O começo

Um dia cheio de discussões sobre política pode ser considerando muito delicado e o dia 26 foi um dia cheio pra cacete.

Eu (Eduarda) e  minha amiga Renata estavamos indo assinar a lista de frequência da palestra que tinha acontecido minutos antes, no auditório. Eu sempre fui de tirar uma com a cara de todo mundo e logo naquele dia eu estava muito inquieta.

Enquanto ria com Renata virei para uma garota que estava perto e soltei alguma piada sobre políticos.
Ela disse meu nome enquanto ria do que eu tinha dito anteriormente e eu logo congelei ao ouvir ela dizer meu nome de uma forma tão linda, fiquei abobalhada por segundos e logo tratei de fazer com que ela me notasse mais.

Me retirei com Renata, fomos para cantina, enquanto eu pensava na garota que sabia meu nome, eu não lembrava bem o dela até ouvir Renata falar, que por sinal, naquele momento foi única coisa que ouvi de Renata foi o nome da maldita garota.

Ela, a garota, era a namorada de um dos caras mais desagradável da face da terra! eu conhecia quem rondava ele mas não tinha muito contato. A namorada dele seria a última garota que eu desejaria me meter, mas na primeira oportunidade estava eu lá fazendo piada com ela.

Engraçado.

Fiquei o resto do dia caçando ela com os olhos e só parei quando a encontrei, percebi que em momento algum ela me olhou mas eu não conseguia parar de olha-lá, fiquei muito atenta nela e mais nada ao meu redor recebia a tal atenção.

No ônibus fui junto de Renata. Renata não é muito na dela, resolveu brincar com a menina, que eu ainda estava confusa em relação ao nome.
"A pronúncia é Júlia ou Jhulia? sei lá como é, é meio diferente, nem vou inventar de falar pra não dizer errado"
Renata pegou a sandália da menina e começou jogar de um lugar para o outro, ali vi que era minha deixa, tesolvi ajuda-lá. Perguntei a Renata o nome dela e então me vi perdida em pensamentos "Giuly, Giuly" o nome da garota ficava ecoando na minha mente. 

Renata tinha resolvido tirar uma com ela mesmo e escondeu a sandália da coitada, foi uma graça como ela ficou brava com Renata.

Então, chamei pelo nome da menina que não saia da minha mente e "ajudei" ela com sua sandália.

Ela foi se chegando até que se sentou no colo de Renata, Renata começou a flertar com Giuly, e cara, naquele momento me bateu um ciúmes tão grande, que cheguei a ter raiva da minha melhor amiga por flertar com a garota que eu queria.
Não fui boba e não deixei barato, mesmo sabendo que se aquilo fosse uma competição eu perderei. Comecei a flertar com ela também, minhas investidas eram as melhores, mas Renata de longe era mais bonita, engraçada, talentosa, etc, que eu.

Ela começou a me dá atenção e logo uma felicidade explodiu em meu peito. Em nenhum momento eu dava atenção ao fato dela namorar, ainda mais com o cara que não me atura nem um pouco. Minhas investidas ficavam mais séries e ela começou a entrar na brincadeira, que da minha parte de brincadeira não tinha nada. Eu estava muito afim daquela garota!

Então, Renata começou a puxar papo sobre o namorado dela e fazer piadas sobre ele ter agredido o Jord, que supostamente tinha dado encima de Giuly. Eu fui caindo na real e porra, se o boy visse eu flertando com a namorada dele era "tchau vida".

Mas nada abalou a intensidade das minhas investidas, minha falta de noção não deixou.

Depois de uma investida minha, Giuly soltou "Se eu não namorasse eu até que ficaria muito contigo". Eu fiquei em uma felicidade do caralho.

"Cara, vocês já traíram?" Renata falou, óbvio que na intenção de saber somente a resposta de Giuly.
E ela logo respondeu "Eu nunca trai e nem tenho a intenção de fazer isso, já fui traída e não desejo pra ninguém"
"eu nunca trai e nem trairia, em uma suposição, eu preferiria ser traída do que trair, porque depois minha consciência ia ficar fodida" eu disse.

Logo os flertes foram deixados de lado e começou uma conversa sobre antigos relacionamento e a visão da família sobre a nossa sexualidade.

"Minha mãe não sabe, mas, aposto que ela desconfia. Todo mundo desconfia de mim, muitos devem achar que sou assumida e tudo" isso foi o que eu falei porque na minha visão é o que acontece.
Giuly contou a situação que rolou a um tempo atrás quando ela namorou uma menina, o pessoal da cidade meio que descobriram e teve uns boatos.

O papo foi acabando e o cansaço foi vencendo Renata. Giuly que antes estava apenas sentada nas pernas de Renata, deitou em meu colo também. Renata dormiu e ficou apenas eu o Giuly. Não me recordo bem se pedi desculpas pelos flertes, afirmando ser brincadeira.

Comecei a fazer cafuné nela e pensava se aquilo estaria bem, se ela estava confortável daquele jeito.

"será que ela quer ouvir música? a gente nem se conhece, não seria muito precipitado dividir o fone?"
fiquei naquele dilema enquanto ouvia música e via ela aproveitar o cafuné.
"mas, será que elagostando mesmo  ou só não quer me agradar pra compensar os foras que ela deu nos meus flertes" eram muitos pensamentos sobre ela.

Mas em um ato de coragem, falei, "quer ouvir música? se você quiser eu posso dividir o fone" lógico que não falei assim, eu estava tão nervosa que não lembro do que falei nem depois de ter dito, mas sei que falei toda atrapalhada.

Ela me olhou e somente por causa da luz da lua eu pude ver sua feição, ela me olhava com um ar de surpresa e talvez de felicidade também.

Quando dei o fone, tocava "Segredos" de Frejat
muito engraçado por sinal, por causa da letra.
"Eu procuro um amor
que ainda não encontrei
diferente de todos que amei"

Minha mente viaja tão longe que pensei em, quem sabe se ela fosse solteira a gente faria um casal legal.
To rindo bastante disso tudo, meu diploma de idiota eu já tenho, falta só o carimbo na testa.

mas, continuando...

"Deixa eu te mostrar uma música maravilhosa nova de Anavitoria com Sandy, ela é nova, lançou acho que antes de ontem. Eu já tinha ouvido partes dela em um vídeo, era tipo um video de com elas gravaram" Falei tão animada, porque a música era incrível e poucas pessoas conheciam e eu estava tão animada pra mostrar logo pra ela.
"Cara, AnaVitoria é muito bom, puta que pariu" ela falou e eu ri porque aquilo foi estreante fico.

E ouvimos a música no maior silêncio, procuramos sentir cada trecho dela.

Meu olhar alternava entre Giuly e o céu, que estava complemente estrelado, como fosse um cenário criado pra nós.

Foi um momento tão singular e com o tempo eu pude perceber que nunca mais eu me sentiria tão pertencente a uma música e a uma mulher como naquele momento.

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⏰ Última atualização: Jul 28, 2019 ⏰

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