Prólogo - A chegada

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12 de Janeiro de 2019.

Huang Lien, um nome bonito para uma garota bonita. Sempre achei que tinha um grande propósito na vida, que faria coisas incríveis, viajaria mundo à fora. Mas não foi bem assim como eu imaginava. Hoje, com vinte e dois anos, tenho paralisia do joelho para baixo. Triste, não? Infelizmente tenho que lidar com isso todos os dias, e ainda mais com meus pais me lembrando sempre o quão "frágil" eu sou. Sério? Só por que eu não mexo as pernas, tenho que ser inferior aos outros? Foi por isso que decidi sair de casa. Espero que nesse novo apartamento, que à propósito não é muito bom, mas foi tudo o que consegui com o salário da livraria onde trabalho, eu possa me sentir mais livre. Então é isso, escrever o que eu sinto. Pelo menos é o que o terapeuta diz, mas não sei como isso vai me ajudar. Eu não tenho amigos, sou tímida e ainda tenho que lidar com essa condição. Como escrever vai mudar o que eu sou?

Nova casa, nova vizinhança, talvez novos amigos. Lien queria mudar, viver. Quem sabe conhecer mais do mundo? Ou simplesmente ter alguém ao seu lado? Mal sabia que aquele prédio antigo e ruído do topo ao chão, mudaria seu conceito sobre o mundo, para sempre.

•••

14 de Janeiro de 2019.

Com um sorriso fraco, a garota entrou pela única porta, de vidro fosco do prédio e se dirigiu à pequena recepção, onde um homem de idade se encontrava concentrado em seu jornal.

— Bom dia, senhor. Pode me-

O velho então jogou seu jornal com indiferença, na bancada e se virou procurando as chaves da casa na gaveta.

— Lian, certo? Aqui às chaves, recomendo que às troque assim que possível, esse é um bairro perigoso.

Assustada a menina encarou o homem rabujento entregar-lhe as chaves enferrujadas e afirmou em seguida.

— Obrigada, mas me chamo Lien. — Sorriu simpática mas logo manteve seu rosto confuso pela revirada de olhos do homem.

Sem querer perguntar mais nada ao velho mal educado, Lien olhou o chaveiro de couro das chaves e leu o nome do quarto com dificuldade. "204" era a numeração quase apagada e muitas vezes reescrita por uma caneta de tinta azul qualquer.

Já que sua cadeira de rodas não à permitia subir pelas escadas, a menina teve de enfrentar o elevador assustador, com medo de aquela velharia não funcionar ou quebrar no caminho. Se inclinou e apertou o botão, fazendo a porta se abrir instantaneamente. Quando estava ainda entre o elevador e o piso de concreto do prédio, a porta rangida a prensou. Lien fechou os olhos com força e deixou um grito baixo escapar pelo susto. Logo que os abriu, só o que conseguia ver uma mão segurando a porta que voltava a se abrir.

— Você se machucou? — Disse um jovem garoto sorridente, de cabelos castanhos claros, que a empurrou com delicadeza para dentro do elevador.

— Bem, não, apenas me assustei... — A garota se expressou perplexa pela beleza do menino e engoliu seco.

— Que bom, essa máquina é cruel às vezes. — Sorriu envergonhado e olhou os números no painel ao lado da menina. — Qual seu andar?

— Duzentos e quatro. — Abaixou a cabeça e arrumou a saia do vestido que usava, apenas para se distrair da vergonha. — Vou tomar mais cuidado, obrigada.

— Uau, em frente ao meu. — Sorriu doce o garoto e apertou o botão de número "2". — Posso saber seu nome?

— Lien, Huang Lien. — Ela o olhou nos olhos enquanto pronunciava e sorriu simpática. — E o seu?

— Lien, como lírio, muito bonito. — Disse numa entonação doce que fez a menina se sentir ainda mais tímida. — Me chamo Dong Sicheng, mas meus amigos me chamam de Winwin, você também pode.

Ambos sorriram um para o outro e ele a ajudou a chegar até sua porta. Após entrar, a menina se sentiu confusa por alguém, pela primeira vez, ter sido tão agradável com ela. Parecia estranho, pois só foi uma conversa entre recém conhecidos, mas ela sentiu uma energia positiva em Winwin e aguardava esperançosa para encontrá-lo novamente.

My Hellevator - Fanfic WinwinOnde histórias criam vida. Descubra agora