A vista ao menos era linda, pensei enquanto olhava para fora do carro. Meu pai falava o quanto iríamos nos divertir no meio da floresta. Não fiz comentário algum assim que ele me fez uma pergunta, meu pai sabia que eu não queria estar ali, desde o momento que ele havia avisado a mim e a Ana, minha irmã, que passaríamos nossas férias no meio da floresta enquanto morríamos de frio eu estava calada na esperança que ele me deixasse em casa. Mas ali estava eu. Enfiada em um carro com minha irmã de dez anos, meu pai que não parava de falar e com minha mãe que achava que aquela seria a nossa viagem dos sonhos. Qual é gente, estamos indo pra floresta!
------------ Sorria Helena, papai está ficando magoado com você.
Vire-me para a Ana, a dona da frase e revirei meus olhos. Mandei que ela se calasse e voltei a olhar pela janela. As árvores passam pelos meus olhos e ficavam para trás, o céu estava nublado e gotículas de água começavam a cair. Papai avisou que faltava pouco para chegarmos na casa e nisso ele entrou por uma passagem no meio da floresta, cada vez mais árvores apareciam e desapareciam pelos meus olhos até que então estacionamos. Uma casa de madeira se estendia em direção ao céu, ela tinha uma varanda que seria perfeita para passar o verão, havia duas janelas enormes e uma porta com uma tela na frente. Retirei o cinto de segurança e notei que eu era a única no carro. Meus pais já retiravam as malas que havíamos trazido e então se encaminhavam até a casa, fui para trás do carro pegar minha mala e quando assim feito comecei a andar até a porta, nisso um casal apareceu e junto com ele o garoto mais bonito que certamente eu já tinha visto. Meu coração pareceu parar por um minuto e quando retornou a bater era como se fosse pular do meu peito, ele veio em minha direção, deu um sorriso e pegou a mala alegando que eu ficaria com dor no braço se ficasse tanto tempo parada e a segurando. Minhas bochechas pegaram fogo no mesmo instante e tive que desviar meus olhos de seus bíceps incríveis. Um minuto depois ele levou a mala para dentro da casa e desapareceu lá dentro.
--------------- Ora, que bom que chegaram cedo! Charles nos contou que passariam uma semana aqui. Espero que divirtam-se, minha mulher e eu somos os caseiros daqui, Victor é nosso filho. -Um homem alto, com aparência de quarenta anos e cabelos cinzas falava. Sua mulher deu um sorriso e apresentou o filho a todos nós logo que ele retornou. Minha mãe sorriu e apresentou Ana e eu. -Muito prazer senhoritas, mas por favor vamos entrar, está fazendo 8° graus aqui fora.
Minha irmã foi a primeira a pular para dentro de casa, antes de entrar meus pais pegaram as malas, o casal entrou logo depois dele e assim os únicos a ficarem do lado de fora foi Victor e eu. Assim que passei por ele dei um sorriso que ele retribuiu. Vinte minutos os caseiros foram embora alegando que preferiam nos deixar sozinhos, Victor infelizmente havia ido junto, eles haviam comentado sobre morarem a alguns metros do chalé e se caso precisássemos de algo era para chamá-los. No momento eu retirava as coisas da mala e guardava no espaço que ficaria para ser meu quarto. Minha mãe apareceu na porta e assim que a olhei percebi que ela sorria, ela caminhou em minha direção e se sentou na cama como uma garotinha adolescente.
------------- Acho que você deveria aproveitar, viu o quanto ele era bonito? Meu Deus! Se eu fosse você não perdia nenhum segundo.
Minha primeira reação foi de horror, eu não podia acreditar que ela estava me jogando para cima dele e a segunda reação foi de vergonha. Claro que ele era gato, só se eu fosse louca para não perceber aquilo, mas ouvir minha mãe dizer foi algo diferente. Depois de um tempo em silêncio eu desabei ao lado dela, minhas roupas já estavam guardadas em seus devidos lugares.
--------------- Daria uma boa história não acha? "Amor de inverno". -Ela falou e eu fiz uma careta rindo.
-------------- Esse nome é horrível!
-------------- Ah querida, eu sei que preferia não estar aqui, mas seu pai e eu queríamos essa viagem a anos. Tente se divertir, tudo bem? -Ela levantou-se da cama e caminhou até a porta, mas antes de sair se virou para mim com um sorrisinho.- Vá até a casa deles e invente uma desculpa, garanto que ele é solteiro.
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Um cruel amor de inverno.
Teen FictionHelena é uma jovem não muito sociável, possui poucos amigos e prefere ouvir música e viver de café. Porém um dia quando seus pais decidem passar uma semana com os filhos em uma excursão, ela não imaginava que conheceria Victor, um garoto tímido que...