Primavera

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Está tão cinza, tão escuro

No horizonte apenas muros

Mas no concreto posso descrever

A beleza do antigo amanhecer,


Era tão lindo o espelho d'água

Que na poeira se desmanchou

O reflexo cristalizado nas gotas

Da pétala que a muito já murchou,


Era tanta vida, tantos sons, tantas cores

Um cenário adequado a tantos amores,


Mas hoje, o sol nasceu ameno

E os ventos trazem coisas boas

Nesse ambiente que chegou ao extremo

O canto do pássaro agora ressoa,


 Sem viço e vigor, sem ar, sem força 

Sem ânimo, sem sustentação e sem cor...


Aqui não há mais sabor

Que existia no passado

Mas nasceu uma flor

No trincado do asfalto.  



Eliane

Figura imagináriaOnde histórias criam vida. Descubra agora