parte 4 ― o prêmio de consolação

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23 de dezembro ― 14h32.

  ―  Você tem certeza de que não envenenou esse bolo, né? ―ela perguntou, encarando o embrulho em mãos.

Chittaphon riu sem humor, ainda não conseguindo entender aquela situação muito desnecessária. Não via necessidade nenhuma da vontade da garota em se desculpar com Donghyuck quando não era culpa de nenhum deles o quão desastrado o garoto era. Tinha sido tirado de sua folga semanal para estar naquele hospital fazendo companhia a amiga, fazendo seu papel de bom samaritano natalino.

  ―  Ele vai gostar, sempre pede esse sabor na lanchonete. ―afirmou o garoto, empurrando a garota para seguir caminho até o elevador. ― Agora vá logo, quero ir embora desse lugar.

A garota se culpava desde o dia anterior mesmo não tendo influência nenhuma sobre o tombo de Donghyuck. No final de tudo, ela havia ganhado a competição, mas não tinha sido algo justo a se fazer. Enquanto ela não convencesse Chittaphon de que estava errado receber o título de campeã, merecia, ao mínimo, se desculpar pelo descaso feito com o acidente do rival.  Aquilo resultou numa fratura bem feia na perna direita, o garoto precisaria passar um longo dia em observação no hospital e após isso, algumas semanas usando gesso, impossibilitado de jogar.

Ainda pensava se deveria ou não levar o agrado. Confiava em Chittaphon mas o assunto era a relação entre ele e Donhyuck, o que era um pouco duvidoso.

  ―  Aish, por que está tão preocupada com Donghyuck? ―ele perguntou, impaciente. ―Já disse que não tem veneno nenhum. Só quero sair com meus amigos normalmente e não cometer um assassinato.

A frustração acabou por convencer a garota, significava que ele estava falando a verdade.

Segurou o embrulho com cuidado, entrou no elevador e foi deixada no corredor exato onde o garoto se encontrava. Quando as portas se abriram, avistou o corredor vazio e felizmente a portaria já havia sido avisada de sua visita, alguém já lhe esperava no quarto informado. 

Encontrou o número específico com facilidade, respirou fundo antes de dar duas batidas na porta e esperou ansiosa para que ela fosse aberta. Estava nervosa, não sabia o que exatamente falar. Talvez um pedido de desculpas ou... Era o certo, ela deveria lhe dar um pedido de desculpas, afinal nada daquela loucura precisava ter acontecido, era apenas a mente criativa de Chittaphon falando mais alto e lhes dando consequências sérias demais. Se não fosse pela competição inventada aos segredos e em cima de hora, ninguém teria caído e tido uma lesão complicada. 

A pessoa que abriu a porta não lhe recordava ninguém. Esperava encontrar um médico, um enfermeiro ou um dos bravos companheiros de Donghyuck que nunca o abandonavam, ainda mais em momentos de desespero. No dia anterior, após o acidente, enquanto o garoto choramingava, eles demoravam longos minutos até decidirem qual era a forma mais segura de levantá-lo do chão. Quando decidiram, acabaram por deixá-lo cair mais uma vez e além de reclamar da dor na perna, Donghyuck também tinha motivos para reclamar em certa dor no bumbum.

 ―Você é a... ―o garoto tentou falar, mas a garota o interrompeu, sorrindo.

  ―  Sim, sou eu. ―avisou. ―Ele está acordado?

Tentou enxergar além do garoto a sua frente, mas graças a sua altura, não conseguiu muitos resultados vantajosos. Ele era, de forma claro, mais velho do que todos os amigos de Donghyuck, era certo que eles não deveriam se conhecer. Mas mesmo assim, carregando uma expressão confusa e engraçada no rosto, ela tinha esperança de recordar aquelas feições de algum lugar.

just dance ┊ lee donghyuck  ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora