3. Meu plano

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Com o tempo passando, a maioria das pessoas começaram a esquecer o que tinha acontecido, mas eu não esquecia. Nesse tempo me aproximei ainda mais de Amanda (sem segundas intenções), e estava acompanhando de perto o sofrimento dela e dos outros familiares. As férias dela no trabalho foram adiantadas, pois não conseguia ir trabalhar. Ela ficava sem fazer nada o dia inteiro, e isso nem sempre a ajudava, pois passava a maior parte do tempo chorando. Além da compaixão por Amanda e seus familiares, tinha outra coisa que não me deixava esquecer.

Eu amo ler, e já tinha lido muitos mais de 100 livros de romance policial. Meu detetive preferido era Hercule Poirot, da Agatha Christie, mas também lia vários outros, inclusive do Sherlock Holmes e do Inspetor Maigret, grandes investigadores da literatura mundial. As vezes me imaginava dentro de uma história assim, e agora que estava, não conseguiu deixar de pensar, e muito sobre o mistério da morte do Hector.

Com o os dias passando, fui percebendo que o caso ia cair no esquecimento, e que aquela família nunca saberia o que aconteceu. Sem pensar muito bem, decidi tentar fazer algo que a polícia já estava parando de fazer. Investigar. Sim, eu comecei a investigar o caso. E foi assim que, finalmente tudo começou.

Em minha casa acessei a internet e procurei perfis de assassinos misteriosos, na vida real e nos livros. Li matérias, assisti vídeos, anoteis informações importantes sobre perfis de assassinos e reli algumas partes de alguns livros.

Pensei, pensei e pensei, e imaginei tudo que poderia dar errado. No fim, cheguei a uma conclusão. Eu tinha um milhão de contras, e quase nada a favor. Tinha motivação, mesmo que diminuída mais que a metade, ao pensar que poderia acabar como Hector. Mesmo assim, resolvi tentar algo, e prometi para eu mesmo, que na primeira poeira de perigo iria parar. Pensei em chamar o Lucas, mas não queria botar ele em perigo, e também iria ter vergonha de falar sobre isso. Estava sozinho nessa. O caso de Hector não ficaria sem solução! Foi o que prometi a eu mesmo. Segundos depois, lembrei da promessa de que pararia tudo em caso de perigo. Duas promessas, e só dava para cumprir uma. Bom, não se consegue tudo nessa vida.

Nessa noite, Lucas me chamou para jogar online, mas não joguei. Tinha que começar a investigação. Após reler novamente as informações que anotei, e mais algumas pesquisas, montei um plano de investigação. No dia seguinte iria começar.

Minhas anotações:

Ponto 1: Conversar com o bêbado para ver se ele lembrava de alguma coisa. Aborda-lo com assuntos aleatórios e tentar levar ao assunto naturalmente. Será que ele já tinha sido procurado pelo assassino?

Ponto 2: Rede informações. Extrair tudo que as vizinhas já sabem e o que vão descobrir. Como? Saber pela minha mãe e tias.

Ponto 3. Vida do Hector. Será que ele é tão inocente assim? Descobrir TUDO sobre ele. Como? Pesquisas.

Ponto 4. Vizinhos. Será que algum deles mexe com algo errado ou tem um passado escondido? Como? Pesquisas.

Ponto 5. Investigação. Tudo que for tranquilo para investigar ou pesquisar eu faço, mas se for mais complexo, algo que possivelmente seja perigoso, fazer denúncia anônima para polícia.

Esse foi o meu plano. E no dia seguinte, ele saiu do papel.

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⏰ Última atualização: Dec 20, 2018 ⏰

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