Segunda Chance

Meu alfa

 Baek perdeu um pouco a compostura e foi difícil se manter neutro quando acabava de encontrar seu alfa. Aquilo não era muito comum, encontrar sua alma gêmea, seu verdadeiro companheiro não era coisa fácil, era raro e ele acabava de topar com o seu por pura sorte do destino, afinal ele estava de passagem, era um estrangeiro, estava indo embora...

Devia tirar sua coleira falsa que disfarçava seu cheiro e se revelar, mas e se aquele alfa fosse também só mais um folgado idiota? E se no final apenas sairia de garras possessivas para outras piores... No que esse lindo estranho era melhor do que Luhan? Ao menos o alfa da matilha vizinha era controlável, se Baek fosse esperto. E sim, ele era, para seu próprio alivio mental.

Esperou e pediu tanto por seu alfa verdadeiro, mas agora que estava ao lado dele sentia medo e os e ses pairavam em sua mente em sequência vertiginosa. E se ele fosse pior, e se ele fosse mais violento, e se ele no fim só o quisesse para subjugar? E se ele fosse um lobo solitário violento criminoso, que era o que parecia...?

— Seu avô ainda mora lá?

A pergunta foi feita por ele em voz baixa, serena e tirou Baek dos pensamentos conflituosos. Ele assentiu.

— Sim, na parte central norte, você é de lá?

— Sim, nasci no extremo norte, em uma vila perto do mar.

— Mas está aqui há algum tempo, certo? Sua pronúncia é boa.

Falou resolvendo puxar assunto e descobrir mais sobre aquele alfa. Ele riu baixo.

— Sim, estou por aqui já algum tempo.

Baek notou que era um assunto que ele não queria falar muito, assim achou melhor atacar de outra forma.

— Quer ajuda com a dor de cabeça? Meu pai vive com ela e eu aprendi alguns truques. Acho que te devo ao menos isso já que me ajudou com o cara chato.

E lançou seu melhor sorriso ao mais alto. Ele assentiu parecendo cansado.

— Se não for pedir demais... Entretanto e seu alfa? Isso pode lhe dar problemas...

— Meu alfa é meu pai e tenho autorização para estar aqui.

Não era necessariamente mentira, assim Baek não se sentiu culpado.

Ele deixou os ombros caírem...

— Eu tive uma noite muito longa, estou bem exausto.

Ele falou de novo de olhos fechados.

Baek se postou atrás dele e colocou as mãos naqueles ombros, um pequeno estremecimento acometeu sua espinha, santos deuses, ele era quente e macio e extremamente rijo e musculoso.

Ele soprou de leve tentando se acalmar e começou uma massagem suave nos ombros tensos, aos poucos conseguiu começar a desfazer os nós, o homem estava mesmo em um dia difícil.

— Por que não foi para casa descansar?

— Estou cansado de ir para um quarto vazio e estranho, esse é o décimo que me mudo, estou cansado disso.

Ele soava bem frustrado, assim como Baek se sentia mesmo que por motivos diferentes. Uma sensação de cumplicidade tomou seu peito e Baek acariciou o pescoço dele, se surpreendendo com a onda de carinho que o acometeu.

— Eu sei como é, mas talvez, em breve as coisas mudem... Hummm posso fazer uma pergunta?

Baek evitou estremecer com uma provável recusa, mas aparentemente o alfa estava gostando da sua massagem já que ouviu um sim baixinho e acabou sorrindo. Alfas eram todos iguais. Pensou divertido, era só dar carinho que pronto. Tinha eles nas mãos.