TEMPO DETERMINADO PARA O NOSSO AMOR

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Acordo com a voz suave da minha mãe:

_ Levanta filha, hoje vou te levar ao trabalho.

Meus pais têm algumas franquias de lanchonetes e uma delas fica em uma das melhores escolas da região e sempre que tem aulas aos sábados a minha mãe me chama para acompanhá-la.

Eu tenho dezesseis anos e estou no penúltimo ano letivo, me chamo Elvira, moro em uma pequena capital no litoral do Nordeste, tenho um irmão dois anos mais velho, que ajuda a tomar conta do pequeno negócio da família. Sou estudiosa, gosto de fazer amizades, apesar de ser muito tímida. Pretendo ser uma administradora, afinal, o que sustenta a minha cidade são as indústrias, o comercio e o turismo, acredito que essa seja a profissão que muitos aqui queiram seguir.

No primeiro dia que fui na lanchonete, conheci uma menina que logo nos identificamos, o nome dela é Clarisse, uma menina doce, muito alto astral, estudante do último ano, ela tem dezessete anos e nos tornamos melhores amigas e é uma das nossas fieis clientes.

Este dia não estava com muita disposição para ir a lanchonete, mas como sempre mamãe fazia questão da minha companhia e da minha ajuda, fui sem reclamar. O sinal tocou para o intervalo e o meu primeiro cliente apareceu. Fiquei paralisada, senti as maçãs do meu rosto arder e tinha certeza que estavam visivelmente vermelhas, as minhas mãos ficaram geladas e tremulas ao ouvir a voz dele.

O nome dele é Beto e já faz um bom tempo que sinto borboletas no estomago quando encontro com ele, aproximadamente dois anos (o tempo que a lanchonete existe no colégio). Sempre educado e atencioso, de estatura mediana, pele morena (com aspecto aveludada), cabelos pretos lisos caindo aos lindos olhos castanhos, um corpo naturalmente escultural de quem joga futebol todo fim de semana.

Beto estuda na mesma sala que Clarisse e são amigos, sempre ficam juntos no intervalo e claro, ela conhece o meu sentimento secreto por ele. Sempre que ele vai sem ela até a lanchonete eu não perco tempo pra poder puxar um assunto, pequeno que seja. Eu sempre pergunto se tinha visto a nossa amiga sumida ou pergunto sobre a aula. E na maioria das vezes ele que fala, afinal com a minha timidez não é sempre que consigo falar algo, passa todo seu intervalo na lanchonete comigo.

Ele sempre pergunta algo sobre mim, meus interesses ou família. Eu não tenho expectativas, eu sei que um rapaz tão lindo e com uma classe social bem elevada que a minha, jamais supriria algum interesse por mim. Beto é de uma família muito tradicional e respeitada na cidade, o seu pai é dono de algumas indústrias da região. Mas apesar da autarquia em que pertence, eu consigo enxergar muita simplicidade em Beto, que por sinal gosta muito de conversar também com o meu pai, ficam horas conversando. Clarisse também sempre me faz companhia nos intervalos, quando não está com o Beto. É a única que tem permissão para entrar na lanchonete, meus pais gostam muito dela e também já frequentava a minha casa. Neste dia, ela me falou que seus pais iriam fazer uma festa para a sua irmã mais nova e deixou que ela chamasse alguns amigos da escola, como eu já fazia parte do seu ciclo de amizades também fui convidada. E claro, o Beto também estaria lá. 

A Festa

A festa ia acontecer em um salão de festas a alguns metros da minha casa, o meu pai me deixaria lá. A noite estava refrescante, então coloquei um vestido preto que desenhava bem as curvas do meu corpo, que não era tão escultural, mas a genética me ajudava muito, cabelos longos soltos, batom e um delineador caprichado nos olhos pra realçar a sua cor verde. Nada muito extravagante, só simples e atraente.

Ao chegar, fui recebida por Clarisse que me levou até uma mesa que já estavam alguns dos seus colegas do colégio, todos já conhecidos por mim. Estava tudo lindo, a decoração bem caprichada e delicada, nada que diferenciasse o estilo da irmã da minha amiga, que acabara de completar seus quatorze anos. Seus pais visivelmente orgulhosos e felizes recebendo os convidados.

TEMPO DETERMINADO PARA O NOSSO AMORWhere stories live. Discover now