz, ele levantou o olhar para mim. Ele sorriu fechando o bloquinho,  e colocando enfiado dentro do sofá, olhei confusa pra aquilo, mas apenas ignorei.
- ola- ele disse mais alto - Jhon - ele disse estendendo a mão.
- turnie - falei segurando a mesma,  balançando levemente. Ele tinha um sorriso tão meigo, e então me derreti nas ruguinhas que ele tinha quando sorria. Não sei quanto tempo ficamos ali, de mãos dadas,  mas decidi que foi demais.
- quer dar uma volta?  Muito barulho - falei sugestiva.
- claro - ele disse se levantando, andando ao meu lado. E aos poucos,  ele estava a minha frente,  me guiando pela multidão,  tanta gente num cômodo só deveria ser proibido. E então ele pegou minha mão,  eu gelei, olhei para nossos dedos ali entrelaçados,  e prometi pra mim mesma que era apenas para conseguirmos passar.  Olhei ao redor,  e Freddie estava sendo levantado por algumas pesssoas,  até que o olhar dele bateu em mim e Jhon, ele levantou sua taça a mim, brindando.  Sorri,  e continuei com Jhon,  até estarmos fora da casa. O quintal era enorme, ficamos lado a lado,  ainda de mãos dadas, andando um pouco. O silêncio era até confortável, e não tenho certeza, mas senti que ele também não queria soltar a minha mao. Encontramos um banquinho, e nos sentamos, me virei um pouco para encara-lo, e sorrimos juntos.
- Freddie me falou de você - ele disse,  e meu estômago revirou,  meu rosto ficou vermelho - calma,  ele só disse que viria falar comigo,  e eu deveria ser menos fechado, por que uma garota linda como você,  não viria mais de uma vez falar comigo. - ele disse dando de ombros,  já disse como amo esse sorriso dele?
- Freddie esta certo,  eu não viria nem a primeira,  se nao tivesse tomado uma champanhe antes, você é intimidador. - falei e ele gargalhou,  percebi um leve separaçao de seus dentes frontais,  mais uma coisa linda nele.
- eu sou qualquer coisa menos intimidador - ele disse me olhando. - Mas em geral Freddie estava ,  você é uma moça muito linda.  - esta sendo mais fácil do que imaginei, ele é bem direto, gostei.
- me conte de você turnie,  qual seu nome real?  - ele se arrumou no banco para me ouvir.
- meu nome é Saturn - ele me olhou com uma certa surpresa. - é, minha mãe gostava dessas coisas,  e ai,  prefiro que me chamem de turnie, melhor.  - ele sorriu.
- gosto do seu nome,  Saturn, é forte. - ele disse com uma voz baixa.
- obrigado,  e agora é sua vez. - falei juntando minhas mãos em meu colo.
- sou jhon deacon,  baixista do queen,  introvertido ao extremo, mas tenho um bom coraçao - ele disse levantando o queixo,  como se pensasse,  me fazendo rir.
- eu sou tímida também, mas é por conta só isolamento,  e vejo que esse não é seu caso - apontei a casa com a cabeça,  me referindo a festa. - por que é tímido. - perguntei.
- eu não sei, só sou,  entende?  - ele disse pensativo - Roger me ajuda com isso,  ele é o mais extrovertido de todos ali,  até mesmo de Freddie - eu fiz uma cara de dúvida,  e ele riu - acredite, o Freddie do palco,  não é o que eu conheço. - concordei com a cabeça,  e seguimos por conversas aleatórias, e meu interesse por Jhon só crescia, falamos sobre nossas vidas, ele tinha 24 anos, um ano mais velho que eu. E a por incrível que pareça,  nosso papo fluiu,  ele falava tanto quanto eu, e a acada 3 palavras dele,  eu queria beijar ele, no meio da frase. Se ele fazia alguma piada,  eu ria, e ele o mesmo,  eu tentava chegar perto dele,  tendo em mente o que Freddie disse.  E então,  eu não me aguentei.
- eu quero te beijar - falei ficando vermelha em seguida. Jhon apenas sorriu largo,  ficando de frente pra mim.
- você é bem direta - ele disse calmo.
- Freddie disse pra eu ser direta com você, e eu meio que to tentando fazer isso,  mesmo sem a influência desse conselho. - falei rápido,  e a mãos direita de Jhon ficou sobre as minhas em meu colo. Estávamos de frente um para o outro no banco.
- eu estava esperando o silêncio ficar desconfortável,  para fazer isso - ele revelou colocando a outra mão em meu rosto. - mas que bom,  por que esta noite esta sendo muito agradável,  eu poderia ficar horas calado com você,  que ainda faria sentido - ele se aproximava lentamente de mim, senti os lábios dele tocando os meus, e meu coraçao acelerou,  uma corrente elétrica subiu pela minha espinha. Ele tinha lábios macios,  quentes. Abri passagem para a língua dele,  e nossas bocas faziam uma dança quente e gostosa, eu poderia ficar ali por horas. As mãos dele foram para minha cintura,  mas logo uma delas subiu para minha nuca,  enquanto a outra me puxava pra perto. Meus braços o abraçavam pelo pescoço, aquilo era extasiante. Nos separamos após alguns minutos,  ele sorria aberto pra mim, e por algum motivo,  eu me apaixonei. Ele fez um carinho em minha bochecha, e sorri pra ele. Voltamos a nos beijar, e depois daquela  noite,  trocamos telefones,  e continuamos a conversar,  por dias e dias,  todos os dias ele me ligava as cinco da tarde, ele estava em processo de gravar disco,  então ficaria calmo por umas semanas. Saímos, dançamos, jantamos,  e cada vez mais,  eu estava criando na minha cabeça,  a ideia de que ele não me queria,  sexualmente falando. Nós confia vamos um no outro, eu conhecia os meninos, ele falava pelos cotovelos quando estávamos juntos, e quando ele estava sozinho,  era o quieto de sempre,  mas mesmo ele sempre estando confortavel comigo,  eu precisa testar essa teoria, eu não queria ser um passatempo, eu gostava dele, e queria ser alguém pra ele. Durante dois meses, fomos um casal, e isso me fez feliz, mas eu estava subindo pelas paredes, era impossível não ter pensamentos com esse homem, ele era atraente demais para ficar longe da minha mente. Hoje iríamos num jantar romântico,  e eu iria tirar a prova se ele realmente não me queria,  inseguranças nos fazem agir como loucos,  ainda mas alguém apixonada,  assim como eu estava.

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⏰ Última atualização: Dec 05, 2018 ⏰

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