No quarto ao lado;

No quarto ao lado;6

Capitulo 6;

- AH FALA SÉRIO NEH! - disse olhando para o mesmo homem que vi no elevador.

- Olha só , veio participar da festa? - ele disse me analisando de cima a baixo , por um momento pensei que ele estava bêbado , porém ele não estava com cheiro de álcool , então me toquei de que ele estava de fato , achando que eu teria ido ali para aparecer na festa.

- VC JA VIU O HORÁRIO? SABIA QUE TEM PESSOAS QUE TRABALHAM? EU TENHO QUE ACORDAR CEDO AMANHÃ , ENTAO ABAIXA ESSA MERDA! - eu praticamente berrei pra ele.

- não vai rolar não , unicórnio - ele disse segurando o riso e olhando para as minhas pantufas.

- AE? A SINDICA IA ADORAR SABER QUE A POLÍCIA VEIO AQUI VER UM MORADOR QUE NÃO CHEGOU FAZ NEM 24 HORAS! e deixa a minha pantufa em paz!! - eu disse se aproximando dele.

- por que vc não vai.. sei lá , ficar com o seu namoradinho e deixa eu e meu som quietinho aqui? - ele disse fechando a porta atrás dele e chegando ainda mais perto de mim.

- primeiro: eu não tenho namorado , não que isso seja da sua conta , e segundo: ou vc abaixa esse som , ou então vc vai embora mais rápido do que vc chegou! - eu disse apontando o dedo na cara dele .

- que isso , tá de TPM é? - ele disse tirando o meu dedo da cara dele e chegando ainda mais perto de mim. ( Por que ele tá chegando tão perto mesmo?!)

- não mais daqui a pouco eu vou estar com VTB ! - eu disse o encarando.

- VTB? o que é isso ? - ele disse parando seus olhos nos meus.

- Vontade de te bater! V T B - eu disse abrindo um sorriso de deboche.

- eu pensei que era "vontade de te beijar" - ele disse com um sorriso convencido no rosto , porém seus olhos continuavam fixos nos meus .

- me polpe garoto! Esse é o tipo de coisa que eu nunca vou ter vontade de fazer com VOCÊ! - ok , eu poderia estar mentindo , mentindo bem feio por sinal , mais ele não precisava saber disso.

- tem certeza do que você está falando? - ele disse chegando ainda mais perto e por mais incrível que pareça , seus olhos ainda estavam nos meus , e eu não estava conseguindo desviar a merda do olhar.
Aliás , eu não estava conseguindo nem pensar muito com aquela aproximidade - quem ele pensa que é?

- A mais absoluta certeza! - eu disse empinando o meu nariz , seus olhos desviaram dos meus e eu me senti mais tranquila , até sentir sua mão na minha cintura , nos aproximando ainda mais - se é que isso é possível!
Seus olhos desceram para a minha boca e pude sentir , meu coração acelerar como se eu tivesse acabado de sair de um campeonato de corrida, minhas mãos estavam coçando para não subir pro seu pescoço.

- E agora? - ele disse com a voz rouca , tava estampado o desejo na sua testa.
Meus olhos desceram pra sua boca e eu já não sabia mais o que fazer , respirei fundo e desviei o olhar.

- Se.. será que vc pode - minha voz falhou completamente e tive que tentar de novo. Porém sua mão estava mais firme na minha cintura. - Será que vc pode , tirar sua mão de mim?! - eu disse e dessa vez minha voz saiu como eu queria.

- vc quer que eu faça isso? - ele disse ainda olhando pra minha boca e então seu olhar subiu para o meu novamente.

- não só quero que vc faça isso , como quero que vc desligue a merda desse som! Agora se vc poder me dar licença! - eu disse dando 3 passos pra trás , e então fui direto para o meu apartamento. - e só pra constar - eu disse quando abri a porta - minha pantufa é linda! - então entrei dentro do meu apê e fechei a porta.

Soltei o ar com força e fui pro banheiro.
Lavei o rosto e parei para me olhar no espelho.
Meu coração batia acelerado , me sentia trêmula
Onde eu estava com a cabeça , quando quase beijei aquele babaca? - pensei - Que por sinal , não sei o nome até agora!
E da onde tinha vindo todo aquele calor? Eu estava me sentindo dentro de um forno!
Sai do banheiro e fui para o quarto , olhei o relógio novamente "2:17" marcava.
Respirei fundo e liguei para Cindy.

Caixa postal

Liguei de novo

Caixa postal novamente.

- merda - disse colocando o celular na mesinha e me deitando.

10 minutos depois o som parou.

"Obrigada Deus , não estava afim de matar alguém que eu quase beijei hoje" - a voz dentro da minha cabeça falou.

Minutos depois já era , de manhã.

"Como assim?" Pensei.

Me virei para o lado e dormi por mais 5 minutos .

Meu celular começa a praticamente berrar no meu ouvido , levantei em um pulo 6:54 marcava , quase infartei.

Sai da cama e peguei a primeira roupa que estava no meu guarda - roupa ,amarrei o cabelo e coloquei o tênis .

- merda , merda , merda! - disse enquanto pegava o meu celular e corria pra porta.
Abri ela e sai às pressas , chamei o elevador.

Olhei o relógio de novo 7:02 marcava.
Eu tinha acordado completamente atrasada , o por quê disso?
Se não tivessem ficado com o som ligado até 2 horas da madrugada , eu com certeza teria acordado no horário certo!

- segura pra mim - ouvi alguém gritar , enquanto a porta do elevador quase fechava por completo.
Consegui segura-la no último segundo.

- obrigado - escutei , enquanto um cara entrava dentro do elevador e se posicionava ao meu lado.

- de nada - disse o encarando , e então voltei o meu olhar pra frente.

- ei , então você é a nossa vizinha? - ele disse , e pude reparar de que ele tinha uma grande semelhança com o babaca de ontem.

- infelizmente - disse baixo.

- foi vc quem estragou minha festa de aniversário , dizendo pra abaixar o som né? - ele falou bufando.

- ó mil perdões - disse debochando dele - sabia que as pessoas trabalham?! - eu falei

- claro , eu próprio estou indo trabalhar agora. - ele disse

- quase que eu perco o horário , por causa da sua festa! Sabia? , Mais ok ! E feliz aniversário atrasado... - tentei lembrar seu nome , falhei completamente - qual seu nome mesmo?

- Brenno - ele disse estendendo a mão , eu bati minha mão na dele como tapa e soco.
Não estou assinando contrato com ninguém , pra apertar a mão dele.

- e o seu? - ele perguntou.

- Amanda - eu disse dando um sorriso.

- Não sorri não moça - ele disse olhando pra mim.
Aí meu Deus será que tem algo na minha boca? Pensei já entrando em desespero.

- seu sorriso hipnotiza - ele disse.

Soltei o ar , de desespero.

- idiota - eu disse dando um empurrãozinho nele.

- baixinha - ele disse apertando minha bochecha.

- vou te bater! - eu disse olhando seria pra ele.

- vem pra cima baixinha! - ele disse rindo.
E eu realmente fui , mais quando cheguei perto dele , ele me puxou e me abraçou .
Eu me senti como uma formiga , e então me toquei que criamos uma intimidade , bem rápido , e que ao invés de eu me sentir desconfortável abraçando um desconhecido , eu me senti como se o conhecesse a anos!.

- retardado - eu disse rindo.

- formiguinha fofa - ele disse , passando a mão na minha cabeça , com a gente ainda abraçado.
Revirei os olhos.

- Brenno? - escutei uma voz , um tanto familiar.