EUPHORIA - kth + jjk

~CAPÍTULO ÚNICO~

Mais uma vez, ouvi o som irritante daquele despertador às seis horas da manhã em plena quarta-feira, onde as duas primeiras aulas do curso de fotografia começariam com os professores mais insuportáveis do mundo. Ótimo dia para mim.

Levantei da cama com o total de ânimo equivalente à zero e entrei no banheiro. Assim que terminei de escovar os dentes, me encarei durante um segundo no espelho e apenas desviei o olhar pra não queimar os olhos. Meu cabelo parecia uma vassoura, minha pele bronzeada estava toda amassada e eu nem quis olhar pra minha cara. Eu estava simplesmente necessitando de um banho. Entrei no chuveiro e o liguei, quase caindo no chão devido ao susto do choque térmico com a água fria.

— Por que diabos essa porcaria não tá quente? Que merda! — disse em voz alta.

Apenas por preguiça, tomei um banho frio mesmo. Quando terminei, saí do box já me secando por inteiro e tentando abaixar os fios negros e rebeldes da minha cabeça.

— Pois é, Kim Taehyung — disse a mim mesmo, olhando para o espelho novamente e apoiando as mãos na pia, com a toalha amarrada na cintura. — Mais um dia da sua vida está começando. Forças, ícone.

Suspirei, saí do banheiro e comecei a procurar algo pra vestir. Eu sempre gostei de me arrumar, mas de ser simples também, então os momentos "escolher roupas" eram desesperadores.

— Taehyung!! Desce logo daí, você vai perder o ônibus!! — ouvi os gritos altíssimos de minha mãe vindos do andar de baixo da casa.

Eu revirei os olhos e ri, o ônibus só passava as 6:30, eu não tinha preocupação alguma. Afinal de contas, quando olhei para o relógio, ele marcava 6:28.

Merda.

Enfiei a roupa no corpo que foi minuciosamente bem escolhida - uma blusa listrada vinho, preta e branca com a gola preta , uma calça jeans azul escura com as bordas dobradas para cima, uma jaqueta vermelha e um sapato simples azul escuro  - e coloquei todos os livros necessários para aquele dia na mochila. Peguei minha câmera e a pendurei no pescoço, meu celular e meu headphone e saí correndo do quarto, me perguntando se eu tinha demorado mais no banho ou escolhendo a roupa.

Cheguei correndo na cozinha, onde minha mãe já me esperava com o meu café na mão.

— Vá, rápido, menino! — ela disse me entregando o café, o qual bebi tudo em um gole só.

— Obrigado, mãe — disse com a boca cheia de torrada e geleia e com a língua queimando um pouco por causa da velocidade que bebi o café. Assim que engoli tudo, peguei uma maçã no cesto de frutas e dei um beijo na bochecha de minha mãe. — Te amo! Tchau!

— Vá com Deus, meu filho — ela disse rindo.

Saí correndo de casa na velocidade da luz e vi o ônibus chegando no ponto. Eu já sabia que não iria conseguir entrar, mas eu já tinha um Plano B em mente. Assim que a porta do ônibus fechou, eu pulei no degrau da escada de trás e me segurei ali, enquanto o ônibus já começava a andar.

Funcionou. Parabéns, Kim, você é um gênio, eu pensei enquanto batia no meu próprio ombro.

Fiquei ali, me equilibrando e esperando até que o ônibus chegasse no próximo ponto. Quando chegou, eu pulei da escada e me escondi atrás dele. Assim que todas as pessoas entraram e saíram, antes que as portas se fechassem de novo, entrei pela mesma porta como um ninja e sentei no primeiro assento que vi. Felizmente, passei despercebido por todos.

Um pouco ofegante ainda, coloquei o fone e comecei a olhar dramaticamente para a janela enquanto as notas de Collide começavam a tocar. Fiquei pensando na minha vida e em coisas aleatórias e não demorou muito até que eu finalmente chegasse na faculdade.