Capítulo 1

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90 dias se passaram desde a final de Operación Triunfo. E hoje, era o dia que finalmente iria vê-la. Uma sensação estranha se tomava dentro de mim, mas nada iria me fazer mudar de ideia.

Pela janela observava a garoa da chuva, a transição de outono para o inverno sempre deixa o clima mais úmido, algo que me agrada. Olho para o relógio e já são quase 10 horas da manhã, pouco menos de 1 hora, o vôo dela chegaria.

Abro a porta do meu quarto, desço as escadas em direção a sala de estar. La Rafi, se aproxima.

"Já vai buscá-la?", disse minha mãe empolgada.

"Sim, o vôo de Natalia está preste a chegar, quero me adiantar para não deixá-la esperando", sorri sem mostrar os dentes.

"Toma cuidado, meu anjo", falou simples.

Assenti.

Peguei minhas chaves, joguei meu casaco nos braços, abri a porta e sai em direção ao carro. A cada passo eu dava, aquela sensação estranha aumentava. Seria medo? Ansiedade? Felicidade?

Liguei o carro e dirigi em direção ao aeroporto. As ruas estavam tranquilas, sem muito trânsito, enquanto dirigia passava pela minha cabeça a loucura que foi esses dias após a final do reality musical.

Quando abriram as inscrições para Operación Triunfo, fui apenas para acompanhar minha irmã, apoia-lá. Fiquei bem surpresa quando recebi a notícia que passei no casting, sentimento de felicidade e tristeza. Feliz por ter passado, triste pela Marina, minha irmã que não havia conseguido. Foi difícil lidar com a situação, apoio de Marina foi fundamental para tomar a decisão de entrar em Operación Triunfo.

No casting foi onde conheci a Natalia Lacunza. Chamou minha atenção assim que a vi, morena, alta, cabelo curto e com franja e piercing no septo, sua beleza era estonteante. Usava macacão amarelo com uma camisa branca, tudo combinava perfeitamente com seu all star branco. Quando a ouvir cantar pela primeira vez, o ar de meus pulmões sumiram, a douçura e paz em sua voz me entorpeceram.

Natalia também passou no casting. A felicidade de tê-la na Operación Triunfo era gigante, tínhamos nos tornado bem próximas. Com o passar do tempo, essa proximidade foi aumentando, criamos uma conexão indescritível. Apenas com olhares, éramos capazes de nos entender, tínhamos uma a outra para tudo, nos apoiamos desde o início. Encontrava o conforto em seus braços e a cumplicidade em seus sorrisos.

Acordo de meus pensamentos e percebo que estou em frente ao aeroporto, desacelerei ao chegar no estacionamento. Desligo o carro, um leve suspiro sai pelos meus lábios. Por fim, tomo coragem e abro a porta do carro. Caminho em direção ao portão de desembarque.

Olho para a placa de sinalização e confirmo, portão B de desembarque. O ponteiro do relógio marca 10h35. O vôo estava previsto para desembarcar em cerca de 5 minutos. Ansiosa, observo as pessoas ao me redor, a esquerda tem um senhor sentado lendo jornal, um pouco mais atrás um casal que estão de mãos dadas se olhando, apenas um contemplando o olhar do outro. Isso me faz viajar ao passado.

Natalia e eu estávamos na sala de piano, ela queria me mostrar uma de suas composições. Sentei no banco ao lado esquerdo, a observei tomar de conta do piano e com maestria tocar sua música. Apenas me debrucei sobre o piano e a apreciei enquanto cantava.

Hola
Me he vuelto a equivocar
Antes de empezar
Hace canto de la última vez
Me olvidado de contar
No me mires así
Lo que turnês que dicir lo escuchado ya
Da el último sorbo al café
Levántate, ya no hay nada mas que hablar
Sabes, nunca he sabido ganar
Me sentido tan pequeña
Sabes, te gritado siempre en braille todas las respuestas
¿No lo ves?
Me estoy quemando
¿No lo ves?
Creo que he vuelto a acostumbrarme
A llegar tarde
Amor, perdóname
Si no te he dejado ver
Amor, perdóname
Si me escapo cada vez
Sabes, nunca he sabido ganar
Sabes

Natália abre um sorriso ao terminar de cantar, "É isto".

"Outra vez", indago. Apenas queria ouvi-la cantar até o fim de meus dias.

"É sério? Você gosta?", ela questiona animada.

Assenti com a cabeça.

"Sim.. bale", deu duas palminhas com as mãos e cantou outra vez.

A voz de Natalia me transmitia tanta tranquilidade, me fazia flutuar e aquecia meu coração.

Ao terminar a música, ela ajeita o cabelo atrás da orelha e seus olhos me fitam com ternura. Extendo minha mão, então ela a segura."Você gosta?", questiona.

"Sim", respondo simples.

"De verdade?"

Aceno um sim com a cabeça.

Ela acarecia minha mão com o polegar. Um silencio se instala entre nós, mas nada desconfortável ou constrangedor. Pelo contrário, é aconchegante.

"Alba!", uma voz familiar me trás de volta a realidade. Me viro ao seu encontro e era ela.

Sinto o baque do corpo de Natalia contra o meu, nos abraçamos por quase 3 minutos. Enchi o seu rosto de beijos e ela fez o mesmo comigo.

"Senti sua falta", falei assim que nos separamos.

"E eu a sua, Albi!"

Sorri com o apelido carinho. Continuei segurando suas mãos enquanto a olhava dos pés a cabeça. Estava linda, usava uma camiseta manga longa, por cima um casaco, calça jeans preta rasgada no joelho e um coturno preto que combinava perfeitamente com ela. O seu rosto estava ainda mais angelical do que me lembrava.

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Notas: Estava com algumas ideias na cabeça e como não tinha nada de interessante para fazer resolvi escrever, não sei se alguém irá ler, mas de qualquer forma deixarei esse capítulo aqui. Se tiver alguém curtindo posto mais 2 capítulos que tenho.

Outro detalhe, é a primeira vez que escrevo, relevem qualquer erro ortográfico.

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⏰ Última atualização: Dec 29, 2018 ⏰

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