capítulo 1

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O que mata o amor não são as brigas, nem discussões. Cordas vocais em funcionamento articulam argumentos, expõe sintomas, procuram um consenso, buscam um entendimento.

O que mata o amor é o silêncio.
É quando um se cala e muda, e você tem que fazer um esforço enorme para descobrir onde errou, se realmente errou, ou se só é mais uma briga boba que vai levar embora a paz e os bons planos para o fim de semana.

O que mata o amor é o cansaço!
É aquele sentimento de que, não adianta o que aconteça, não adianta o que você fale, no fim tudo acaba igual, e você nunca se sente bom o bastante, mesmo dia após dia entregando o seu melhor.

O que mata o amor é a distância! Nunca a distância física, sempre a distância emocional!
Há casais que estão separados por anos luz, mesmo na mesma sala de jantar.

O que mata o amor são os mesmos erros, onde não há mais o que aprender, onde não há mais como mudar, onde não existe mais o porquê lutar...

E quando não dá pra lutar, quando um não quer dois não lutam, mas o amor apanha.
E o coração, que desde o primeiro encontro, a primeira noite, o primeiro "eu te amo", bateu como nunca, agora apanha, reage, mas para.

Se há abraço, quem dera massagem cardíaca!

O pra sempre é colocado em lágrimas, junto de uma caixinha de fotos, lembranças e um aliança.

É a preparação para o funeral! Durante o enterro há aquela vontade de voltar atrás, de rasgar a carta de divórcio, de meter um beijo no meio da discussão!

Mas a gente sabe que chegou ao fim.

Então a gente aceita, faz homenagens, e tenta voltar a viver, agora sem um pedaço da gente.

Mas infelizmente o governo não indeniza, nem trata como prioridade quem se acidentou no amor.

E pela segunda vez, com todos os direitos e motivos para sermos espaciais, somos tratados como qualquer um!

Sabendo que é difícil viver sem enxergar, andar, ouvir, falar, se mover...

Mas é impossível viver sem um coração no peito, mas a gente vai lá e tenta (sem sucesso) viver sem amar.

Do Fundo Da ALMAOnde histórias criam vida. Descubra agora