𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟒- Devir

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Evie

Os meses seguintes foram os mais corridos e conturbados possíveis. Diferente da minha gravidez que estava sendo tranquila, o meu relacionamento com Taehyung andava um tanto conturbado. 

A falta de posicionamento sobre a nossa relação na frente de seus amigos foi um choque de realidade que eu não queria acreditar, foi tipo um banho de agua fria em um bêbado. Então eu decidi, mesmo relutante, que deveria dar um fim em nós ali, no que a gente era... Apesar que por um longo tempo quando chegava a noite e eu ficava ali, no meu quarto sozinha e olhando para o teto, sem a presença da minha vó ou do Jimin sempre preocupados se eu estava bem ou cansada, eu pensava no que a gente poderia ter sido.

Felizmente, essa falha só se enquadrou a mim. Taehyung tentou por alguns meses tentar conversar comigo sobre nós, mas só me permitia ouvir quando se tratava dos nossos filhos, sim, filhos. Eu não estava gravida de apenas um bebê, mas de dois, mais especificadamente uma menina e um menino. 

Taehyung se encarregou de me ajudar em tudo que eu precisasse, disse que confiaria em mim e que agiria como o pai dos bebês até que o exame de paternidade dissesse que ele nunca foi o pai, a partir daí, ele iria embora para sempre, da forma que "eu quero". 

Frase que apenas foi dita apenas uma vez, por mim, depois de varias insistência por parte dele em falar de nós. Tipo de frase que você fala no calor do momento e que no fundo você sabe que não é verdade, porque não é. No fundo eu sei que se Taehyung fizesse um ato de amor grande suficiente para demonstrar não só para mim, mas para todos que eu sou a mulher que ele ama e que nunca mais teria vergonha de se posicionar, eu voltaria correndo para ele chorando, diria que o amo e que ele nunca deveria me deixar sozinha.

Dentre as diversas mudanças que ocorreram nesses últimos meses, eu mudei minha forma de ensino para o Ensino a distância. Jimin veio morar na minha casa afim de ajudar a minha vó considerando a sua idade e eu, coisa que não agradou muito Taehyung e não facilitou nossas vidas na faculdade antes da minha mudança por causa das fofocas.

Hoje eu tenho que ir na escola pegar algumas papeladas que o Jimin não podia pegar, o que me deixou ansiosa. Minha barriga estava gigante, não era algo que eu poderia esconder facilmente dos olhares maldosos, mas eu tinha que seguir de cabeça erguida e ir adiante.

 - Você está bem? - Jimin me entrega uma xícara de chá enquanto minha vó termina de por a mesa para o café da manhã.

 - Estou, só um pouco nervosa... -  Tomo um gole do chá quente.

 -  Vai ficar tudo bem, qualquer coisa me liga. - Ele deposita um beijo rápido na minha testa e vai para a cozinha.

Enquanto isso, minha vó vem em minha direção sorrateiramente.

 -  Eu gosto muito dele, sabia? Um menino tão gentil...

 - Eu também gosto muito dele, vovó. - Termino de beber e entrego em suas mãos pronta para sair - Mas não da maneira que você pensa ou quer.

 - Eu não quero nada além do melhor para você. - Dou-lhe um beijo rápido na bochecha e me despeço.

Jimin foi um verdadeiro anjo em toda essa situação extremamente estressante, me ajudou e me apoiou tanto quanto a minha vó, mas eu não sinto nenhuma atração física muito menos romântica por ele. Ele é o tipo de cara que te trata tão bem que te faz sentir que nunca poderá ser tão bem tratada por qualquer futuro cara que você pode conhecer. O tipo de cara que faz você sentir culpa por não gostar da forma que as pessoas veem.

Quando cheguei na escola a primeira coisa que eu fiz foi botar meus fones. Música, um dos melhores escapes da realidade tirando a leitura, foi um dos meus grandes apoios quando eu me sentia sozinha, o que foi muitas vezes.

Segurei a minha bolsa com força e ouvindo Reckless adentrei nos corredores da faculdade indo em direção da sala do diretor. Não foi nenhuma surpresa os olhares e cochichos, afinal naquele dia eu tinha tomado uma decisão de não me esconder mais, amava meus filhos e tinha que ter orgulho do corpo que está gerando eles. Botei um longo vestido amarelo despojado e florido, uma jaqueta e botas pretas por causa do clima frio. Um decisão arriscada, eu sei, mas já que estou chamando atenção por muito pouco, por que não fazer dela merecedora?

Toc. Toc.

 -  Pode entrar. - O diretor estava sentado em sua mesa cheia de papeis, mas largou tudo e veio me dar auxilio para sentar na cadeira em frente a sua mesa.

A nossa conversa foi extremamente tranquila. Ele sempre se mostrou disponível para me ajudar no que eu precisasse depois que descobriu a comoção que rolou sobre a minha gravidez, nesse meio tempo eu descobri que ele e a sua esposa haviam tidos filhos muito jovens e sabiam algumas das dificuldades que eu iria enfrentar. "Se eu puder diminuir ou facilitar essas dificuldades de alguma forma, eu farei. Fique a vontade para me chamar, Evie.".

Ademais, foi uma pequena reunião sobre os meus papeis finais do TCC. Sim, meu tempo aqui já estava acabando, considerando que foi só um curso a mais que eu decidi fazer para incrementar a minha carreira.

 - Foi só isso, Evie. Os papeis estão todos certinhos e logo logo você poderá ir sem problemas. - O diretor falou me entregando alguns papeis.

 - Muito obrigado, Senhor Chul. - Me levantei com dificuldades.

 - Tenha um boa viajem. - O diretor Chul me direcionou até a porta.

 -  Muito obrigada. 

Até que em fim eu estava livre para poder ir e vim. Eu estava pronta para mudanças e precisava delas o mais rápido urgente, só havia um problema a ser resolvido, Kim Taehyung.

Gravidez indesejada {Repostando}Onde histórias criam vida. Descubra agora