Agatha e Rodrigo estavam saindo do projac, juntos após mais um dia de gravação e mentalmente agradeceram por aquele dia estar chuvoso e sendo assim, era fácil de não desviar de casa. Como sempre bem simpáticos, pararam por cerca de dez minutos e conversaram com os colegas de elenco, se despedindo em seguida e caminhando cada um até seu carro, que daquele dia estavam estacionados do lado de fora.
— Merda! - Rodrigo bradou chamando a atenção da amiga.
— O que houve? - ela perguntou quando já se punha dentro do seu carro.
— Meu pneu! Está ferrado e eu to sem estepe. - respondeu e bicou o pneu em sinal de raiva.
— Deixa ele aí, eu te dou uma carona. Daqui a pouco você volta pra buscar, chama o reboque, sei lá!
— Não precisa, eu pego um táxi. Você vai pra direção oposta da minha.
— Rodrigo para de graça, vem logo. Vai armar um temporal e você ainda vai estar aqui esperando taxi.
— É, talvez você tenha razão.
— Eu sempre tenho. - Ela disse e deu de ombros.
Rodrigo seguiu até o carro dela e logo se acomodou no banco do carona. Agatha ligou o carro e o rádio e finalmente deu a partida saindo dali.
E ela realmente parecia estar certa, pois não deu nem tempo de sair da bandeirantes e a chuva caiu. E não foi pouca chuva, foi uma digna de parar as ruas em minutos.
— Eu não acredito nisso. - Rodrigo resmungou ao reparar no trânsito a sua frente.
— Você reclama demais cara! Deixa a chuva cair.
— Agatha, eu não to bem.
— Sério? Nossa, eu nem percebi isso desde a nossa primeira gravação do dia Rodrigo. - respondeu com seu tom debochado. - O que foi que houve? Quer me contar?
— Acho melhor não, é coisa minha! - voltou sua atenção pra rua e viu que no carro ao lado uma jovem acenava pra eles. - Oi - sibilou e devolveu o aceno à menina.
— Olá! - Agatha gritou em resposta e os dois sorriram dando tchau, pois a via estava se desobstruindo e os carros voltaram a andar.Os dois ficaram em silêncio por uma boa parte do caminho, Agatha preferiu respeitar o amigo que estava calado, quieto demais até, para ser ele mesmo. Até que uma música começou a tocar na rádio e um sorriso surgiu no rosto de ambos e quando ela se virou para ele empolgada.
— A nossa música! - ela indagou animada.
— Mm... Na verdade é a música dos nossos personagens, né? Mas não deixa de ser muito nossa! - respondeu e começou a batucar no acoalho do carro.
— Fica, fica, me queira e queira ficar... - ela cantarolou chamando a atenção dele.
— Você ta animada hoje em mulher? - ela apenas afirmou com um grande sorriso. - Que houve? Viu passarinho verde?
— Não, apenas estou feliz. Com a vida, com a Ema, com o nosso trabalho que está dando super certo.
— Você é a maior fã de erma né? - perguntou entrando na dela.
- Lógico que sim! Vendo o nosso peixe. E eu sei que você também gosta, na verdade aprendi com você, porque até foto no meu feed organizadissimo eu postei. - Sorriu.
— Pare de graça! E você não está errada, eu sou fã também. - Rodrigo deu um sorriso.
— Deu um sorriso finalmente! - Comemorou e voltou sua atenção para o trânsito.Ela guiou o carro indo no caminho até aonde ele morava que não era tão longe do projac, e não demorou para chegarem até a entrada do condomínio.
— Sobe... Espera a chuva passar! - convidou cordialmente.
— Não sei, você ta muito mal-humorado pra ter o prazer da minha companhia!
— Credo, que drama. - indagou. - Bom você é quem sabe! Se quiser ir vamos. - Ele destravou o carro pronto pra saltar.
— Eu vou! Mas quero um café e bolo de chocolate. - Riu e voltou a travar o carro, para entrar no local.Agatha estava certa, a chuva estava parecendo que ia demorar a passar. Ele já estava sentindo-se completamente confortável por estar ali com ela, vendo-a sorrir, com aquele sorriso. Que tanto o instigava, sem nem ter se dado conta disso antes. Ela estacionou o carro em uma das vagas dele e assim ambos desceram juntos e foram caminhando lado a lado para o elevador. Rodrigo apertou o botão do sétimo andar e rezou para que chegasse logo. Ficar sozinho com ela dentro daquela caixa de ferro sem poder tocar, chegar mais perto, era difícil. Quando o elevador apitou indicando que haviam chegado em seu andar, ele pode respirar mais aliviado.