Quando fico sozinho invento milhões de paranoias e sofro por isso sozinho, mesmo sem nunca ter acontecido. E o motivo das paranoias recentes é o Gabriel. Ele está ótimo pelo o que vejo em suas redes sociais, namoro perfeito, lugares perfeitos. E eu aqui sozinho, como de costume.
Um sábado tedioso isso é o bastante para me impulsionar a fazer algo divertido. Não tenho amigos disponíveis agora então decido fazer o que faço de melhor, me aventurar no mundo sozinho.
Me arrumo como não faço a alguns dias e vou, correndo para estação de trem rezando para o trem ser rápido para eu não perder a sessão de um filme de comedia brasileira, o meu gênero favorito de filmes já é comedia, e se for brasileira então!
Estou feliz enquanto pego o trem, está tudo dando errado, mas ainda estou feliz, por estar aqui curtindo minha própria companhia. Entro na sala do cinema atrasado, mas ainda bem está nos trailers.
Saiu da sala de cinema rindo sozinho, o filme tem uma historia boba, mas eu ri tanto que valeu muito a pena, sem falar que consegui esconder comida e comer lá dentro!
Ligo meu celular que ficou desligado durante toda a sessão e vejo muitas mensagens do meu quase ex, responsável por foder com meu psicológico. Ignoro e sigo, para o mercado para comprar mais salgadinhos. Por coencidendencia do destino Felipe está aqui, o meu dia não poderia ser melhor! Ele está comprando algumas cervejas sozinho, me dá um abraço caloroso quando me vê e faz uma piada sem graça sobre minha barriga pós dois lanches (que comi na sala de cinema).
_O que tu vai fazer depois daqui, guri? Pergunta Felipe com um sorriso caloroso
_Para casa!!! Digo entusiasmado para fazer nada em casa.
_Tem alguns amigos lá em casa bebendo, conversando e na piscina. Vamos?
Dou muitas desculpas, como estar sem roupa de banho, não ter dinheiro para uber e ele contesta todas com soluções. Desisto e acabo indo.
Ele está com o carro de seu pai que é bem grande e lindo, queria entender de carros ou pelo menos me interessar. Sua casa é perto do shopping que eu estava, mas mesmo assim conversamos vários assuntos aleatórios e incríveis!
Assim que chegamos encontro alguns colegas em comum e outros que eu nunca vi, mas não me intimido comprimento todos pois não são muitos! Decido não beber, o que é raro, mas pouco me lembro de bebida enquanto conheço alguns amigos de infância de Felipe. Eu estou rindo para caramba com diversas historias constrangedoras de Felipe que pouco vejo a hora passar, mas quando me dou conta já são oito da noite e preciso voltar para casa, me despeço e vou até a cozinha pois Felipe está lá, me despeço com um abraço, mas ele faz questão de me deixar em casa, e eu não recuso pois não quero enfrentar trem agora!
No meio do caminho ele questiona minha fotos com efeito de cachorrinho dizendo ser super brega, mas eu explico o quanto é fofo e insisto até ele tirar uma comigo, depois de muita insistência ele aceita e a foto fica uma fofura e eu posto no Instagram com a legenda "fofinhos". Assim que chego em casa o abraço novamente e entro correndo pois minha mãe iria fazer Strogonoff de janta e digamos que é meu prato favorito!
Após o almoço, subo e pego meu celular e vejo diversos comentários de alguns amigos do Fe e uma mensagem no privado Gabriel: Uns amigos desses e uma lua com cara de safada. O que será que ele quis dizer com isto? Ignoro os pensamentos e entro no meu whatssap, mais mensagens de Gabriel questionando minha amizade com Fe, ignoro ele igual ele continuo fazendo depois da praia. Agradeço Felipe, pela tarde incrível que passei com ele. Ignoro as mensagens do meu ex querendo conversar depois de tudo que passamos lá no passado, só que o tempo dele acabou e eu não quero vê-lo nem pintado de ouro!
As ferias de Julho estão ficando cada vez mais curtas, uma piscada já é hora de voltar a rotina, odio! Me levanto as seis para escola, para passar um pouco de maquiagem nas minhas olheiras. Assim que chego lá sou coberto de perguntas sobre quem são meus "novos amigos" que eu postei fotos nas ferias, praia, festas. E eu respondo e digo que estão todos solteiros para minhas amigas, que não perdem a chance de atacar.
Na última aula do dia cansativo em que estou tendo peço para ir ao banheiro e aproveito para ligar meu celular, e novamente Gabriel, muitas chamadas perdidas, me rendo e ligo de volta. Ele diz que as ferias dele ainda não acabaram e se oferece para me buscar na escola e irmos tomar um sorvete, e eu aceito, não por ele e sim pelo sorvete, porque está um calor infernal. A praia foi incrível com ele, me senti único ali, porém depois daquele dia ele sumiu novamente, respondeu algumas fotos, mas nada demais, nem se importou então resolvi dar o mesmo tratamento. Espero resolvermos isso hoje, não quero ele como ficante ou nada do tipo, mas quero ele por perto, pois ele é incrível, quando quer!
Entro na sala novamente com um sorriso bobo com bastante expectativa com esse "encontro" e sou muito zuado. Antes de ir para a frente da escola esperar Gabriel, passo um perfume, um desodorante, como um chiclete de mente por que ficar sete horas na escola é complicado! Assim que saio ele já está lá, ele apenas abre a janela quando me vê saindo da escola e eu já entro no carro sem muita enrolação e sou vitima muitos olhares de pessoas aleatórias daquela escola e sei que serei a fofoca de amanhã.
Dou um beijo em Gabriel que está muito cheiroso, com o cabelo bagunçado, uma camiseta preta da Nike, bermuda florida e chinelo bem simples e eu queria estar desse jeito. Eu pergunto como foi seu dia e ele responde meio inseguro, ele está diferente. Assim que chegamos na sorveteria fazemos o pedido e:
_Então, como foi seu final de semana? Pergunta ele com um sorriso falso
_Bom. Fui ao cinema sabado e depois fui para casa do Fe, um rolê muito aleatório! Digo lembrando de como foi bom!
_Você e o Felipe estão próximo né? Ele ataca, acho que esse foi o motivo desse "encontro"...
_Foi muito aleatório encontrar ele, mas digamos que sim. Mantenho o sorriso
_Eu não acho que seja uma boa você ficar... Sabe, se envolvendo muito com minhas amizades ou se apegando muito. Vocês se conheceram a muito pouco tempo, e se eles descobrirem o que aconteceu entre a gente. Diz ele serio
Abro a boca, mas sou interrompido pela garçonete com os sorvetes. E meio que fico sem reação, então esse encontro nunca foi sobre nós e sim sobre algo nada haver? Minha mente vai de feliz para confuso e angustiado em segundos e fico em silencio. Ele é egoísta, isso é egoísmo da parte dele, querer me privar, de pessoas... Sinto meu rosto esquentar, mas me controlo e o que mais quero e sair desse lugar, o clima está quente. Respiro fundo, pego o dinheiro ponho na mesa e saio.
_Você só pensa em você mesmo. Me levanto com o desgosto e tristeza estampados no meu olhar.
Ele não tenta me impedir e vou andando até minha casa tentando organizar meus pensamentos. Ele viu a foto, achou que eu seria uma ameaça para ele perto de seus amigos, pois "transou" comigo e não é homem o suficiente para assumir já que está em um relacionamento problemático. Me convidou com as melhores intenções e pediu para eu me afastar com a desculpa da amizade recente. Respiro fundo, não é a primeira e nem a ultima decepção que eu tenho, eu sou forte. Assim que entro em casa me deito, cansado, por dentro e por fora. Meu ex continua me mandando mensagens, então bloqueio ele e Gabriel de uma vez só e vou dormir, quem sabe assim essa confusão que está dentro da minha cabeça passe.
Acordo é meia noite, sem nenhum sono. A tristeza que eu estava sentindo no meu peito se transformou em odio, nojo. Ele merece o pior troco, o que me dá a ideia de ficar com amiguinho dele, que não me sai da cabeça que é outro inrustido.
Ligo para Fe, que está em casa, cansado pós trabalho. Felipe tem dezenove anos, faz faculdade de engenharia e trabalha, seria o homem perfeito? Ele está tomando cerveja, digo a ele que estou muito carente e em minutos surge a proposta que eu estava esperando.
Começo a me arrumar, coloco um short florido bem curto e uma camiseta da Diamond, um pouco de maquiagem para disfarçar a cara de acabado e um boné. Assim que termino desço escondido e Felipe já está lá. Perfeito. Assim que entro no carro dele ele me dá um beijo no rosto, ele está cheiroso e com uma roupa bem casual, acho que me arrumei muito. Peço para ele para passarmos no mercado para eu comprar algumas bebidas, pois eu preciso muito, e assim vamos no Carrefour que é pertinho da casa dele, compro uma vodka e muitas cervejas, eu preciso urgentemente parar de gastar meu dinheiro com bobagens, meu pai vai surtar quando receber a fatura do meu cartão de credito. Voltamos para o carro e ele recebe uma ligação, de um amigo e me avisa que uns amigos dele irão para casa dele também. Droga.
Assim que chegamos peço para Fe uma blusa de frio, pois nem tinha notado o frio que estava, ele já sobe sem cumprimentar ninguém que não da para ver quem são, e eu fico esperando ele descer para entrar com ele, ele trás a blusa que é enorme e bem cheirosa e entramos. Caralho. Gabriel e sua namorada estão aqui, o sorriso que ele estava antes de me ver sai na mesma hora e o meu também, sua namorada está linda e ele também... Os comprimento, e já vou para cozinha fazer um copo, preciso me embreagar hoje! Felipe está na cozinha e seu sorriso continua mesmo com cansaço, e faz questão de preparar um drink que ele aprendeu com seu pai e eu aceito, e o escuto contando a historia que aprendeu observando pois era uma criança quando seu pai ainda era presente. E quando fica pronto eu simplesmente amo, não é tão doce nem amargo! Ficamos na cozinha conversando e fico triste quando ele diz que vai na sala ser um bom anfitrião e eu o acompanho triste, queria ele só para mim hoje.
São três da manhã, todos estamos bêbados, inclusive Gabriel. Felipe parece estar mais disposto, do que a horas atrás. Vou a cozinha preparar algo para beber por que meu barmen Fe, está numa conversa sobre faculdades com a namorada de Gabriel que parece ter passado em muitas faculdades pelo vestibular. Sou pego de surpresa enquanto faço meu próprio drink por Gabriel, que está com os olhos vermelhos, mas seus olhos intensos.
_Precisamos conversar!
_Não temos nada o que conversar.
_Caralho, por que você tem que ser tão difícil? Eu marquei um encontro e você me deixou lá sozinho, com dois sorvetes
_Encontro para pedir que eu me afaste de alguém que me faz bem?
_Eu estou tentando te deixar fora dessa falsidade toda
_Você está tentando se proteger
_Do que você está falando moleque
_Esquece isso e me esquece! Digo encerrando a discussão.
Gabriel volta para sala com pressa chamando Gaby (sua namorado) para ir embora, sem nem se despedir. Gaby se despede e se desculpa pela indelicadeza de Gabriel.
Enfim a sós, eu e Felipe que está mais lindo do que horas atrás, sua boca vermelha seu cabelo bem penteado... Como eu quero. Me aproximo e ele também.
_Estou chpadissimo! Diz ele perto, que consigo sentir seu hálito com cheiro de menta, e olho seus olhos que o entregam, estão vermelissimos!
Roubo um beijo dele e ele rouba outro. Quando paro para pensar estou em seu quarto. Isso está sendo bom demais. Corações acelerados e cansado como no começo da noite.
Acordo com o despertador e fico desesperado, por ter esquecido completamente que teria aula. Felipe acorda enquanto coloco minha roupa e se oferece para me levar, pois é caminho para o trabalho. Com sorte não pegamos transito, passamos em casa e por fim na escola.
Estou cansado e a hora parece não passar, minhas amigas querendo saber quem foi o cara de ontem e o de hoje e eu estou cansado demais para explicar, na verdade não preciso me explicar e não irei. No intervalo eu estou cheio de fome e como dois lanches e um suco, e após essa alimentação reforçada a hora passa mais rápido e logo já estou indo para casa, louco para chegar tomar um banho e morrer na cama!
Assim que chego vejo um bilhete da minha mãe que está no serviço dizendo "precisamos conversar", ai meu Deus! Mas eu ignoro subo para o banheiro e logo já estou capotado.
Assim que acordo desço para comer algo, pois dormi sem almoçar nem nada e está lá minha mãe pronta para dar um sermão de vinte e quatro horas. E foi isso ele reclamou sobre minhas "saidinhas" excessivas e questionou sobre as pessoas me levando e trazendo para escola pois a escola telefonou, fiquei sem responder e subi.
Após essa briga minha energia está baixíssima, estou sem vontade de nada só querendo me enfiar na cama e nunca mais sair de lá. Penso, repenso e o melhor agora talvez seja um tempo para mim. Fico lembrando do dia do cinema, só eu lá, foi tão bom, independência emocional é tudo que eu sempre quis!
Estou sem sono, então pego meu celular e lá está Fe com suas mensagens fofas, perguntando como foi meu dia, se estou bem! É muito bom ler isso, essas mensagens são o motivo da minha mudança de humor, logo estou com um sorriso bobo no rosto. Passamos horas conversando e descobri que Fe faz faculdade de Publicidade e propaganda, é modelo nos tempos vagos e trabalha no escritório de Administração de seu pai. Muito multifuncional! Ele me questiona se eu nunca tive vontade de ser fotografado, ser modelo e tal. A resposta é quem nunca né, porém o meu sonho foi estragado por as mínimas chances dele ser realizado. E ele me dá super apoio, e eu só consigo mandar emojis rindo, pois parece algo muito distante. Ele diz para eu estar bem arrumado amanhã pois ele passará na escola para me buscar e tem um surpresa para mim. O meu Deus, o que ele está aprontando? Estou com frio na barriga que não sentia a muito tempo! Como Felipe consegue ser assim tão para cima as meia-noite, se eu fizesse tudo o que ele faz eu chegaria morto em casa pronto para morrer na cama!
Levanto as seis de bom humor e coloco DUDA BEAT de trilha sonora enquanto me arrumo, na verdade enquanto tomo banho e passo um reboco básico, pois o uniforme do Colégio é um lixo, mas um lixo obrigatório.
Chego no horário e já vou para cantina. Bate o sinal e estou eu aqui comendo lanche as sete e cinquenta! Subo correndo e vejo algo diferente na sala, um aluno novo. Então decido participar da roda de amizade das minhas colegas que me afastei muito desde o começo do ano, e elas estão justamente falando dele! Descubro que ele veio de Curitiba, por motivos desconhecidos e seu nome é Caio.
Já é quase a hora de ir embora e eu já descobri que Caio é uma poc, linda, bonita e charmosa igual eu! Já peguei seu numero e sinto que eu e ele possamos ser muito amigos, pois ele também mora na mesma rua que eu.
Assim que saio da sala de aula recebo vejo que a saída do meu pavilhão que já vai direto para saída está em manutenção então isso quer dizer que terei que ir pela saída do outro pavilhão. Que é o pavilhão do meu ex que eu tenho evitado por semanas e fugido dele aqui na escola também. Vou correndo, mas mesmo assim vejo ele com uma garota aos beijos. Nesta escola é assim, todo mundo pode se beijar a vontade, até fazer sexo nos matos da quadra. Olho por uns cinco segundos sem reação, mas sigo, porém ele me vê e vem atrás de mim, e eu? Eu corro, mas assim que chego na saída vejo o carro de Felipe e o do Gabriel, porém só Gabriel está fora do carro. Saio e olho para trás e está Caio lá (o ex), e Gabriel vindo em minha direção.
_O que você viu não é o que parece! Caio diz desesperado.
_Eu não ligo para o que eu vi, igual eu não ligo mais para você! Digo dando as costas, mas ele segura em meu braço, forte, para que eu não possa me livrar.
_Me solta, caramba! Grito, e Gabriel que estava esperando eu terminar de falar com Caio vem em nossa direção e empurra Caio para que ele me solte, e Caio cai.
Olho para Gabriel sem reação e consigo ver Felipe chegando com sorvetes na mão. Ele deve ter ido comprar sorvete aqui perto.
_Precisamos conversar! Gabriel pede.
_Agora não Gabriel, por favor! Digo indo em direção a Felipe.
Minha ipotese estava certa. Felipe foi comprar sorvete para Gabriel. Peço para entrarmos no carro logo, mas mesmo assim ele joga o sorvete para Gabriel e dá tchau pela janela. Felipe é bom demais para esse mundo, acho que nem eu mereço ele.
Peço para cancelar passeio surpresa que ele armou para alegrar meus dias, com o coração na mão, mas não tenho cabeça para nada. Só quero afundar minha cabeça no meu travesseiro e chorar sem vergonha alheia. Converso o caminho todo com Felipe, conto do meu ex e ele pergunta se ele está me encomodando eu digo que não, já ouvi boatos que Felipe é agressivo e se mete em algumas brigas, mas aqui comigo não, ele parece ser o mais dócil possível e eu sou grato por isso, ele me compreende mais que qualquer pessoa e olha que nos conhecemos a poucas semanas.
Chego em casa e quando abro a porta está lá, minha mãe e meu pai. O que significa, pronca, pois eles são separados! Respiro fundo e me sento no sofá.
_O que eu fiz dessa vez? Pergunto já me rendendo, pois estou tão cansado emocionalmente que nem tenho paciência para discutir.
Minha mãe fala sobre uma ligação do diretor sobre a "briga", e sobre o meu namoro (que é ex namoro) com um menino mais velho (um ano) e que ficávamos se beijando por toda escola (uma mentira dessas). E para finalizar com a cereja do bolo diz sobre eu estar sendo buscado e trazido por carros diferentes toda vez que saio. E para ajudar meu pai fala sobre a conta do meu cartão de credito, bebidas e uber desnecessários. E isso não é nem o começo, eles estão falando faz uns quarenta minuto sobre meus defeitos, amizades, entre outras coisas. Só que não estão discutindo para o meu bem, estão apenas jogando tudo isso com ar de julgamento, o que me deixa sem palavras. Estou escutando tudo sem dizer nada.
_A conclusão disso tudo é que eu e você precisamos de um tempo. Eu fico noites sem dormir, de preocupação e você não dá a minima! E você está mais gay que já foi. Você vai passar uns dias, meses, anos se for necessário para meu filho, meu filho que irá trazer namoradas para eu conhecer voltar; para essa casa _ Diz minha mãe em outras palavras me expulsando de casa.
Respiro fundo após tudo isso e só consigo dizer "Ok" um ok sem sentimenros, frio, mal sabem eles que minha cabeça está em guerra comigo mesmo sobre tudo o que eles disseram. Me sinto insuficiente e que estou fazendo tudo errado, tudo jeito errado. Então talvez o melhor seja um tempo para mim.
Enquanto tento engolir tudo, eles já estão em uma discussao (eles não conseguem ficar no mesmo local sem brigar), dessa vez sobre meu pai não poder ficar comigo, pois fica fora o dia todo e sua nova esposa gosta de privacidade. Mas no fim ele aceita, em outra palavras resolve carregar o fardo que estou sendo para essa família.
Quando terminam de falar eu não digo nada só subo para o quarto, para arrumar minhas malas e ir com meu pai. Assim que entro fecho a porta, me vejo no chão escorado na porta chorando, colocando tudo para fora, na esperança desse sentimento sair de mim, está tudo tão pesado aqui dentro. Mas tiro forças da onde não tem pois meu pai está gritando que estou demorando demais. Não consigo segurar as lagrimas ao colocar minhas roupas naquela mochila, esse quarto tem sido meu refúgio, aonde eu me escondo de todo mundo, de alguns sentimentos, aonde eu possa ser eu e apenas eu.
Desço e meu pai já está dentro do carro entro sem me despedir da minha mãe.
No caminho tento pensar em coisas positivas, como conhecer novos lugares, fazer novos amigos... Mas em um instante tudo começa ir de coisas boas para as piores.Começo a suar frio e tremer e a unica coisa que eu sinto é que estou explodindo e as lagrimas caem sem que eu consiga controlar ou tentar abafar. Meu pai está no banco de trás comigo, mas não consigo, as palavras não em saem. Meu coração está acelerado, quase saindo pela boca e eu continuo a chorar. E eu solto um "socorro" e tudo está escuro, talvez eu prefira assim.
Estão todos aqui, e eu tento não pensar em nada, pois estou numa cama de hospital, com um braço espetado tomando soro. Escuto o medico falar com meus país, meu olho está pouco aperto pois está muito claro, então volto a fecha-lo.
_Ele teve uma queda de pressão, causado por um ataque de síndrome de panico. Vocês precisam ter em mente que isto não é brincadeira. Jovens tentam suicídios por esse tipo de transtorno. Uma voz feminina ecoa em meus ouvidos.
Acordo novamente em casa, só que não na minha nova casa e sim na minha antiga casa. Enfim, a casa da minha mãe! Minhas roupas que enfiei na mochila estão dobradas em cima da minha comoda. Cuido de colocar algo, pois estou só de cueca. Desço a escada e vejo minha mão aos prantos. A ultima vez que á vi assim foi quando ela terminou com meu pai, e eu estava do lado dela pronto para conforta-la e dar toda ajuda e amor que ela precisasse, mas agora é diferente, ela me disse coisas horríveis que partiu meu coração e fodeu com minha mente. Desço confuso, mas chegando, já me vejo abraçando-a, Eu nunca conseguiria não amar, ou simplesmente tentar esquecer minha mãe, ela sempre foi meu apoio e minha inspiração, mesmo que as vezes ela pise na bola estamos ligados por sangue e por laços afetivos maior que qualquer amor que já imaginei ter. E umas das poucas ou inúmeras coisas que se passavam na minha cabeça na hora do ataque era como ela ficaria se eu não estivesse mais lá para ser o apoio dela.
_Perdoa a mãe, meu filho lindo _ Diz acariciando meu rosto, como toda mãe faz, mas com os olhos cheio de lagrimas _ Só Deus sabe o quanto doeu ver meu único filho ali deitado, sem poder fazer nada. Ela me abraça forte, um abraço de saudade.
Após um abraço caloroso me despeço é vou para minha calçada respirar um pouco. Pego meu celular e Felipe está lá com uma mensagem perguntando se eu estou bem, repondo que sim e assim ficamos até eu entrar para casa e dormir.
São 7:00 da manhã e eu estou super animado para ir para escola, o que é quase um milagre.
Sou um dos primeiros a chegar na sala de aula, não vi ninguém que não queria, consegui tomar café na cantina, estou seriamente pensando em sair mais cedo de casa todos os dias. Estou na sala ouvindo Marília Mendonça esperando o professor, mas aparace Caio, o meu novo amigo. Seu look está muito bonito, todo preto, bem gótico estiloso.
_Como consegue estat bonito as 7:30 da manhã? Pergunto questionando a boa aparecencia e nenhum sinal de sono acumulado.
_Primeiros dias de aula é sempre assim, logo logo você vai ver como eu sou de verdade! Diz ele rindo
Rio de volta e vou para meu lugar.
O profesor está atrasado então pego meu celular para ver o que tem de, novo. Nenhuma mensagem nova só im grupo de uma festa com os meninos da praia e tal. Abro sem intensão, mas fico improssionado em ver qie foi Gabriel que me adicionou, Alice também está lá, ainda bem pois não serei o único fantasma no grupo e só aparecer na festa como se tivesse interagido total com o pessoal.
A ultima aula do dia está mais infinita que o normal e eu estou totalmente sem saco então invento uma desculpa para sair da sala e esperar os vinte minutos restantes para ir embora, procastinando pela escola. Enquanto estou sem fazer nada no pátio combino com uns amigos de ir ver eles. Vitor e Sarah, são pessoas incríveis, os melhores heteros que existe nesse universo, eles são mais velhos que eu, os conheci no carnaval de Salvador e por coincidência os dois moram perto (ou quase) da minha casa.
Eles tem uma energia incrível, mas me sinto para baixo, porém assim que eles me recebem com um abraço caloroso sinto tudo clarear, sou grato por estar neste exato lugar com as pessoas certas. Gabriel não tem me dado notícia a alguns dias e eu sinto a falta dele, e raiva de mim mesmo por em tão pouco tempo me tornar tão dependente dele, mas sinto esperança de sair dessa.
Vitor está cozinhando, ele já viajou para vários países e conheceu vários restaurantes pelo o mundo o que o faz ter um paladar muito bom, e a última vez que almocei aqui foi muito bol, voltei para casa rolando! Sarah está sentada estudando para faculdade, por uma certa coincidência ela faz publicidade e propagando, na faculdade dos meus sonhos e o curso do meu sonho! Nossos papos são ótimos sempre pergunto sobre, curiosidades e etc. E ela sempre tem o prazer de me explicar e me contar suas experiências.

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Control
RomanceFelipe, um típico gay paulistano. Que irá ter que enfrentar os altos e baixos da vida, e aprender o quão difícil ela pode ser para um gay que entrará em fase de aceitação, após ser expulso de casa. E ainda terá que enfrentar ilusões amorosas que tem...