Capítulo 1🏳️‍🌈🏛

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127 D.C.

Capítulo ~1~ 🏳️‍🌈

☡CAPÍTULO DEGUSTAÇÃO

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Roma, 127 D.C.



    Públio Élio Adriano estava em mais um dia de suas andanças de campanha militar pela Bithynia, juntamente com o seu Estado-maior e as legiões, que o acompanhavam aonde quer que ele fosse, o que era a sua escolta do exército romano.
    Na condição de Imperador e sob o título máximo de César, Imperador de Roma, Adriano havia desembarcado nessa província dois dias atrás com as legiões, e sendo um exímio chefe de Estado e dono absoluto de um intelecto argucioso pertencente aos homens virtuosos, o Imperador viera até a distante Bithynia para anexar as terras, dos quais, pertenciam a Roma, o que viriam a ser províncias romanas e que estavam sob o rigoroso controle do Procônsul e governador romano nomeado por ele, Petrus Valerius.
    Adriano era um homem Augusto e de feições suaves, tinha uma barba curta que lhe conferia aparência grave, e  ele era bastante garboso. O Imperador  exibia um olhar ferréo, pela qual, se podia vê nitidamente  que era um homem justo e também um dos bons césares que Roma já tivera em sua história de glórias e conquistas.
    O Imperador tinha o biótipo robusto, era alto e seguido pela elegância de seus modos finos e originários dos homens de Hispânia, sendo ele um legítimo patrício e cidadão romano, pertencente á casa dos Antoninos.
Em seus 33 anos de idade, o Imperador havia conquistado muitas vitórias ao Império Romano, e Bithynia era apenas uma dentre suas conquistas.
    Adriano era conhecido por falar o latim vulgar quando estava na companhia de seus camaradas, os soldados romanos; E sempre que adentrava triunfante em Roma na sua quadriga, era recebido com chuva de flores pelos cidadãos, isso acontecia quando ele retornava de uma campanha Militar, o que foram inúmeras viagens em sua administração.
    Seu foco administrativo era fortalecer as fronteiras do Império e as províncias romanas conquistadas.
    Adriano era bem quisto pela plebe romana, o mesmo tratamento não poderia esperar do senado, onde a maioria era composta por Aristocratas e Patrícios que se opunhavam ao seu governo.
    Casado com Víbia Sabina, o César não teve rebentos com ela, e isso resultou na adoção  de um sobrinho dela como filho, o ambicioso Lucius Élio, que residia no Palácio do pai adotivo e tinha todas as regalias que um patrício de sua linhagem poderia usufruir na condição de filho do Imperador, e ele ambicionava o trono de Roma e o título de César.
    Mas Adriano não havia ainda nomeado um sucessor, mesmo com a indicação de Víbia de nomear Lucius como futuro Imperador de Roma, Adriano recuava ante afrontosa sugestão.

    Ele criara Lucius, mas não tinha devoção de pai para com ele.
    O César não permanecia muito tempo em Roma, pois vivia viajando para outras cidades que pertenciam á capital Roma, e ali na magnífica Bithynia, ele traçava os projetos de reconstruções de edifícios na cidade e agia como um Imperador Romano á serviço de seu Império. Mesmo cercado de pompas e luxos caros e mais todos os deleites que um homem na posição dele poderia usufruir, Adriano era avesso quanto aos deleites afrodisíacos de sua comitiva, era um homem de espírito calmo e preferia contemplar a beleza de obras e esculturas que ele próprio fazia questão de colocar nas construções dos edifícios em Roma e nas províncias pertencentes ao Império.
     Adriano era fascinado pela cultura grega.

O puer escravo

      Em um belo dia concedido pelos deuses, Adriano estava a vaguear junto de sua comitiva por uma das ruas do centro de Bithynia, onde ficava o comércio de escambos, moedas e vendas de peixes, que eram produtos vindos da Ásia menor.  Havia ali nesse dia, uma multidão de pessoas que estavam presentes no lugar e que foram afastadas bruscamente pelas mãos dos soldados romanos, que eram conhecidos pela sua violência e que tentavam abrir passagem naquele instante ao Imperador e a comitiva, e eis que um desses brutamontes soldados gritou em brados perante a multidão: — Afastem-se piolhos! O Grande César irá percorrer por estes lados! Ao ouvirem o estrondo da voz do soldado, as pessoas recuaram dando passagem ao Imperador, pois ficaram elas abismadas com a pompa e a elegância de César, que usava o uniforme dos legionários, a túnica, que tinha preso nas costas uma capa vermelha, ele segurava o elmo com crina debaixo dos braços.
    Sua figura assemelhava-se ao Deus Marte, o Deus da Guerra.
    O símbolo da águia estava incrustado no peitoral da armadura. Adriano se vestia igual aos soldados de suas legiões quando estava em campanhas, ou, em batalhas, deixando a toga e as formalidades para quando estivesse nas Assembléias de Roma.
     Enquanto percorria o caminho entre os mercadores, Adriano observou alguns escravos carregando flores em vasos, água, e outros objetos para a venda de seus donos. Aquilo era uma atividade comum.
    A escravidão era um comércio comum ali naquele lugar, pois eram escravizados os povos conquistados, e como Roma havia conquistado o território de Bithynia, era normal escravizar aqueles que não eram cidadãos romanos.
     Mas houve uma cena no meio da rua, misturado ao comércio, que chamou a atenção do augusto Imperador.
    Dois comerciantes de escravos negociavam com um nobre gaulês a venda de uma mulher maltrapilho que tinha os pés e as mãos amarradas por cordas, muito perto deles haviam uns cinco efebos que estavam á venda. Mas não fôra isso que chamou sua atenção. Bem perto dos escravos que estavam sendo vendidos, havia um garotinho de aspecto miserável, escravo e na faixa dos nove anos, que chorava desconsolado, suas vestes era uma túnica suja em trapos e tinha os pezinhos descalços, as mãos estavam amarradas por cordas, a cor da sua pele não era visível aos olhos, pois ele estava impregnado de sujeira escura. A impressão que se tinha daquele pequeno ser miserável, era que alguém o lambuzara na lama. Ele foi colocado á venda pelos comerciantes e podia se vê claramente nele, a marca dos escravos nos pulsos.
    O garotinho pranteava, mas ninguém ali parecia dar importância ao seu choro, exceto o Imperador, que compadeceu-se com o seu estado sofrido e aproximou-se daquele *puer coberto de sujeira, cujos olhinhos arregalaram de curiosidade ao ver aquele homem agachado, cuja armadura reluzia e olhando-o com ternura.
— Como se chama? — Perguntou César á criança.
   O comerciante de escravos atravessou na frente e disse-lhe: — Grande César, escravos não têm nomes.
Erguendo-se soberanamente, Adriano respondeu-lhe: — Homem insignificante! Acaso perguntei-te alguma coisa?
Tremendo feito uma folha de junco, o comerciante respondeu-lhe: — Senhor, Não, é que...
— Cala-te! Não tens permissão de perguntar nada ao César. Vá, e solte esta criança, eu a levarei comigo. — Ordenou Adriano, firme, ao observar o amedrontado comerciante libertar o garotinho das cordas, este correu assustado e agarrou-se às pernas do Imperador, que o acolheu em seu abraço.
     A comitiva e os soldados que acompanhavam o Imperador Romano, olharam surpresos a atitude dele em adotar aquela criança miserável e que era filho de escravos, e que tivera a sorte de ser adotado pelo Imperador César Adriano naquele exato e importuno momento.
   Adriano levou o garoto junto consigo para Roma, e naquele instante encantou-se com a criança que o inebriou de doçura, fazendo acender o amor paterno que o Imperador nunca sentiu na sua vida.













*Bithynia: Atual Turquia
*Efebo: Adolescente
*Puer, do latim, que significa criança
























Antínoo, O favorito de Adriano  (Retirado)Onde histórias criam vida. Descubra agora