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     Enquanto Steve Rogers terminava de apertar as tiras do carrinho que impediam Margareth de se jogar para frente (como ela tinha a tendência a fazer desde que começara a engatinhar), sua filha enroscava os dedos em seu cabelo e puxava os fios sem dó. Obviamente, após meses, Steve já havia se acostumado com aquilo.

     A mãe de Margareth, Genevive, era muito ocupada com o trabalho para dividir seu tempo com Steve e a bebê, então como os dois nunca chegaram a ter um relacionamento, Steve assumiu a guarda da criança, para que Genevive seguisse sua carreira. Ela visitava a filha de vez em quando e sempre ajudava, mandando dinheiro e qualquer coisa que Maggie precisasse. Genevive provavelmente passaria mais tempo com a menina assim que sua carreira estabilizasse e Steve não se importava muito, entendia que ser mãe nunca estivera nos planos dela.

     — Você precisa soltar o papai agora, Maggie. – ele sorriu para a menina, tentando se afastar de suas pequenas garras.

      Pegou o ursinho que estava em seu colo e chacoalhou em frente à criança, que soltou seu cabelo na hora, esticando as mãos para pegar o bichinho de pelúcia.

     — Muito bem, vamos ver por quanto tempo isso ainda vai funcionar. – murmurou se levantando. 

     Havia um parque não muito longe de onde moravam, Steve levava Maggie todo final de semana, sempre fazendo o mesmo caminho. Ela ainda era muito pequena para o parque, porém a caixa de areia era tudo que precisava para se divertir por algumas horas. Ele até havia tentado ajudá-la em outros brinquedos, mas nada a deixava mais feliz que areia, então Steve comprara alguns baldes e pás para que ela tivesse alguma coisa para fazer com a areia.

     Margareth acordava cedo, o que deixava Steve louco no começo, porque ele nunca fora uma pessoa de manhãs, então quando visitavam o parque ele geralmente estava vazio e a fila da cafeteria da esquina nunca estava grande demais. 

     — Pronta para passar três horas entediando o papai? – ele perguntou tomando um gole de seu café quando estavam se aproximando da entrada do parque.

     Para a surpresa de Steve, desta vez haviam duas crianças correndo em volta dos brinquedos maiores, brincando de alguma coisa.

     — Parece que não estamos sozinhos hoje. – comentou para a filha, que também observava as crianças.

     Assim que entraram, Steve viu um homem, provavelmente pai das crianças, sentado na grama um pouco afastado dos dois, as pernas esticadas em frente ao corpo. Ele observava as crianças sorrindo, realmente prestando atenção nelas, diferente do que pais geralmente faziam ali. Parques aparentemente serviam para pais largarem suas crianças um pouco e darem atenção aos seus celulares.

     Steve não tinha muito jeito com pessoas, então não queria atrair a atenção do homem, caso ele resolvesse que queria conversar, como pais costumavam fazer. Infelizmente, a caixa de areia estava bem atrás de onde as crianças brincavam, logo não tinha como passar sem ser percebido. Steve respirou fundo e criou coragem para empurrar o carrinho novamente.

     Assim que ele se aproximou, o homem levantou a cabeça, olhando em sua direção. Steve não pode evitar olhar também, quase congelando no lugar ao ver o rosto que o encarava. 

     Era como se ele nunca tivesse visto uma pessoa bonita na vida, estava tentando convencer sua mente de que era ridículo ficar tão chocado por... traços atraentes. Mas o homem era muito bonito. E como se apenas seu rosto não transformasse Steve num adolescente novamente, ele sorriu, fazendo o loiro arregalar seus olhos automaticamente. Queria retribuir o gesto, mas estava tão focado tentando impedir seu queixo de ir parar no chão, que não conseguia mover um músculo de seu rosto.

Rocket Number 9 || StuckyOnde histórias criam vida. Descubra agora