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Abrir os olhos e sentir o coração bater fortemente por um susto. Nada confortável. Mas foi assim, então que fui acordada ainda no quarto da minha melhor amiga. Pela mãe dela.
Eu e a sra. Manoban sempre nos demos muito bem. Sempre nos encontramos quando eu estou de saída de sua casa. E sempre, sempre é preocupante de mais.
- Jennie, esse é o barulho da garagem. Rápido, vamos descer - Lalisa já levantando e segurando a minha mochila quase grita ao perceber o som severamente específico de sua garagem.
- Ah, quase esqueci que sua mãe é a formalidade em pessoa
- Nem é isso, você que é uma maloqueira - meu estilo não é de maloqueira, é apenas diferenciado. Isso me motiva a fazer um bico enorme - VAMOS LOGO!
Apesar da Lisa não ter puxado muito todo esse lado formal da família, ela os respeita muito, então faço questão de parecer formal na frente da mãe dela.
É pouco o que sei de sua família. Sei que a descendência tailandesa é forte; que sua mãe é dentista e seu pai é policial, fazendo com que eu tenha o visto poucas vezes na minha vida; sei também que a família dela é rígida em diversos aspectos. Controlam a mesada dela com tudo que ela gasta, não dão opção a que ela vai ser profissionalmente e são realmente homofóbicos e racistas. Não me surpreenderia eles arranjarem um parceiro para ela algum dia. E isso inclusive me deixa mal por ela. Ela já se descobriu bissexual, e não poder se abrir com os próprios pais deve ser uma posição pesada.
Lembrar disso tudo também me faz perceber a nossa situação agora. Com meus olhos abertos vejo Manoban deitada do meu lado, com um sono pesado e sua mãe de pé a chamando.
- Lalisa Manoban - por uma última vez ela consegue acordar sua filha, que assustada já se senta na beirada da cama - Eu já falei mais de uma vez que eu não quero amigas suas dormindo no mesmo ambiente que você. Isso soa...
- Gay? - eu vejo que se ela não o falasse explodiria. Mas claro, ver a reação raivosa da adulta foi divertido - Certo, mãe. Jennie, já passou da hora de você ir embora... Eu te levo até a porta.
Ao chegar em casa além de sentir meu celular vibrar pela conexão com a internet, eu encontro minha irmã, Yangmi, assistindo televisão e minha mãe, Nayeun, cozinhando. Era quase 18 horas. Quase o momento de jantar em família. Nada confortável.
- Oi, coisa chata - minha irmã pode ser uma criatura insuportável as vezes, mas ela é legal geralmente. Dessa vez, a vontade de entrar no meu quarto superou a vontade de ficar ali, então não evitei.
- Já desço, coisa irritante
Entrar no meu quarto era gratificante. Eu sabia que aquilo puxava todas minhas energias, minha disposição, meus desejos, mas era calmo alí. Encontrar uma cama bagunçada, roupas espalhadas, diversos jogos de tabuleiro em todo lugar e desenhos colados nas paredes era calmo. Para mim.
Sinto meu celular vibrar mais uma vez e não exito em checar.
loirinha chave💕
Ae meu amor
Desculpa pela minha mãe...
Vc conhece ela
Por sorte eu já tinha desligado
o pc, se ela descobrir q eu gosto
de algo q não seja promissor na
cabeça dela... 😮q nada
sua mãe só tem uma mente
mto mais desenvolvida q a
nossaHAHAHAHA Tá bom se vc diz
Mas sabe doq eu tô precisando?
Da parte q eu perdi da aula de
históriaaf ta
Enquanto eu passo página por página de tudo que ela perdeu, percebo alguém me chamando.
- Janette - ah, é a minha irmã com seus 9 anos de experiência - A comida tá pronta, vamos.
Como imaginei, nada confortável. Mas foi basicamente assim que meu dia acabou.
Minha vida é tão típica que se fosse pra retratar ela em um filme seria melhor ter ido ver o filme do Pelé. Meus dias simplesmente não mudam. A única coisa que há de diferente é o diálogo. Mas não com a minha mãe, então o que aconteceu na manhã seguinte foi deveras estranho.
Sentada no balcão da cozinha, observando que eu estou prestes a sair às pressas como quase todos os dias, Nayeun se manifesta - Kim Jennie, sente-se aqui.
Confusa até de mais pra parar e raciocinar o porquê dela estar com esse tom, tento fugir - Estou atrasada.
- Eu ligo na escola. Senta aqui. - fodeu. Eu a obedeço e aproveitando a situação preparo uma torrada enquanto a ouço - Então é verdade que você e o Yukne terminaram?
- De onde você tirou isso? - nervosa por não saber as fontes dessas informações.
- Eu nunca mais o vi, então fui procurar saber sobre com o próprio.
- Era só isso? Sim, terminamos.
- E por que você não me contou? Por que você não me conta nada?
- Bom, você soube do nosso namoro, então... - digo já a me levantar para me retirar daquele inferno de entrevista.
- Jennie, senta - o tom dela foi duro o bastante para me fazer obedecer - Estou cansada dessas suas atitudes ridículas. Eu te sustento, dou do meu sangue pra você desde sempre e você vive me tratando como qualquer.
- Já que você quer que eu te conte tudo, por que não me diz o que aconteceu com o meu pai? Se ele estivesse aqui nós não teríamos nos mudado para essa cidade sufocante. A culpa é sua. - isso foi suficiente para eu sair daquela casa transtornada a procura de apoio. Com certeza, a escola não era o melhor lugar pra isso. Então eu apenas me afastei de casa, sentei em na calçada e fiz uma ligação para quem eu acreditava ser a melhor pessoa pra isso.
××××××
Bom, desse eu gostei bastante e acho que tá não tão básico, mas o suficiente para que fique explicativo. Essas primeiras atts vão ser mais pra explicar a situação com um pouco da história. Kk eu até pensei em fazer o ex da Jennie sendo o Kai, mas mudei de idéia jjaksjakskks. Eu agradeço qualquer pequeno apoio e até o próximo capítulo 🍓🍓
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FanfictionLisa e Jennie eram amigas, adolescentes com uma vida comum e não movimentada. Aquela proximidade era totalmente normal para elas. Só que poucos acontecimentos podem mudar toda a história e fazer com que essa amizade mude.