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Passaram-se alguns dias depois daquela conversa com a irmã do Afonso. Já estranhava ela não ter voltado a entrar em contacto comigo. Havia já enviado uma mensagem, mas não tive qualquer tipo de resposta da sua parte. No dia a seguir contei logo para Inês sobre isso. Ela, claro, ficou felicíssima quando soube que tinha razão ao achar que Afonso sentia o mesmo por mim. Poderiam ser apenas duas pessoas a dizer-me aquilo, mas para mim já parecia algo significativo! A partir desse momento comecei a analisar mais os seus comportamentos quando está comigo e apercebi-me que não devia ser tão insegura em relação a ele. O seu olhar castanho brilhava mais quando estávamos só nós. A sua maneira de agir era ligeiramente mais entusiasmada e divertida como de quem gostava de impressionar a outra pessoa. Comecei a notar aos poucos durante estes dias as semelhanças dos nossos comportamentos. Eu sempre enrolava uma mexa dos meus cabelos loiros entre os dedos quando caminhávamos lado a lado ao final da tarde. Eu costumava acompanhá-lo até casa todos os dias depois das aulas visto que morávamos consideravelmente perto um do outro. Tornou-se rotina há cerca de um mês. Pode parecer bobo, mas será sempre a minha parte preferida do dia! Ele realmente me faz sentir bem. É impossível estar triste ao pé dele.

Hoje passei um dia completamente normal. Tenho gosto em dizer que esse normal foi bem divertido! Como sempre no final do dia eu e Afonso fomos juntos para casa. Gargalhamos o caminho todo como dois malucos! As borboletas na barriga apareciam sempre que ele me olhava nos olhos por mais de 3 segundos. Provavelmente estaria sempre a corar, mas ele nunca comentou sobre isso. Já perto da casa dele paramos juntos de um moral (como sempre acontece) para conversarmos mais um pouco. Conseguia sentir a vontade enorme que ele tinha de aproveitar todo o tempo ao máximo comigo. Infelizmente o tempo passado com Afonso voa e quando demos por nós já era noite cerrada.

- Antes de ires eu gostava de te perguntar uma coisa... - o nervoso miudinho voltou imediatamente. Porra, ele podia ter perguntado de uma vez! Sinto-o mentalizando-se da pergunta que quer fazer. – Gostavas de sair comigo no fim-de-semana? – naquele momento apostava a vida de como ele se sentiria pessimamente se levasse um "não". Festejei interiormente por os meus pais não terem marcado nenhum passeio de família para este fim-de-semana! Sorri. Estava verdadeiramente radiante!

- Claro que sim! – um sorriso cresceu imediatamente na face de Afonso.

- Então logo à noite mando-te mensagem com os pormenores. – a sua iniciativa agradou-me. Ficara curiosa sobre o que ele está a pensar para o nosso encontro.

- Fica combinado. – não consigo esconder a minha felicidade. Ele aproximou-se abraçando-me. Mais uma iniciativa. Ele manteve-me segura nos seus braços durante algum tempo. Admito que não queria largar também. Quando nos afastamos, despedimo-nos sem tirar o olhar um do outro.

Cheguei a casa com um sorriso de orelha a orelha. Sentia-me nas nuvens! E o prometido é devido... Assim que terminei o jantar subi para o meu quarto e lá estava a notificação por que eu tanto ansiei estas duas horas. Disse que queria encontrar-se comigo às três da tarde de sábado no mural. Perguntei por mais detalhes, mas ele não se descoseu! Pediu simplesmente que confia-se nele. Sentia-me cada vez mais ansiosa com todo o secretismo. Falamos por chat mais algum tempo, visto que o dia seguinte já era sábado. Nem quero pensar se faltasse cerca de uma semana para o encontro! Eu não ia descansar nem um minuto!

De repente outra mensagem chega à minha caixa de correio. Não era somente Afonso a querer contactar comigo. O nome de Maria Inês piscava no lado inferior direito do ecrã. Fiquei surpreendida e veio-me de imediato a conclusão de que Afonso não fala muito da sua família. Não seria estranho não fazer ideia que ele tinha uma irmã.

- "Já sei que vão num encontro!" – a sua frontalidade assustou-me um pouco.

- Como sabes? – questionei.

- "Não posso dizer... estragaria a surpresa dele!" – ainda tinha esperanças de retirar alguma informação dela. - "É agora que te vou ajudar." – pensando bem eu não tinha ideia nenhuma de comer me vestir ou como agir amanhã. Será que deveria surpreende-lo também de alguma forma? – "Se há uma coisa que o meu irmão AMA é chocolate de nozes"

- Chocolate de nozes...? Ele nunca me falou que gostava de chocolate com nozes...

- "Acredita, ele gosta. Se ele nunca te falou sobre isso será mais um ponto de vantagem, pois vais acertar em cheio!"

- Está bem. Obrigada pela dica! – dito isto ela desligou-se de novo. Achava aquela miúda um pouco estranha, mas o importante é que me estava a ajudar e o que disse fazia todo o sentido! Continuei a falar com Afonso ao mesmo tempo e ainda nos prolongamos até à meia-noite. Enquanto isso eu organizava toda a minha manhã de amanhã para que aquele encontro fosse perfeito! Não me sentia cansada quando me deitei, pois aquele nervoso miudinho tomara conta de mim. Mesmo depois de me despedir de Afonso custou pegar no sono...

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⏰ Última atualização: Dec 20, 2018 ⏰

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A irmã do meu namoradoOnde histórias criam vida. Descubra agora