Chapter Nine

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"Você é livre para fazer suas escolhas, mas é prisioneiro das conseqüências." — Pablo Neruda.


                              •••

-... Sim, mãe. - Reviro os olhos ouvindo minha mãe reclamar pela milésima vez que essa já é a segunda vez que eu saio em menos de uma semana.

- Eu espero que o seu pai esteja de olho em você. - Ela diz mais uma vez.

- Ta bom, mãe. - Olho para Christian sentado na cama e peço socorro mentalmente. - Eu tenho que desligar.

- Espera! Eu ainda não terminei.

- Que? Mãe? - finjo que a ligação esta picotando - Ta ai? Beijos. - Desligo e me jogo na cama ao lado de Christian.

- Sua mãe está certa. - Christian diz e coloca a perna em cima de mim para que eu possa tirar seu tênis.

Folgado.

Ainda estamos com a mesma roupa. Depois da festa, decidimos ir embora, porquê começou a rolar uma briga e não queríamos nos meter. Christian veio dirigindo numa velocidade absurda, com certeza ele vai levar multa. Fora que eu recebi um belo esporro por beber e dançar "como dançarina de boate". Assim que chegamos em casa meu celular começou a tocar, e adivinha... Meu pai ligou para a minha mãe e começou a falar um monte de merda, de que eu estou me envolvendo com pessoas erradas e blá blá blá. Eu to puta com ele por se meter onde não foi chamado e ainda inventar coisas para a minha mãe. Ela já é toda paranóica, daqui a pouco vai começar a pensar que estou usando drogas.

- Ou - Christian estala os dedos em frente ao meu rosto me desviando dos meus pensamentos - Parece até que esta em outro mundo.

- Eu só estou cansada. - Termino de tirar seus tênis.

- Tipo, muito cansada? - ele se senta, empurra meu cabelo para o lado e deixa beijos demorados no meu pescoço.

- Christian, agora não. - Digo, me levanto e vou para o closet.

Começo a procurar uma roupa de dormir qualquer. Sorrio ao achar minha camisola de pug.

- O que esta acontecendo? - Levo um susto com Christian atrás de mim.

- Nada - Me viro e ando em direção ao banheiro, porém minha caminhada é interrompida por Christian segurando meu braço.

- Me fala qual é o seu problema? - Ele me olha como se quisesse me matar. Seus olhos estão escuros e suas sobrancelhas curvadas.

- Meu único problema agora, é você apertando o meu braço - Minha raiva por ele estar me tratando mal ultimamente sobe. - Você ta achando que eu sou o que? Acha que eu gostei do que você fez comigo mais cedo e de como vem me tratando? Você me deixou toda roxa, Christian. Você nunca foi assim, por quê esta fazendo isso comigo? - Nesse momento meus olhos já estão cheios, mas eu me recuso a deixar a lágrima rolar.

- Do que você está falando? Não gostou do que fizemos ontem? - Ele afrouxa o aperto no meu braço e eu me solto dele.

- Eu não gosto de como você vem sendo grosso e mandão; não gosto de como você me bateu, mais cedo; Não gosto dos chupões que você deixou no meu corpo. - Digo a ponto de explodir. - Que tipo de mulher você acha que eu sou? - Ele desvia o olhar. - Eu vou tomar banho. - Deixo ele sozinho no closet e vou para o banheiro, trancando a porta assim que entro.

Me olho no espelho, me sentindo mais confiante por enfrentar Christian. Não tem porquê ter medo de homem algum. Você é melhor que isso, penso olhando meu reflexo no espelho de cara borrada por conta da mistura de base e suor. Mesmo sem meus óculos, quando tiro minha blusa, consigo ver ainda as marcas que Christian deixou, como se ele fosse meu dono.

Respiro fundo, decidida a mudar essa situação, nem que para isso eu tenha que terminar essa relação que está se tornando tóxica.

Tomo um banho demorado, me dando um tempo para relaxar. Lavo meu cabelo, que aparenta nunca ter visto uma gota de água. Termino meu banho, me visto e paro em frente a pia para escovar os dentes. Deus me livre ir dormir com gosto de vodka na boca.

De banho tomado, dentes escovados, cabelos limpos e enrolados na toalha, eu saio do banheiro. Ignoro totalmente Christian com cara de de cu na minha cama; pego minha escova de cabelo na minha mochila, sento na minha poltrona e começo a pentear meu cabelo.

- Desculpa. - Christian se senta na cama virado para mim. - Eu estou me comportando feito um idiota. - Ele encara os dedos das mãos.

- Você reparou que está me pedindo desculpa, mas não olha nos meus olhos? - O encaro e ele levanta o olhar. - Eu não sei o que deu em você, mas está na hora de parar. Você não é meu dono. - Digo terminando de pentear meu cabelo.

Me levanto indo em direção a penteadeira, mas ao ouvir sua voz, eu paro no meio do caminho.

- Que porra você quer de mim? Eu não estou aqui com você agora? Não era isso que você queria? - Ele se levanta e vem na minha direção, me agarrando pelos braços mais uma vez.- Eu quero você hoje, e eu vou ter. - Sem nem me dar tempo para responder, ele me bota contra parede e me beija.

A escova que antes eu usava para pentear meu cabelo agora está no chão, junto com minha confiança.
Tento me soltar dele, mas ele agarra minha cintura me prendendo totalmente na parede.

- Christian! - tento falar quando sua boca vai de encontro ao meu pescoço. - Por favor. - Quase choro, sentindo o desespero tomar conta do meu corpo. - Para! - Consigo empurrar ele, que caiu de bunda no chão. - O que você pensa que esta fazendo? - sua expressão é confusa.

Pego minha mochila no canto da poltrona e corro para fora do quarto, ignorando meu nome ser chamado por Christian.

Saio da casa do meu pai correndo para o portão.

- Senhorita Clark? - Um segurança do meu pai me chama quando chego perto do portão.

- Abre o portão. - peço sentindo meu sangue pulsar.

- Esta tudo bem? A senhorita quer que eu a leve em algum lugar?. - penso por um instante, porém descido não aceitar. - Eu posso chamar o senhor Clark se você...

- Só abra a droga do portão. - Peço mais uma vez perdendo a paciência.

- Mas esta tarde e... - fuzilo ele com o olhar. - Tudo bem. Abra o portão principal. - Ele fala com um radinho.

Logo o portão é aberto e eu saio em passos rápidos para fora dali.
Me xingo mentalmente por sair sem nem trocar de roupa, agora estou pelas ruas de Londres andando só com uma camisola de pug. Fico com medo por não ter ninguém na rua e decido pedir ajuda, mas pra quem?

Jackson.

Procuro meu celular dentro da mochila e fico feliz em vê-lo no bolso da frente da minha mochila de Panda.
Disco o número do Jackson e no terceiro toque ele atende.

- Preciso da sua ajuda...

                                •••

Capítulo curto, mas ta valendo. Vou tentar me organizar melhor postar com mais frequência ❤

Beijos.

My Complicated LifeOnde histórias criam vida. Descubra agora