Angel, Angel, Angel

30 3 13
                                    

  


Um Olhar do Paraíso

Por: SxHunnie

"Onde você estiver, eu vou estar também
Pra onde você for, eu vou também"

- Ailee; Heaven

Trinta e três dias. Essa era a contagem exata que Baekhyun fazia em sua mente desde o dia em que conheceu o anjo. Incontáveis eram as vezes em que se pegava pensando no maior e principalmente nas palavras ditas na calada da noite, enquanto o outro achava que o pequeno estava dormindo.

A insônia o perseguia. Era difícil dormir depois de passar horas e mais horas admirando a imensidão negra na esperança de vê-lo novamente. Ele prometeu, não? Chanyeol disse que voltaria, Baekhyun iria esperar por ele mesmo que demorasse a eternidade.

Seus olhos estavam menores que o habitual, rodeados por olheiras arroxeadas denunciando as noites mal dormidas, vermelhos e inchados assim como o nariz arrebitado. As lágrimas que escorriam silenciosas deixavam um rastro na pele alva - estava chorando mais uma vez. Em sua mão, além da cicatriz que restara do incidente ocorrido naquela noite, estava o pequeno papel dobrado. Leu-o tantas vezes que decorou cada palavra, cada linha torta da caligrafia antes desconhecida mas que agora lhe era tão familiar.

Assim como em todas as outras noites, não se deu ao trabalho de ir para cama, apenas fechou os olhos e adormeceu. Ao menos em seus sonhos podia ter a imagem de Chanyeol, mesmo que não tivesse o calor de seus toques.

>>•<<

- Ainda encarando o humano? - A voz de Jongin invadiu seus pensamentos, desviando sua concentração do menor, em seu sono profundo, para o moreno parado à porta. Baekhyun estava mal e isso incomodava o anjo em níveis extremos. Sabia que era por sua causa que ele se encontrava em tal estado, porém não havia nada que pudesse fazer. Não podia sair do paraíso para encontrá-lo novamente, não ainda. - Não deveria se machucar assim quando sabe que vê-lo em tal estado acabará te deixando mal, hyung. - Aproximou-se da janela, ficando ao lado de Chanyeol, este que voltou a encarar seu pequeno.

- Não consigo evitar. Não posso vê-lo se destruindo assim. Como alguém consegue chorar tanto? Creio que não há mais água em seu corpo. Há dias ele mal se alimenta, tem parado de ir ao trabalho e fica cada vez mais tempo sentado ali, encarando o céu sem saber que eu estou aqui olhando por si o tempo todo. - Suspirou. A dor em seu próprio peito aumentava gradativamente quando se dava conta do estado do pequeno Byun, tão indefeso em sua vida mortal. - Às vezes me questiono se fiz bem em ir até ele.

- Não se questione tanto. Era o que você queria, uma hora ou outra acabaria acontecendo, Chanyeol. - Levou sua mão de dedos longos e finos até os ombros do mais velho, acariciando a pele sobre o tecido com gestos leves. - Sabe, eu te admiro pelo que fez. Não nego que foi um pouco louco e impulsivo de sua parte, mas ainda assim eu o apoiei e o ajudei. Queria ter coragem para seguir seus passos, amar tão intensamente ao nível de me arriscar por outro alguém. - Jongin desviou o olhar, a mão abandonando o ombro do mais alto quando Chanyeol o encarou e franziu o cenho em confusão. Amar?

- Amar?

- Sim, hyung. Amar. Intensamente e puramente. Ainda que seja, em certa parte, errado esse amor, você o ama. - Chanyeol ficou sem palavras. Parou de encarar Jongin e passou a encarar Baekhyun, imaginando seus dedos penteando os fios lisos em um carinho, exatamente igual havia feito semanas atrás para que o Byun adormecesse em seu colo.

Amor? Era isso? Realmente amava Byun Baekhyun?

Estava confuso. Não sabia o que era aquele sentimento que fazia seu coração bombear seu sangue rapidamente, que fazia a pele se aquecer e ansiar pela proximidade do humano, que lhe causava diversas reações antes desconhecidas. Não sabia se deveria nomeá-lo de amor mas queria descobrir. Mesmo correndo riscos, era preciso.

Um Olhar do ParaísoOnde histórias criam vida. Descubra agora