Uma louca apaixonada pelos livros do Nicholas Sparks e adepta de romances clichês, Arabella Foster sonhava com o amor. Criava as histórias mais malucas em sua cabeça e bolava os planos quase perfeitos para encontrá-lo de uma vez por todas, e assim...
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Eu me esforçava para manter meus olhos abertos. Sentia o sono preencher cada espaço vazio do meu corpo, junto com uma vontade quase que incontrolável de deitar em uma das mesas do refeitório e dormir até o próximo século.
Noite passada eu estava decidida a virar a noite assistindo vídeo aula para aprender matemática de uma vez por todas. O que claramente não deu muito certo, já que instantes depois eu estava com a tela da Netflix diante de mim. Resultado: maratona de Stranger Things a madrugada inteira. Aprendi matemática? Não.
“Não sei porque não estou surpreso, senhorita Foster. Da próxima vez tente prestar mais atenção na aula.”
A voz do Sr. Harris, meu professor de matemática, ainda ecoava em minha mente, me deixando pior do que já estava anteriormente. Com mais raiva, devo dizer. Por que diabos eu tinha que ser tão ruim com números? Aliás por que essas matérias tinham que existir? Eu não reclamaria se só existisse humanas.
— Por que você está com essa cara de quem não vê uma cama há anos?
Audrey diz, sentando de frente para mim e roubando uma das rosquinhas que havia comprado no caminho. Minha melhor amiga desde o dia em que coloquei os pés em Brickville High, Audrey Windsor era sem dúvidas, a melhor pessoa a pisar nesse planeta chamado Terra. Com um coração enorme, exalava boas energias por onde passava.
No final do ano passado, Audrey fora diagnosticada com depressão. E embora dentro de si houvesse uma batalha imensa a maior parte do tempo, ela nunca deixava isso transparecer, pois ela sabia que era mais forte do que isso. Apesar de todos os problemas que cercavam o seu coração, Rey está sempre disposta a ajudar aqueles que ela ama, pois segundo ela, vê-los felizes é o melhor remédio. E por todos esses motivos, ela é o meu maior exemplo.
— Ei! Minha comida não — resmungo dando um tapa em sua mão. — E respondendo sua pergunta, série.
— Hmm, você não ia estudar?
Audrey perguntou, estreitando seus olhos e dando uma generosa mordida em sua rosquinha.
— A Netflix me distraiu, não me culpe — explico, dando de ombros. — Acho que eu preciso de um professor particular, será que o Aiden é bom com números?
Rey revira os olhos, levantando a manga de sua camisa social branca até os cotovelos. Era incrível como ela conseguia ser a pessoa mais estilosa de toda Brickville High às oito horas da madrugada. A camisa e a calça jeans cintura alta lhe davam um ar mais sério, seus cabelos negros amarrados em um rabo de cavalo perfeito deixava o seu belo rosto a mostra, o que automaticamente me fez olhar para a camisa preta desbotada que eu vestia aquela manhã.
— Por favor, procure por um professor que tenha um cérebro maior que o próprio ego, Bella.
Diz com convicção, me fazendo revirar os olhos diante de seu pensamento a respeito do rapaz.
